sábado, 10 de maio de 2025

Loving Adults

Assisti Loving Adults (2022) de Barbara Topsoe-Rothenborg na Netflix. Foi o primeiro filme dinamarquês feito exclusivamente pra esse streaming, começo ruim porque o filme é bem mais ou menos. É um filme policial forçado, cheio de furos e com atuações canastronas. Eu já tinha abandonado outra vez, resolvi insistir. Dá pra ver sem grandes expectativas.

A esposa era violinista e abandonou a carreira para cuidar do filho doente. São escolhas que nem sempre há como se evitar. Acho que dificilmente uma mulher agiria diferente. O filho agora é saudável, está prestes a se formar, missão cumprida. O casal está bem de vida e ele está com uma amante mais jovem. Enfim, a conta chegou. Tudo aquilo que foi escolhido a dois, decidido pelos dois, vem em peso só para um. Ela é Sonja Richter, ele é Dar Salim. O filme é cheio de reviravoltas, a polícia é incompetente.
A escolha em como contar a história não poderia ser pior. O policial, aquele incompetente, conta para a filha e narra pra nós a história. Ao final descobrimos que a filha vai se casar logo após a história e o pai quis contar para a filha pra ela não acreditar no amor. Isso mesmo, antes dela entrar na igreja. Mais tóxico impossível.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Squid Game 2

Assisti a 2ª Temporada da série Squid Game 2 (2024) de Hwang Dong-hyuk na Netflix. Foi o primeiro que comecei a assistir agora que o streaming está dentro do meu pacote com comerciais, mas demorei muito pra terminar porque é muito, mas muito forte, mesmo que sempre necessário. Eu tinha amado o primeiro, queria muito ver. A próxima será a temporada final e já tem data de estreia.

 

O vencedor do primeiro está mais revoltado que nunca. Ele nunca conseguiu gastar o dinheiro que ele chama de sujo, e que sujeira, 455 mortos valeram o prêmio. O primeiro episódio é todo do lado de fora. Ele contrata uma legião de pessoas para encontrar o recrutador, Gong Yoo. Ele quer chegar na cúpula do jogo, quer acabar com o jogo. E claro que dá errado porque vemos ele dentro do jogo novamente. Confesso que seria mais produtivo ele usar o dinheiro para ajudar pessoas desesperadas e evitar que fossem recrutadas, mas aí a série não teria continuação. Lee Jung-Jae sempre maravilhoso! Que ator!


Em paralelo o irmão do líder do jogo procura a ilha. Ele é interpretado por Wi Ha-joon
O 456 acaba entrando no jogo novamente e seu aliado é nada menos que o criador do jogo. 456 pensa que é só mais uma vítima do sistema. Lee Byung-hun quer mostrar que o 456 está errado e acaba conseguindo um pouco. Mesmo que a série sirva para o mundo de hoje, fale sobre poder, falar de jogos nesse momento se torna fundamental. Vários estão ali porque se endividaram seriamente em jogos de azar, desses que estão destruindo famílias aos montes. A pessoa joga e ganha logo no começo, se empolga, e jogo não vai mais permitir que ela ganhe. Quem não continuar e tentar tirar o pouco que ganhou, nunca vai conseguir, o sistema vai propositalmente dar erro. E pessoas com esse perfil de jogador compulsivo, acham sempre que no próximo jogo vão conseguir ganhar e pagar suas dívidas. 456 descobre que se eles votarem que não querem continuar, o sistema finaliza o jogo, divide o dinheiro e todos saem. Mas esses viciados não querem e 456 não imaginava. Eles sempre querem mais um jogo, o dinheiro ainda não é muito. Mesmo inúmeros mortos, eles querem arriscar matar mais pessoas. O roteiro é inteligentíssimo. A desilusão de 456 que começa a entender que não são só os líderes que são perversos, mas também há a manipulação. O jogo é muito, mas muito inteligente, infelizmente. Fico sempre muito reflexiva sobre a humanidade.
Os personagens são ótimos. A mãe que descobre que o filho está lá também. Militares. Uma jovem grávida que encontra o pai do filho no jogo também. Uma trans. Um alucinado. E um primo do 456.

Outro contraponto interessante é dar rosto aos atiradores. Agora conhecemos a 11. Ela quer conseguir trazer sua filha pra perto dela então aceita o trabalho. Park Gyuyoung está incrível. Como vimos no primeiro, há tráfico de órgãos de um grupo que supostamente faz isso clandestinamente, eu tenho minhas dúvidas. E a 11 acaba com o sofrimento de que todos que atira. Eles a pressionam que não seja tão eficiente, para que eles ainda estejam vivos, mas ela continua atirando com precisão. A Netflix oferece um documentário com entrevistas que gostei muito também. Estou ansiosa pra temporada final.
Beijos,

Pedrita

terça-feira, 6 de maio de 2025

O Quarto ao Lado

Assisti O Quarto ao Lado (2024)  de Pedro Almodóvar na Netflix. Imagine juntar Almodóvar, Tilda Swinton e Julianne Moore, claro que sairá algo próximo a perfeição. Que filme poético, triste, sem ser melodramático!

Eu relutei em ver porque não vejo filmes que falam de doença, até porque a maioria apela ao melodrama, músicas trágicas, muito choro. Como é Almodóvar, achei que daria para arriscar e encontrei um filme que fala de morte o tempo todo com poesia, sem exageros e muitos silêncios. Dá pra fazer um filme com um tema tão difícil sem carregar em músicas incidentais oportunistas. A delicadeza do filme me tocou profundamente.
Juliane Moore é Ingrid, uma escritora de renome, está em mais um lançamento de seu livro e fica sabendo que sua amiga, que há tempos estavam afastadas, está com câncer no hospital. Ela vai visitá-la e começa uma bela relação de amor e cumplicidade. Uma união que faz juz a máxima: ninguém solta a mão de ninguém. O câncer da amiga é nos ossos. Ela conta que está há anos em tratamento, que recusou no começo. Parece que nos Estados Unidos não é obrigatório acompanhante, então ela está sempre sozinha no quarto. E parece que as duas estão muito bem nas finanças. Tilda Swinton é Martha, uma repórter de guerra. Quando o câncer volta a se espalhar, ela se decide pela eutanásia que é crime nos Estados Unidos.
Ela pede que a amiga fique no quarto ao lado. Ela reluta um pouco em aceitar, mas cede. Elas tem conversas lindas, falam do passado, de seus trabalhos. Martha foi casada com Damian de John Turturro, quando se separou a amiga teve um romance com o ex. Martha conta que acompanhou inúmeros fins de militares nas guerras que trabalhou, quando não tinha a mínima possibilidade de socorro. Ela tem uma compreensão muito peculiar da morte e estabelece as regras de convivência. Quando a porta do quarto estiver fechada, o momento chegou. Elas passam a ter uma bela relação na lindíssima casa que Martha aluga. A vista é maravilhosa, no meio do nada, entorno de mata. Ingrid vai ter que fingir para a polícia que nunca soube das intenções da amiga. A deslumbrante Casa Zsoke da filmagem fica na Espanha.
Almodóvar é cirúrgico ao final. Ingrid vai depor e é tratada como criminosa. O policial trata como suicídio e não eutanásia e intimida Ingrid o tempo todo. Quando ele diz que é religioso, sendo que investigação precisa ser laica, Ingrid resolve chamar a advogada que já tinha sido preparada para essa situação. Incrível o diretor colocar o fanatismo religioso tão em voga atualmente para fazer doer o que já dói e trazer uma infinidade de preconceitos individuais as escolhas dos outros.
Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 5 de maio de 2025

To Catch a Killer

Assisti To Catch a Killer (2023) de Damián Szifron no Max. É um bom filme do gênero, mas com cenas forçadas e muitos furos. Preferiram seguir a fórmula de bolo do cinema americano à risca, o que prejudicou o resultado. O diretor é argentino.
 

Eu gosto muito da Shailene Woodley e foi o motivo de começar a ver. o filme Ela é policial iniciante. O começo é muito bem feito. É Ano Novo. Muitas festas em coberturas, quando pessoas de vários lugares começam a ser assassinadas aleatoriamente. O filme peca em querer transformar a jovem em heroína, fica forçado e menospreza a experiência dos outros profissionais. Ela que desvenda tudo praticamente sozinha, o que torna o filme forçado e artificial. Ben Mendelsohn percebe o olhar da jovem e o fato dela parecer entender o atirador melhor que eles e a inclui na equipe. Jovan Adepo é quase figuração. De novo quiseram mostrar que são inclusivos, mas ele é quase inútil no filme.
Gostei que mostrou o jogo de poder entre as polícias, FBI, todos querem o crédito da captura do assassino. Embora não original, mostra bem o assédio moral entre os decisores e a pressão por desvendar. O ruim é a forçada final. Está dando tudo errado, eles não tem nem o nome do assassino, são destituídos da investigação. Ela vai desolada pra casa e olhando na banheira o teto descascado descobre tudo. Eles tem algumas horas pra entregar o posto e começa o corre-corre clássico do gênero para desvendar a tempo. 
Beijos,
Pedrita