sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

O Convite ao Prazer


Assisti O Convite ao Prazer (1980) de Walter Hugo Khouri no Canal Brasil. Khouri está entre meus diretores preferidos e o canal resolveu fazer uma mostra com alguns de seus filmes. Esse é um filme erótico sobre relacionamentos. Um é dentista, de classe média e recebe em seu consultório seu amigo riquíssimo do colégio. 


Os dois são casados e tem uma infinidade de relacionamentos extra conjugais. O dentista leva mulheres no consultório já que a mulher controla tudo e é muito ciumenta. A milionária sabe que o marido leva as mulheres em uma cobertura, já foi até conhecer o local. Até pensa em se separar, mas não porque o marido está sempre na cobertura. As duas mulheres são lindas, a belíssima e saudosa Sandra Bréa e outra não menos linda, Helena Ramos. Os diálogos são impressionantes.
Os dois são podres e interpretados brilhantemente por Serafim Gonzalez e Roberto Maya. Primeiro são só mulheres contratadas, mas o milionário se abusa do poder e dos empregados para ter o que quer. As atrizes são lindas e talentosas: Kate Lyra, Nicole Puzzi, Aldine Muller, Alvamar Taddei e Patricia Scalvi.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Eu, Daniel Blake

Assisti Eu, Daniel Blake (2016) de Ken Loach na Netflix. Nossa, que filme, que trágico! Quem não está bem nessa época não aconselho a ver. Mas acaba sendo fundamental, temas tão profundos, e nós brasileiros acabamos tendo muita identificação na humilhação que o protagonista passa. O roteiro é de Paul Laverty.

Um víuvo, excelente trabalhador e carpinteiro, é proibido de trabalhar por um problema cardíaco e a médica diz para ele procurar auxílio financeiro no estado para sobreviver. Ele insiste se não pode continuar a trabalhar, mas ela é categórica. Ele começa então um processo burocrático para conseguir o auxílio e claro, não consegue. O estado não considera os laudos médicos e orienta ele a conseguir o seguro desemprego, mas ele tem que participar de palestras para fazer currículos e tem que procurar emprego. Ele diz que a médica proibiu, mas eles são irredutíveis. Fora  a dificuldade de ele falar com os sistemas, sejam eletrônicos ou virtuais. Como no Brasil, fala com atendentes não médicos que resolvem julgar laudos médicos. O cadastro do seguro desemprego só pode ser virtual e ele não tem computador, mas o sistema é irredutível. O quanto isso acontece hoje, a pessoa praticamente sem dinheiro pra comer tem que ter computador, pagar acesso a internet. E quem é desinformado é capaz de achar que existam computadores disponíveis, não é tão simples assim. E que adianta um computador se ele não sabe usar? E por que ele tem que ser obrigado a saber usar? Os sistemas cada vez mais desumanos, pessoas quase robôs, vão humilhando pessoas que estão em situação de absurda vulnerabilidade. Se ele pudesse trabalhar, fazer o que ama, ele continuaria trabalhando, não está nessa situação porque quer. O filme foi baseado em relatos de várias pessoas que passaram por essa situação. Como acontece muito no Brasil. E com a pandemia vemos ainda mais. A facilidade com que falam em aulas virtuais, sem entender que famílias inteiras tem um celular só, pouco dinheiro pra créditos de internet. E a humilhação pelo auxílio emergencial? Juravam que dava pra fazer virtualmente, mas muitos não conseguiram e ficavam horas na fila aglomerando pra tirar uma dúvida porque por telefone nunca conseguiam. O filme parece um espelho de toda essa humilhação que vimos. Dave Johns está impressionante!
 
Ele acaba conhecendo uma família em situação parecida de vulnerabilidade. Inicialmente ele acha a situação dela pior, mas a dele vai piorando da mesma forma. A mãe tinha perdido o apartamento por falta de pagamento de aluguel e viveu com os filhos em um quarto em um albergue até que conseguiu uma casa muito longe da escola das crianças. Ela dá o que tem de comer aos filhos e come uma ou outra fruta quando consegue. Tenta emprego de tudo quanto é forma, de faxineira, qualquer serviço, serviços gerais em hotéis, mas não consegue. Sem dinheiro pra pagar a luz, passam muito frio no inverno. Blake que ajuda, ele tem muita experiência em materiais, coloca plástico bolha nas janelas pra segurarem o calor do dia, vasos de barro com velas pra ficar quente e aquecer o ambiente. Como ele ajuda essa família. Ótima atriz que faz a mãe, Haylay Squires. E as crianças, nossa, que graça, Briana Shann e Dylan McKiernan.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Cidade Invisível

Assisti a série Cidade Invisível (2012) de Carlos Saldanha na Netflix. Nossa, que série! Não queria parar de ver. Mal estreou já está entre as séries mais vistas. Saldanha é sempre genial, ele cria histórias que tem em seu cerne a história do país, mas principalmente sobre florestas e meio ambiente, na importância da preservação do meio ambiente. Nos filmes anteriores falou com as crianças, colocando animais em extinção como protagonistas. Agora colocou lendas como personagens.


Eu tinha lido que Marco Pigossi tinha aceito participar de uma produção da Netflix. Ele é um policial, sua esposa trabalha em uma comunidade na floresta. Em uma festa, a floresta pega fogo e ela morre. Ele começa a investigar e coisas estranhas começam a acontecer. Um boto cor-de-rosa aparece morto em uma praia do Rio de Janeiro.


Há muita surrealidade, realismo fantástico, que eu adoro. As histórias são baseadas nas lendas da Cuca, Tutú Marambá, Saci, Curupira e Iara. Muito bacana! Os seres que estão no meio dos mistérios são as lendas. 

Incrível o Curupira que quando se muda para a cidade se perde, acaba a sua identidade, se marginaliza. O Saci vai viver em uma ocupação. A miséria os atacam. Muito bom também mostrar que o antigo caçador e destruidor da mata tem um filho (Rubens Caribé), responsável por um empreendimento que jura que vai preservar a mata enquanto constrói. E uma comunidade começa a ser pressionada a aceitar a indenização e largar as suas casas. Apesar de temas tão densos a série é muito envolvente, cheia de mistérios, lendas, não queria fazer outra coisa. E que elenco!
Lindíssima a Iara, Jessica Cores. Alessandra Negrini interpreta a Cuca, Fábio Lago, o Curupira, Wesley Guimarães o simpático Saci, Victor Sparapane o Boto Cor-de-Rosa, Jimmy London e Corpo-Seco, Eduardo Chagas. Essas lendas sempre estiveram no meu imaginário, não porque eram contadas em casa, mas porque li um pouco Monteiro Lobado e amava o Sítio do Picapau Amarelo.
Linda demais a menina que faz a filha do casal, Manu Dieguez. Gosto  muito das atrizes que interpretam a mãe da menina, Julia Konrad e a avó, Thaia Perez. O elenco é incrível. A policial que trabalha com ele é interpretada por Áurea Maranhão, o chefe por Samuel Sieg. José Dumont  interpreta um personagem que mora na floresta e tenta preservá-la, diferente de seu filho interpretado por Samuel de Assis. A jovem grávida por Tainá Medina. Fazem participações Ivan de Almeida, Nica Bonfim e Teca Pereira.
Beijos,
Pedrita