A personagem da Ingrid Bergman é uma fugitiva da Segunda Guerra. Ela está em um acampamento de refugiados na Itália. Ali perto estão soldados. Um deles se interessa por ela e a pede em casamento. Eles mal se conhecem. Ela tenta no Consulado uma autorização para ir viajar para conhecidos na Argentina, mas o consulado não autoriza. Ela resolve aceitar o pedido de casamento. Stromboli mostra uma realidade que nós brasileiros mal conhecemos. Da posição do imigrante que não tem muita escolha. Para conseguir autorização para se fixar no país, ela escolhe o casamento para se tornar uma italiana.
Eles se casam e passam a viajar para a cidade do marido. Ela descobre então que é uma ilha pouco habitada, a maioria parte da ilha sem recursos. Os moradores são antiquados. Há um grande choque cultural. No final há um trecho de uma entrevista com Roberto Rossellini e o viés moralista se acentua. Eu vi depois de ver o filme que já tinha achado profundamente moralista. Essa mulher apanha, é maltratada pelas mulheres da ilha, é trancada em casa pelo marido. Mas o Roberto Rossellini ri ao dizer que essa mulher ao final percebe que não há saída, que tem que ficar na ilha e pede perdão. Como se fosse a mulher que estivesse errada em não se enquadrar.
Há um vulcão nessa ilha, todas as filmagens são impressionantes, essas no vulcão são angustiantes. Há vários relatos sobre adversidades na realização do filme e também sobre o tórrido romance entre a atriz e o diretor. Ingrid Bergman fala da dificuldade que foi realizar as cenas com o cheiro do enxofre, o sufocamento que dava, então a agonia não é interpretação e sim realidade. Nas matérias sobre o filme, Ingrid Bergman engravidou e fez todas essas cenas asfixiantes grávida.
As cenas de pesca também são impressionantes. O elenco misturava moradores locais com atores. O marido da personagem é interpretado por Mario Vitale. O homem do farol por Mario Sponzo. Tanto o marido como o homem do farol atuaram nesse único filme. O padre foi interpretado por Renzo Cesana.
Beijos,
Pedrita