O marcador de livros ganhei de um amigo, vieram vários semelhantes em uma caixinha.
O livro é ambientado na década de 60. Eileen é uma jovem que não se encaixa na sociedade. Perdeu a mãe de câncer, mas não tinha uma relação muito boa com os pais. Ele é alcóolatra. Eileen acredita que precisa cuidar deles. Ela acaba indo trabalhar temporariamente em um presídio de menores infratores e acaba ficando. A autora sabe construir brilhantemente os sentimentos dos personagens. A vida disfuncional de muitas pessoas. Fala muito de submundo, de vidas que não queremos olhar, dos invisíveis. Rebecca é loira no filme e quando a vi aparecer achei perfeita, meio Marylin Monroe. No livro ela é ruiva de cabelos longos e logo que apareceu achei perfeita, não podia ser diferente. Como a arte pode nos convencer na construção de seus personagens. Fui completamente volátil em aceitar a caracterização em cada expressão artística.
Acho incrível como Ottessa constrói Eileen. Carente de tudo, revoltada, ela se ilude com muita facilidade. Todos desprezam Eileen, não tem empatia com ela e a culpam por tudo, como se ela que fosse a responsável pelo pai, pela casa e ainda ter que trabalhar. Todos os conflitos que o pai cria bêbado, os policiais alertam Eileen, como se ela que tivesse que controlar o pai. Nunca falam diretamente com ele. Gosto demais como a autora vai criando a tensão e as surpresas e mais ainda como ela finaliza a trama.Ottessa Moshfegh é americana, filha de mãe croata e pai iraniano, talvez por isso compreenda tanto essa sensação de não pertencimento na sociedade.
Beijos,
Pedrita