sexta-feira, 9 de março de 2018

Malhação - Viva a Diferença

Assisti Malhação - Viva a Diferença (2017-2018) de Cao Hamburger na TV Globo. A direção foi de Paulo Silvestrini. Eu queria muito ver porque adoro o talento do Cao Hamburger. Já estou com saudades de toda a turma! Que projeto incrível. Li muitas matérias e entrevistas. Cao Hamburger disse que se baseou em séries, algumas inclusive que já vinha escrevendo, que em cada momento uma história ganhava destaque. Gostei muito do formato.
Como a própria personagem Marta (Malu Galli) disse, as relações são mais fluídas na adolescência atualmente. Realmente Malhação Viva a Diferença tratou dos adolescentes com muita verdade. Não tinham relacionamentos tão fixos, não eram triângulos amorosos, aconteciam como tinham que ser, como são nessa fase realmente. E com uma sexualidade mais realista. Raros eram os virgens, não haviam discussões muito profundas sobre a primeira vez. Se um desmanchava, namorava outro e transava, não era um tema se voltava para o ex. Sim, cada personagem tinha características, os mais liberais, os mais tímidos, mas não eram artificiais.

Gostei muito da K1 (Talita Younan) ser virgem. Ela era arrojada, moderna, dançarina de um grupo de funk, mas por motivos íntimos tinha dificuldade de fazer sexo. E mesmo namorando um rapaz (Vinícius Wester) liberal, namorador, ele soube respeitá-la. Fio (Lukas Koka Penteado) e K2 (Carol Macedo) também estavam ótimos. Um ótimo papel para essa atriz que já gostava tanto. Ela era uma mentirosa compulsiva. Gostei muito que Fio decidiu fazer faculdade de Direito e passou a fazer comerciais. Ele chegou a se apaixonar pela Clara (Isabella Scherer). Mas ele disse que não seguraria a onda de lutar por ela enfrentando o preconceito da família como os amigos dele conseguiam. E acaba se apaixonando pela bela Taís Daiane (Maria Gabrielli).

Malhação Viva a Diferença debateu o ensino. Os alunos eram de duas escolas. Uma paga criada por um sonhador e amante do ensino herdada por um filho mercenário (Marcelo Antony). E outra escola, a pública, dirigida por uma idealista e batalhadora pelo ensino público. Quando uma chuva destrói o telhado da escola pública, ela não consegue verba para o conserto e os alunos envolvem toda a comunidade em uma festa para arrecadar fundos. Nesse evento, Dóris (Ana Flávia Cavalcanti) faz um discurso emocionante que repercutiu fortemente nas redes sociais, um dos grandes momentos da novela. Ela era namorada de Bóris (Mouhamed Harfouch), outro sonhador pelo ensino, discípulo do criador da escola paga e educador de lá. As cenas dos dois lutando pelos alunos, pelas escolas me emocionavam demais. E amo esse dois atores que estavam fantásticos! O vídeo sobre a escola pública está aqui. Malhação Viva a Diferença lançou uma campanha pela escola pública.

Gostei de terem abordado a história da Nena (Roberta Santiago), mãe da Ellen (Heslaine Vieira) e do Anderson (Juan Paiva). Adoro essa atriz. Ela ficou sozinha para criar os seus dois filhos pequenos, seu marido foi assassinado. Como acontece com muitas mães que tem problemas financeiros, ela mergulha no trabalho e esquece dos filhos. Por sorte sua mãe (Ju Colombo), o que acontece muito tb, cuida dos filhos, já que trabalha em casa cozinhando e vendendo o que produz. Família de mulheres guerreiras, o que não faltaram em Malhação Viva a Diferença.
Mas também tinha uma família liderada pelo Roney Romano (Lúcio Mauro Filho), ex cantor pop. Ele criava sozinho sua filha desde que sua mulher morreu. Logo no começo ele descobre que a filha adolescente (Gabriela Medvedovski) está grávida. Muito engraçado como a família dele vai aumentando na trama. Depois ele assume a guarda do Tato (Matheus Abreu), o garoto tinha sido espancado pelo pai (Cláudio Jaborandy) e não tinha onde ficar. Aí Roney passa a namorar a divertida e batalhadora Josefina (Aline Fanju), adoro essa atriz, que também tinha uma família. Divertidíssimos os embates entre o Julinho (Davi Souza) e o Roney.
Adorava as festas temáticas que foram várias. E muito realistas! Os números musicais eram ótimos. E com muita diversidade de ritmos. Inclusive de música clássica, o que nem sempre acontece. Muitos programas falam que colocam todos os gêneros, mas a clássica nunca aparece, então não são todos como dizem. Confesso que achei que a Benê ia se identificar muito com a música eletroacústica que é bastante cerebral. Teve inclusive uma festa sinistra no apartamento da Lica (Manoela Aliperti). Ela revoltada chamou muita gente que chamou mais gente ainda e a festa perdeu o controle. Malhação Viva a Diferença falou então de drogas, principalmente as sintéticas, o que raramente vemos. E com muita propriedade.

Adorava o casal Gunê, Guto (Bruno Gadiol) e Benê (Daphne Bozaski). Ela autista, ele um rapaz tímido. Parecia que a Malhação ia fazer ele se descobrir gay, mas gostei de terem mantido ele com a Benê. Como ela, ele tinha dificuldade de excesso de toque, e há muitas pessoas assim, conheço algumas. E por que um relacionamento não pode ser mais assexuado? Claro, provavelmente, aos poucos, eles iam ter contatos afetivos, mas talvez nunca chegariam a ser mais vorazes. Há muitas formas de amar. 

E sim, acabaram tendo homossexuais na trama, o filho (Luis Galves) que o Roney nem sabia que existia, gay assumido e tinha um namorado. E a descoberta de sentimentos entre Lica e Samantha (Giovana Grigio). Bacana porque elas eram bem namoradeiras de rapazes, e aos poucos vão descobrindo que uma tem atração pela outra. 
Gostava demais da família da Tina (Ana Hikari), os pais dela estavam excelentes Lina Agifu e Carlos Takeshi. Insuportável a Malu (Daniela Galli), adoro essa atriz, costumo acompanhar muito do que ela faz. 

Ainda no elenco estão: Ângelo Antônio, Juan Paiva, Gabriel Calamari, Mikael Marmorato, Hall Mendes, Giovanni Gallo, Ed Lopez da Silva e Pablo Morais. Os colaboradores eram: Jaqueline Vargas, Luciana Pessanha, Vitor Brandt, Carolina Ziskind, Mário Viana, Bruno Lima Penido e Renata Martins, com supervisão de texto de Charles Peixoto. Várias entrevistas falam que essa Malhação foi um divisor de águas. Que agora as seguintes deverão seguir essa estrutura, de vários personagens, atenção em um em cada período com um tema. Espero que sim, gostei muito do modelo.

Beijos,
Pedrita

18 comentários:

  1. Pedrita, não segui esta temporada de Malhação diariamente, mas os capítulos que assistia, gostava muito. Foi muito bem escrita e produzida. Eu adorei a Keila, adorava escutar ela cantando! Beijos

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    1. patry, que pena que não seguiu. foi muito incrível. eu gravei os que não conseguiria ver e assistia.

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  2. Olá, tudo bem? Eu assisti ao Oscar pela TNT. Achei o Rubens Ewald Filho bem desanimado. Depois, eu vi que ele sofreu um bombardeio pelo comentário considerado transfóbico. deve ter ficado abalado com a repercussão. Bjs, Fabio www.tvfabio.zip.net

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    1. fabio, o rubens estava péssimo, deu muita informação errada. ficava zapeando pq estava tudo bem ruim. não devo ter visto qd fez esse comentário.

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  3. Olá Pedrita
    Uma temporada perfeita!
    Transgressora e histórica não tinha um casal protagonista, mas cinco garotas diferentes entre si, as "five" que surpreenderam com tamanho talento e arte, aliás a temporada honrou muitoooooo o subtítulo: Viva a diferença!
    Acompanhamos o amadurecimento delas, textos reais, sensíveis, temas relevantes pela primeira vez em São Paulo o que conferiu uma revigorada na série.
    Trilha sonora maravilhosa tb.
    E foi anunciado que é finalista do Prix Jeunesse International 2018, projeto voltado a temática juvenil com qualidade. Cao Hamburguer já levou o prêmio por Bernardo e Bianca.
    Estou com saudades ;-)
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, vc tb viu, q legal. perfeita mesmo. transgressora, histórica. realmente eu gostei da virada com o amadurecimento. mas nada forçado e mágico. continuaram adolescentes, mas um pouco mais vividas. ah, a trilha era ótima tb. um pouco óbvia nos clássicos, mas ótima tb. tb com muita saudade. estou vendo a nova, mas não achei tão nova. tentam, mas não tem a verdade dessa.

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  4. Oi Pedrita.
    Eu não vejo Malhação desde a época da Vagabanda HAHA mas todo mundo que viu essa temporada, disse que foi a melhor de todos os tempos.

    Beijos de Luz,
    Marina | www.meudoceapartamento.com

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    1. marina, a vagabanda foi muito legal mesmo. reprisou recentemente no viva. viva a diferença foi incrível.

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  5. Acompanhei uma pessoa da família, que estava internada, então ficava assistindo bastante televisão e novelas. Gostei dos capítulos que vi, apesar de não conhecer bem toda a história.
    Vi que você postou sobre Minha Vida de Abobrinha, uma animação que adorei!

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    1. bruxa, que pena que só viu um pedaço. espero que seu parente esteja melhor. tb amei minha vida de abobrinha.

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  6. Não acompanhei muito, mas o pouco que acompanhei trouxe mais realidade dos jovens do que as temporadas anteriores.
    Big Beijos,
    BLOG LULU ON THE SKY

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  7. Eu não vi essa temporada, mas gosto de saber que a série tenta ser fiel à realidade e ao espírito do tempo. Digo isso por ter lido recentemente que este programa havia se transformado em coisa de "esquerdista". Quem disse isso foi um dos trogloditas do FB, que chama de esquerdista a tudo que não entende. Então, para mim, "coisa de esquerdista" vem ganhado o significado de "coisa que merece ser considerada", rsrs.

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    1. marly, não achei esquerdista. acho que é simplificar tanta questão.

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  8. Pedrita,
    Essa temporada eu só assisti algumas vezes, eu sempre gostei de Malhação, acho o horário ótimo.

    Beijos

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    1. andréa, tb gosto do horário. é qd dou um break. se tenho evento saio logo depois. se ainda tenho pendências volto a trabalhar depois.

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  9. Acho que nunca segui Malhação.
    Mas sei que teve sempre muito sucesso.
    Quanto as "diferenças", "feminismo" ,não aguento nem mais ouvi falar. Cansou.
    É muito imposto. Tô fora.

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    1. liliane, vi algumas edições, acho que nunca como dessa vez q não perdi um capítulo, mas agora tb tenho o recurso de gravar, ou ver no globoplay, então fica mais tranquilo acompanhar. se assistisse ia entender, não era como bandeira, e sim na vivência.

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