O marcador de livros ganhei de um amigo, vieram vários semelhantes em uma caixinha.
O livro é ambientado na década de 60. Eileen é uma jovem que não se encaixa na sociedade. Perdeu a mãe de câncer, mas não tinha uma relação muito boa com os pais. Ele é alcóolatra. Eileen acredita que precisa cuidar deles. Ela acaba indo trabalhar temporariamente em um presídio de menores infratores e acaba ficando. A autora sabe construir brilhantemente os sentimentos dos personagens. A vida disfuncional de muitas pessoas. Fala muito de submundo, de vidas que não queremos olhar, dos invisíveis. Rebecca é loira no filme e quando a vi aparecer achei perfeita, meio Marylin Monroe. No livro ela é ruiva de cabelos longos e logo que apareceu achei perfeita, não podia ser diferente. Como a arte pode nos convencer na construção de seus personagens. Fui completamente volátil em aceitar a caracterização em cada expressão artística.
Acho incrível como Ottessa constrói Eileen. Carente de tudo, revoltada, ela se ilude com muita facilidade. Todos desprezam Eileen, não tem empatia com ela e a culpam por tudo, como se ela que fosse a responsável pelo pai, pela casa e ainda ter que trabalhar. Todos os conflitos que o pai cria bêbado, os policiais alertam Eileen, como se ela que tivesse que controlar o pai. Nunca falam diretamente com ele. Gosto demais como a autora vai criando a tensão e as surpresas e mais ainda como ela finaliza a trama.Ottessa Moshfegh é americana, filha de mãe croata e pai iraniano, talvez por isso compreenda tanto essa sensação de não pertencimento na sociedade.
Beijos,
Pedrita
Também nunca ouvira falar desta autora, curiosamente o livro que li a Croácia é o centro de tudo na vida do protagonista, que será bem diferente de Eileen, Zona penso que não poderia passar a filme tal é complexa e retalhada a narrativa. Eileen será um história mais linear.
ResponderExcluircarlos, gostei muito, já de olho em outro título dela. eileen passa em uma semana da vida da personagem. até o natal, quando ela vai embora da cidadezinha. ela até lembra um pouco a sua história, mas é mais o dia a dia dela.
ExcluirAh, parece bem interessante.Penso que muita gente acaba se vendo carente demais, por razões diversas (e às vezes complexas). A carência leva à ilusão de que outras pessoas são melhores do que são. E isso pode desencadear - na vida do carente - uma repetição infidável de situações danosas e indesejáveis.
ResponderExcluirBeijo
marly, eileen alterna em rebeldia, raiva e carência. sim, falta de amor faz grandes estragos. a narradora é ela mais velha, pensando sobre aquela semana. é muito interesante.
ExcluirAssisti o filme de uma indicação que levei aqui do seu blog no ano passado e achei muito bom!
ResponderExcluirDaqueles que todos deveriam ver em algum momento.
Famílias disfuncionais sempre promovem reflexões.
Agora levo a indicação do livro.
Excelente sua resenha.
luli, tb gostei muito do filme, mackenzie arrasa. o livro é ótimo tb. incrível como a autora descreve os ambientes, sensações, expressões.
ExcluirGostei, parece daquelas leituras que prendem. Gosto de temas assim, anotadinho aqui! Depois assisto o filme. srsr
ResponderExcluirBeijinho!
vanessa, acho que vai gostar sim. tanto do livro como do filme.
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