sábado, 17 de abril de 2021

O Julgamento dos 7 de Chicago

Assisti O Julgamento dos 7 de Chicago (2020) de Aaron Sorkin na Netflix. Continuo vendo os filmes que concorrem ao Oscar, esse é o melhor que vi até agora. Em 1968 várias pessoas seguiram para Chicago onde aconteceria a Convenção do Partido Democrata para protestar contra a Guerra do Vietnã. Os Estados Unidos tinham intensificado o recrutamento de americanos pra guerra que muitos eram contra.

Uma série de incidentes levaram ao confronto violento da polícia nos jovens. Alguns conservadores resolveram usar uma lei local que nunca tinha sido aplicada pra punir os líderes dos grupos, mas pra isso precisariam provar que todos se organizaram em quadrilha, que se conheciam. Só que os grupos eram muito diferentes. Na época muitos eram contra um dos maiores erros do Estados Unidos, a Guerra do Vietnã, que dizimou não só muitos soldados americanos como inúmeros civis vietnamitas. 
O julgamento é absurdamente antidemocrático. Os advogados eram diferentes, porque os acusados eram diferentes. Tinham hippies, interessados em política, pacifistas e o grupo Pantera Negra. Só o negro foi preso e ele só estava palestrando em outro local. Ele era o único que entrava algemado. O advogado dele estava doente no hospital e o negro avisava o tempo todo que estava sendo julgado sem o direito constitucional de ter um advogado. A condução toda do julgamento é deplorável. No final um texto diz que o juiz tinha sido considerado por inúmeros casos o mais parcial. O desrespeito é assustador. 

O filme é muito bem realizado e conduzido. O elenco é incrível: Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong, Yahya Abdul Mateeen II, Eddie Redmayne, John Carrol Lynch, Frank Langella, Mark Rylance, Alex Shar, John Doman, Joseph Gordon Levitt, Michael Keaton e J.C. Mackenzie. Muito importante que a história seja contada.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Allen v. Farrow

Assisti ao documentário Allen v. Farrow (2021) de Kirk Dick e Amy Ziering na HBO. Há uns anos eu li uma carta de Dylan Farrow e fiquei muito chocada. Comentei com amigos, que sem ter lido a carta e sem conhecer detalhe,s foram em defesa de Woody Allen. Quem sofreu qualquer tipo de violência na infância sabe ler as entrelinhas daquela carta, sente o medo, a dor e a injustiça de ser constantemente desacreditada. Depois da leitura dessa carta eu nunca mais vi filmes do Allen. O documentário questiona exatamente isso, se devemos abandonar a arte de alguém porque não é equilibrado. Se os artistas precisam ser sem pecados. Se devemos misturar os sentimentos da arte e da pessoa.

Eu não sabia que Mia Farrow tinha 7 filhos antes de conhecer Allen. Como eles sempre foram muito unidos, fizeram muitos filmes juntos, eu sempre achava que a constituição familiar tinha sido em conjunto. Mia tinha filhos de um casamento anterior e tinha adotado outros. Allen não queria proximidade com os filhos de Farrow. Eles viviam em casas separadas. Ela quis ter outro filho, Allen concordou, não conseguiu e adotou Dylan, logo depois teve outro filho com Allen. Eles se separaram quando Farrow encontrou fotos sexuais de sua filha adotiva na casa de Allen. Allen está até hoje casado com Soon-Yi e tem filhos com ela.
Fiquei feliz de saber que Dylan reconstruiu a sua vida. Ela casou-se e tem uma filha. É muito difícil quem sofreu abuso conseguir superar os traumas e ter relacionamentos.

O documentário menciona vários casos de profissionais de Hollywood talentosos que sofreram acusações como o produtor Harvey Weinstein. E fala o quanto Hollywood sempre protegeu esses acusados como Roman Polanski e Michael Jackson. Inclusive foi após esse caso e com o #MeToo que muitos passaram a dar credibilidade as denúncias. E muitos passaram a apoiar Dylan como Natalie Portman e Oprah Winfrey.

Beijos,
Pedrita 

terça-feira, 13 de abril de 2021

Influência

Assisti Influência de Denis Rovira Van Boenkholt (2019) na Netflix. Fim de semana é de filme de fantasminha, esse é mais de bruxinha, mas que já estão fantasminhas também, ou quase. Que filme tosquinho! Como o filme é espanhol, alguns críticos brasileiros são cuidadosos nas críticas, ah se o filme fosse brasileiro. Mas não dá muito pra ser generoso não, o filme é bem kitsch mesmo.

 

Como vocês reparam, as interpretações são toscas também. Uma família, pai, mãe e filha chegam em uma casa. Lá está a irmã que cuida da mãe em coma em casa, a mãe colocou em documento que queria passar o tempo em coma em casa. O seguro só paga cuidador durante o dia, eles terão que se revezar à noite. A casa é literalmente um pavor, suja, cheia de objetos macabros, bichos em vidros. A irmã pergunta porque não há alguém que limpe, a irmã diz que a mãe expulsou todas. Mas como assim? A mãe não está em coma sem abrir os olhos? Eu tinha contratado uma equipe de limpeza assim que chegasse.

A menina começa a falar com a avó em coma, a gente não ouve a avó como eu disse, mas a menina responde. E arruma uma amiga fantasminha pra lá de aterrorizante. O filme é bem violento, bem assustador, mesmo que tosco. No elenco estão: Manuela Vellés, Claudia Placer, Maggie Civantos, Alain Hernadez, Emma Suárez e Daniela Rubio. Por que eu vi esse filme até o fim? Porque eu tenho uma tolerância insana com filmes de fantasminhas.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Mank

Assisti Mank (2020) de David Fincher na Netflix. Mais um filme que concorre ao Oscar. É quase um documentário que conta como o roteirista Herman Mankiewisck interpretado por Gary Oldman escreveu o roteiro de Cidadão Kane. O filme mais parece um documentário antigo, bastante cansativo. E parece que achavam que todos conheciam aquelas pessoas e histórias, é difícil acompanhar sem recorrer sistematicamente a pesquisas. Tenho minhas dúvidas se alguém consegue entender só assistindo ao filme. 

Após um acidente de carro, esse roteirista é levado para uma casa com uma enfermeira e uma datilógrafa para escrever um roteiro para um filme do Orson Welles. Mank escreve o roteiro de Cidadão Kane, filme de grande sucesso, que critica muitos americanos. O filme ganhou Oscar de Melhor Roteiro. Mank havia assinado em contrato que abria mão dos direitos do roteiro que seria assinado por outra pessoa, mas muda de ideia. Orson Welles fica bravo. Incrível como as pessoas se acham no direito de se apropriar do trabalho intelectual dos outros. Amanda Seyfried interpreta Marion Davies, atriz e casada com um milionário William Rodolph Hearst interpretado por Charles Dance.

O filme é bastante político, já retratado em outros. Quando o mundo tinha pavor dos comunistas e cometiam verdadeiras atrocidades pra poder manter os conservadores no poder. Mank era socialista, tentava explicar a diferença, mas ninguém se interessava. O elenco é grande, alguns são: Lily Collins, Tuppence Middleton, Monika Gossmann e Tom Burke. Quero rever Cidadão Kane agora.

Beijos,
Pedrita