A peça é toda entrecortada com vários momentos sem ordem cronológica. O texto do Lauro César Muniz é incrível. Acho fascinante como ele escreve sobre relacionamentos e como os relacionamentos do protagonista são conflitantes. Ele se casa com Olívia, filha de militar, é inclusive o pai dela Major que ajuda Marcelo quando ele é levado para depor. A relação dos dois é baseada na força, na violência. Ele é interpretada por Deborah Graça.
Em contraponto ele tem um relacionamento com a zen Leda, interpretada pela Tatiana Passarelli.
Seu último relacionamento é com a jovem Cláudia interpretada pela Fernanda Mammana. Aparentemente fútil, vamos aos poucos conhecendo os seus dramas. É uma peça de várias mulheres fortes em uma época que as pessoas se relacionavam como os seus temperamentos, sem a tentativa atual de nivelar todas as relações no amor romântico. Cada relacionamento de Marcelo tinha seus próprios códigos.
Dico Paz faz dois personagens, o pai militar do protagonista, e o filho que ironicamente deseja ser militar também. Os figurinos de Milton Fucci são de arrasar. Amei também o cenário de Thiago Capella Zanetta. Essas fotos maravilhosas foram clicadas por Demian Golovaty. Adorei o espetáculo que foi escrito e censurado em 1972. Lauro César Muniz conseguiu liberar o texto em 1979 quando teve uma montagem histórica com Marcelo sendo interpretado por Antonio Fagundes. Sinal de Vida está em cartaz até 9 de junho.
Beijos,
Pedrita