segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Recital de Tony Yang

Assisti ao recital de Tony Yang no Festival Chopin no Theatro Municipal de São Paulo. Que pianista incrível! Estou emocionada até agora. Todos os pianistas desse festival são laureados no Concurso de Varsóvia. Em 2015, com apenas 16 anos, Tony Yang foi 5º lugar. O pianista nasceu em Chongqing, na China e foi criado no Canadá.

O momento mais marcante foi quando ele interpretou Vallée d´Obermann de Liszt. Me arrepiei várias vezes, me emocionei demais. Lindíssima!

Programa completo

W A.Mozart  (1756 – 1791)

Variações “Lison Dormait” em Dó maior, K. 264   

Tema: Andante (Dó maior)

Var.9: Allegro – Cadenza – Tempo I

Sonata No. 4 em Mi bemol maior, K. 282     

F. Liszt (1811-1886)   

Vallée d´Obermann  de “Anos de peregrinação” I (Suíça), S.160 Nº6    

F.Chopin (1810 -1849) 

Polonaise-Fantasia em Lá bemol maior, Op. 61

Sonata No. 3 em Si menor, Op. 58

As próximas três apresentações do Festival Chopin acontecem na Sala São Paulo.





Beijos,
Pedrita

sábado, 5 de outubro de 2024

Brava Serena de Eduardo Krause

Terminei de ler Brava Serena (2018) de Eduardo Krause da Dublinense. Eu vou há anos na banca da editora na Festa do Livro da USP e Eduardo Krause foi um grande anfitrião vários anos. Agora ótimos outros vendedores estão no lugar dele. Na primeira vez fui buscar um livro do José Luiz Peixoto. Ótimos vendedores, saí de lá com vários, e muitos entre os melhores livros que já li na vida como No Fundo do Poço de Buchi Emecheta. Eles viram que eu adoro obras de escritoras e a editora tem vários, me indicaram alguns. Até que uns anos depois descobri que o livreiro tinha obras publicadas que eu ignorava sumariamente. Resolvi corrigir essa falta e descobri essa preciosidade.

O marcador de livro é parte de um calendário bem antigo e amarelado, com imagens de Roma, que alguém me enviou pelo correio.

E por que Marcello Mastroianni na capa e agora no pôster? Porque o personagem era a cara dele. Como ele dizia, o Mastroianni dos últimos filmes. O personagem se incomodava muito que as pessoas só lembravam sempre de um ou dois filmes com ele, sempre os mesmos. Escolhi I Girasoli de Victtorio de Sica, com outra grande e deslumbrante atriz, Sofia Loren, ainda Sofia, sem o atual Sophia. Entre meus filmes preferidos. Eu cantava a música ao piano, tocava depois também. O Mastroianni brasileiro viaja para Roma. Ele ainda é jovem, mas se considera um idoso com pouco mais de 70 anos. Ele quer reviver todos os locais que passou com sua linda e adorada esposa Alice, já falecida há décadas, mas isso vamos descobrindo aos poucos.

Roberto se hospeda em um prédio cheio de quartos onde moram as proprietárias Serena e sua mãe. É nas madrugadas que assiste o programa apresentado por Ambra Angiolini (foto), conhecida pela T´appartengo. Roberto e Serena ridicularizam a breguice da música que estou viciada. Experimentem também a versão de Ebbanesis. As duas tem no Spotify. Ambra era a cara da esposa de Roberto. Brava Serena é um livro sensorial. Parecia que eu andava com eles por Roma, pela Itália, pela gastronomia, pelos cinemas, filmes, música. O que não faltam são pratos e mais pratos de guloseimas, regados a muito vinho. É um livro de sensações, sentimentos e profundamente cinematográfico. Daria um belo filme ou série.
La Dolce Vita é um dos filmes que o protagonista não aguenta mais que mencionem. O livro é uma delícia! E profundamente surpreendente no final. Sim, eu já tinha ideia que ia para algum caminho parecido, mas jamais imaginei os desdobramentos, brilhante. É um delicioso livro pra ser levado como companheiro em viagens.

Espero que eu não frustre o autor com um texto tão simples com sua obra e com ilustrações bem diferentes das tradicionais obras de arte que ele tanto gosta.



Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Uma Família Feliz

Assisti Uma Família Feliz (2022) de José Eduardo Belmonte no Telecine Premium. Apesar do cartaz anunciar que o filme entrou no streaming, isso ainda não aconteceu. Tive que ver voltando pelo controle remoto. O roteiro de Raphael Montes é inacreditável! Que filme desconcertante! A direção criou tanta tensão que o filme é praticamente de terror. Eu vi sem ler nada, só sabia que não era uma família feliz.

Começa com a personagem da Grazi Massafera enterrando uma criança, pegando o carro com outra e provocando intencionalmente um acidente. O filme vai para o passado e vamos tentando entender o que aconteceu. Grazi está impressionante! Que atriz! O personagem dela é muito, mas muito complexo. Reynaldo Gianecchini é o pai dedicado. E como é grosseiro com a esposa. Ele não perde um momento que seja pra diminuí-la. 
Pra piorar ela engravida e tem um bebê. Como toda mãe nessa situação, ela está sempre sonada. E a mãe parece que tem depressão pós-parto, mas ninguém parece pensar ou conversar sobre isso. Eles tem uma vida bem confortável. A mansão é belíssima! Mas o pai o tempo todo diz que não é possível contratar ajuda e sugere que a esposa largue o trabalho dela. Ela é artesã, faz bonecas que parecem bebês de verdade, é reconhecida, já teve matérias sobre o trabalho, mas ele diz que ela fica brincando de boneca. Reynaldo Gianecchini também está ótimo. O bebê e a filha aparecem machucados, a irmã diz que foi a mãe, começa então o inferno dessa mãe, mas a gente não sabe em quem acreditar. A mãe começa a desconfiar do marido.
A inabilidade dessa família pra lidar com os conflitos é irritante. Primeiro porque antes mesmo do bebê nascer, uma das filhas já tinha uma grave doença. E ninguém faz tratamento com terapeutas, nem as filhas, nem os pais, pra lidar com a doença. Então quando a violência aparece na família, há silêncios, falta de diálogo. É um horror! As meninas são Luiza Antunes e Juliana Bim. A vizinhança também é pavorosa. Mesmo sabendo que há crianças na casa, não pensam duas vezes em provocar violências com a família e vulnerabilizar ainda mais os filhos. Que filme!
Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Recital de Alexander Gadjiev

Assisti ao recital de Alexander Gadjiev no Festival Chopin na Sala São Paulo. Que concerto! Que pianista! Foi lindo demais! O festival traz sempre pianistas laureados no Concurso Chopin de Varsóvia. Alexander é ítalo-esloveno.

No repertório além de Chopin ele interpretou Liszt, Scriabin e Beethoven. Uma das obras do bis foi uma belíssima Debussy. 

Programa completo

F. Chopin (1810 -1849) 
Noturno Nº1 em Fá maior Op.15    
Prelúdios Op. 28

Nº 23 em Fá maior         

 Nº 22 em Sol menor     

Nº18 em Fá menor        
Nº13 em Fá sustenido maior      
Scherzo nº3 em dó sustenido menor Op.39      
Mazurkas

Op 68 nº 3 em Fá menor          

Opus 24 nº2 em Dó maior      

Opus 50 nº3 em Dó sustenido menor   

Opus 6 nº1, em Fá sustenido menor      

Opus 63 nº3   Dó sustenido menor     
Polonaise  em Lá menor  Op. 53 ( Heróica)    

F.
Liszt   ( 1811-1886)

Funerais S173   Harmonias Poéticas e Religiosas      

A.
Scriabin (1872- 1915)

Sonata nº9 Op.68      
L. Van Beethoven (1770 – 1827)

Variações da Heróica em Mi bemol maior Op. 35   


Alexander Gadjiev foi o primeiro pianista a se apresentar no Festival Chopin. Terão mais 4 pianistas na programação, 3 se apresentam na Sala São Paulo e um no Theatro Municipal de São Paulo. Eu amo esse festival! Tem no Spotify uma playlist Festival Chopin 2024.



 

Beijos.
Pedrita

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Jantar com Beatriz

Assisti Jantar com Beatriz (2017) de Miguel Arteta no Star na Disney. Não entendi porque esse filme está em comédia. O roteiro é de Mike White. O diretor nasceu em Porto Rico.

O debate do filme é urgente, Salma Hayek está ótima, a construção do filme é mais ou menos. A protagonista é uma profissional da saúde alternativa. Ela tem o dom de acalmar e energizar pessoas, então trabalha em uma instituição que trata de pessoas e crianças com câncer. O filme se passa em um único dia. Muito sensível, ela está sofrendo muito porque mataram sua cabrita. Ela tem um carro velho, uma vida financeira mais ou menos e atravessa a cidade para ir a casa de uma milionária que a adora. A dona da casa, Connie Briton, é muito grata a tudo o que a profissional fez a sua filha que está em tratamento de câncer. O carro da profissional não pega na hora de ir embora, então a dona da casa sugere que ela participe do jantar de negócios que seu marido promove. 
Como acontece com pessoas milionárias, os convidados são descolados da realidade. Com egos inflados e por serem idolatrados no grupo, se vangloriam dos horrores que praticam como se fossem troféus. Li que o diretor tinha ficado horrorizado com aquele homem no safari que tirou a foto armado ao lado de um animal abatido. Então o milionário convidado, John Lithgow, faz exatamente isso, mostra no celular um rinoceronte que abateu e conta que vai novamente caçar no safari na África do Sul. Li que o filme foi feito antes de Trump chegar ao poder e que o filme acaba espelhando muito dos horrores que os Estados Unidos e os imigrantes viverem nesses tempos escuros.

A jovem fica horrorizada no jantar. Claro que ela é vegetariana, toda preocupada com o meio ambiente, com o planeta. Mesmo antes da foto ela se confronta com o milionário. Eles passam a travar um verdadeiro duelo, como a caça e o caçador, e eles se alternam nos papéis de presa e algoz. O milionário enriqueceu com especulação imobiliária. Poderoso e cheio de dinheiro derrubou matas, casas, para enriquecer mais a si e aos outros. E é aplaudido o tempo todo no jantar. Todos ficam constrangidos com a jovem atônita. Ela é mexicana e acha que foi esse milionário que destruiu as terras onde ela e seu povo morava. São horríveis as perguntas dos convidados a jovem, se ela está ilegal no país, se ela tirou emprego de alguém, se colabora economicamente para o bem do país e como se eles fossem donos do país e não só mais um habitante na terra. Como se só pudesse estar lá se contribuísse como uma imigrante regularizada. Eu fiquei imaginando como o filme terminaria, estava difícil imaginar um desfecho. Parece que o diretor teve a mesma dúvida. As soluções são estranhas. Os milionários cometendo crimes ambientais soltando balões e a jovem se matando no mar.
Beijos,
Pedrita