sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A Ninfa Inconstante

Terminei de ler A Ninfa Inconstante (2008) de Guillermo Cabrera Infante. Comprei esse livro da Coleção Literatura Ibero-Americana da Folha de S.Paulo. Os livros saíam aos domingos no jornal e custam somente R$ 16,90. Ainda é possível comprar a coleção toda pelo site ou mesmo comprar os livros avulsos e pedir pra entregar. Eu gostei muito dessa coleção porque trazia livros de países que pouco conhecemos, principalmente que pouco conhecemos de sua literatura. Guillermo Cabrera Infante é cubano, acho que nunca li um livro cubano, pelo menos esse autor eu não conhecia. A Ninfa Inconstante foi publicada postumamente.
Obra de Jorge Luis Vega

Um jornalista vê uma moça, ele é mais velho, ela jovem, vai falar com ela, acaba se relacionando e fugindo. Ela tem 16 anos. Vários fatores eu gostei. Eles não tem uma paixão avassaladora, parece mesmo que queriam um motivo para fugir de suas vidas. Ela vivia com a madrasta, mas seu pai não é mais vivo e a madrasta casou de novo. A relação não é boa. Ele é casado. Ele faz muitas citações de autores, fala de música, ela não conhece nenhum dos nomes que menciona. Os diálogos são uma preciosidade.A falta de comunicação dos dois. Gostei muito também da facilidade na construção dos diálogos. Acho fascinante quem escreve diálogos com tanta fluidez.

Obra de Nestor Alejandro Chávez Lavín

Trechos de A Ninfa Inconstante de Guillermo Cabrera Infante:

“O passado é um fantasma que não se deve convocar com médiuns ou invocar com abra-essa-obra.”

“- Eu não. Um amigo que se chama Ovídio.
- Ovídio? Que raio de nome é esse?
- É um nome latino.
- Latino-americano?
- Não diria tanto.”

“- O amor é assim. Cego como Bach, surdo como Beethoven, mutilado como Van Gogh.
- Ui. Quanta gente.”

Tanto os pintores, bem como o compositor, são cubanos como o autor.



Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cidade dos Homens

Assisti Cidade dos Homens (2007) de Paulo Morelli no Telecine Action. Eu tinha gostado bastante de Cidade de Deus e esses filmes e séries posteriores foram criados pelo sucesso dos anteriores. A série foi em 2002 e esse filme veio depois. A produção é do Fernando Meirelles. Eu gosto muito dos atores que fazem o Acerola e Laranjinha, Douglas Silva e Darlan Cunha. O tema central é a paternidade. Acerola foi pai aos 18 anos, não se acha preparado e seu amigo Laranjinha nunca soube quem é seu pai e começa a investigar. De pano de fundo a guerra entre duas facções pelo controle do morro e do tráfico.


Gostei bastante, é um bom filme, ótima produção e algo que gosto muito é a ampliação de atores do elenco que hoje circulam no cenário televisão, teatral e cinematográfico brasileiro. Gosto demais do Jonathan Haagensen que faz o chefe do morro e do tráfico.  Lindas as moças: Camila Monteiro e Naima Santos. Vários outros atores fizeram participações: Rodrigo dos Santos, Babu Santana, Maurício Gonçalves e Fábio Lago.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Leonardo Jaffé e Coral da Cultura Inglesa

Assisto ao Concerto do Centro de Música Brasileira com o violinista Leonardo Jaffé, acompanhado do pianista Lucas Metler e na segunda parte com o Coral da Cultura Inglesa sob regência do maestro Julio Sergl. Leonardo Jaffé tem somente 14 anos, ele integra a Orquestra Instituto do Grupo Pão de Açúcar. Gosto muito que o Centro de Música Brasileira prestigia compositores eruditos brasileiros. Esse ano a homenagem é a Osvaldo Lacerda, os grupos sempre interpretam obras desse compositor que criou o CMB. Leonardo Jaffé contou que precisava então escolher uma obra desse compositor para interpretar, escolheu Três Danças Brasileiras Antigas (violino e piano) Chote, Lundú e Valsa. Contou que depois achou um programa antigo de uma apresentação do seu avô que tinha exatamente essa obra.Belíssima a obra Encantamento de Camargo Guarnieri. Outras que o violinista interpretou foram Ernani Aguiar - Meloritmias nº 6 ( para violino solo ) e de Villa-Lobos - Cisne Negro (violino e piano).

O Coral da Cultura Inglesa comemora 30 anos, é óbvio, mas eu não sabia que o coral só interpreta obras em inglês. Para os 30 anos o coral prepara um CD e pediu para os compositores brasileiros que fizessem ou cedessem músicas comemorativas em inglês para o grupo. Só a de Osvaldo Lacerda é que foi em português, a Oração para Aviadores que tem o belíssimo poema do Manuel Bandeira.  Gostei muito da London Underground de Gilberto Mendes. As outras do repertório foram Ernst Mahle - Psalm100, Ernani Aguiar - Salmo 149 e Ronaldo Miranda - A Celebration of Joy. Em alguns momentos o coral tocou a capela, em outros com o pianista  João Antonio Parizoto Filho e em uma com o próprio maestro ao piano.

Beijos, 
Pedrita

domingo, 28 de outubro de 2012

Coco Antes de Chanel

Assisti Coco Antes de Chanel (2009) de Anne Fontaine no Max. Eu queria muito ver esse filme, inclusive nos cinemas, mas não consegui, também demorei a poder ver desde que estreou na tv a cabo. Coco Antes de Chanel é uma co-produção entre França e Bélgica. Gostei demais! Fala de Gabrielle Chanel, um pouco de sua infância e sua história antes de montar o seu ateliê. Eu conhecia muito pouco de sua história. Ela e a irmã foram deixadas pequenas em um orfanato pelo pai, todo domingo, dia de visita, ela ia esperar o pai para ver se ele ia visitá-las, mas ele nunca foi.

Depois o filme salta para o período que ela e a irmã cantavam em um bar, foi a música que deu o apelido de Coco para Gabrielle. De dia Gabrielle fazia serviços em ateliês de costura, pequenos reparos. A irmã se apaixona por um oficial e Coco, sempre prática, percebe que um outro teria muitas conexões e que seria interessante se aproximar. Ele era um homem mais liberal, muito rico, ela fica um período na casa dele onde conhece atores e pessoas ricas. Ela nunca gostava dos exageros das roupas da época, muitas flores, laços, cores, e sempre arruma suas próprias roupas. Começa a arrumar chapéus de palha que ficam famosos entre as mulheres que frequentavam a casa.

Gostei muito que apesar do histórico familiar, Coco Chanel nunca se vitimou, era até um pouco ranzinza, determinada, de forte personalidade, mas não falava de seu passado e nem manobrava as pessoas se fazendo de coitadinha. Sempre tinha uma firmeza e presença muito marcante. Audrey Tautou está ótima como Coco Chanel. Os outros atores também são ótimos: Benoît Poelvoorde, Alessandro Nivola,  Marie Gillain e Emmanuelle Devos. Os cenários (Nathalie Roubaud), figurinos  (Catherine Leterrier) e fotografia (Christophe Beaucarne) são muito bonitos.



Beijos,
Pedrita