sexta-feira, 3 de agosto de 2018

CD Toninho Carrasqueira toca Pixinguinha e Pattápio Silva

Ouvi o CD Toninho Carrrasqueira toca Pixinguinha e Pattápio Silva (1996) da Paulinas. Gosto muito desse músico e desses compositores. E vocês sabem como eu gosto de flauta e adoro chorinho. É um belo CD. As faixas trazem outros grandes músicos que variam conforme a música. Benjamin Taubkin e Maria José Carrasqueira ao piano,  Marco Pereira no violão, Edmilson Capeluci e Israel de Almeida no violão de 7 cordas, Henrique Cazes e Dorival Malavaze no cavaquinho, Izaías de Almeida na bandolim, Guello na percussão, Toninho Ferragutti no acordeão, Jorge Oscar de Souza no contrabaixo, Watson Clis no violoncelo, Nailor Proveta no clarone e Drauzio Chagas na tuba. Várias músicas do Pattápio Silva tiveram um pequeno grupo de músicos no violino, violoncelo, flauta, fagote, clarinete, harpa, contrabaixo e piano, sob a regência de Gil Jardim. As músicas são lindas como a que amo Rosa que foi tocada no modo instrumental.

Essa foto é de Gal Oppido.

Faixas:
1. Desprezado
2. I X O Um A Zero
3. Cheguei
4. Rosa
5. Chorei
6. Pagao
7. Ingenuo
8. Serata D' Amore
9. Zinha
10. Oriental
11. Primeiro Amor
12. Sonho
13. Amor Perdido
14. Evocacao
15. Margarida
16. Idyllio
17. Serenata Oriental
18. Alvorada das Rosas

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Dunkirk

Assisti Dunkirk (2017) de Christopher Nolan na HBO Go. Eu tinha alta expectativa desse filme pelos elogios que recebeu. Sim, é um grande filme, muito bem realizado, mas atenuou demasiadamente os horrores da guerra. Tentaram humanizar e diminuir os pavores de tudo o que aconteceu.

Me incomodei de criarem um herói, não tão herói assim como a fórmula dos filmes americanos pedem, esse soldado tenta se dar bem o tempo todo dando um jeitinho. Acho que a criação desse "herói" foi o que mais me incomodou, havia uma fórmula para agradar, para atender a um mercado. Então só morriam quem não conhecíamos, com raras exceções.

Dunkirk é baseado em um pavoroso fato histórico na guerra. Soldados ficam acuados em uma praia em Dunkirk pronto para serem abatidos. Os navios que tentam sair, até mesmo os de feridos são abatidos.

Em um porto de outra cidade, a Marinha resolve convocar os pequenos barcos, alguns de veraneio, para que sigam para Dunkirk para resgatar os soldados. É muito emocionante quando inúmeros barcos chegam na praia tirando aqueles soldados do desespero. Milhares de soldados foram resgatados pelas pequenas embarcações. 

O elenco todo é muito bom: Fionn Whitehead, Dammien Bonnard, Aneurin Barnard, Keneth Branagh, Mark Rylance, Cillian Murphy, Tom Glynn-Carney e James D´Arcy. É um grande filme, mas há outros bem mais realistas sobre a guerra, que questionam bem mais questões humanitárias, bem menos maniqueístas que esse. 

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 30 de julho de 2018

O Julgamento Secreto de Joana D'Arc

Assisti a peça O Julgamento Secreto de Joana D´Arc no Teatro Oficina. Fantástico! Que experiência! É um projeto ousado com 17 atores no palco, com estímulos visuais, auditivos, olfativos, terrivelmente contundente!

Fotos de Bob Sousa

Silmara Deon que interpreta Joana D´Arc. Ela convidou Aimar Labaki para fazer o texto que foi focado no julgamento de Joana D´Arc, que é quase lenda e tem muitas versões. A peça fala então de vários temas como intolerância religiosa, prepotência, machismo, violência. E acaba sendo muito atual. Em um momento Joana D´Arc questiona o inquisidor, quem seria ele para achar que sabe a verdade. 

Confesso que eu me incomodo com a ideia que um deus poderia falar a um humano para que ele lutasse e matasse outro alguém só por ser de outro povo. Difícil acreditar que um deus poderia lutar de um único lado e quisesse a morte de outras pessoas. Mas é fato que duvidar de Joana D´Arc só porque ela tem uma fé diferente e desejar a morte dela só porque ela é mulher, camponesa e pobre é de uma prepotência brutal. Rubens Caribé está incrível como o Inquisidor, mas todos no elenco arrasam: Ricardo Arantes, Rafael Costa, Yorran Furtado, Jerônimo Martins, Decio Pinto Medeiros e Mario Luiz. As mulheres integram o coro e interpretam os anjos e as vozes: Bruna Alimonda, Carol Cavesso, Giovana Cirne, Jamile Godoy, Maísa Lacerda e Priscila Esteves. Os músicos são Bruno Monteiro ao piano e Leandro Goulart na guitarra.
Foto de Gabriela Lemos

E ser no Teatro Oficina foi fundamental! Incrível como o diretor Fernando Nitsch utilizou o espaço. Esse belíssimo projeto da Lina Bo Bardi foi determinante para todo o clima da peça. Assistir fragmentos, sentir odores, davam a sensação de estarmos no julgamento. Muito inteligente colocar folhas, mato e ervas nos incensários, parecia que estávamos na mata, no passado. Os atores precisaram ter muito trabalho corporal para utilizar todo o espaço, suas escadas. A cenografia  Marisa Bentivegna também foi decisivo nesse processo. Que figurinos belíssimos de Daniel Infantini.

Eu ficava bastante agoniada pensando como seria a fogueira já que Joana D´Arc é condenada e queimada viva na fogueira. Volte e meia alguns personagens estavam com tochas e eu ficava em pânico. E fiquei muito impactada com a solução encontrada. A fogueira era de água mas eu senti todo o calor e a dor do fogo queimando viva Joana D´Arc, que impressionante. O efeito foi de uma genialidade estupefante com auxílio da incrível iluminação de Wagner Pinto. Espetáculo inesquecível! O Julgamento Secreto de Joana D´Arc fica em cartaz até 20 de setembro.

Beijos,
Pedrita