sexta-feira, 26 de maio de 2023

O Sabor da Fome

Assisti O Sabor da Fome (2021) de Christoffer Boe no TelecinePlay. É um filme gastronômico de amor. 

Um casal tem um restaurante de alta gastronomia. Ele é um fera na cozinha, vemos ele preparando os pratos, tudo é milimétrico. Aos poucos o filme passa a ir e vir e contar a história dos dois interpretados pelos belos e talentosos Katrine Greis-Rosenthal e Nikolaj Coster-Wadal.
Eles tem dois filhos. Aos poucos descobrimos que o casamento está em crise. Ele sempre muito estressado com o restaurante, críticos, perfeição. Ela entra então em uma relação tóxica paralela com o personagem de Charlie Gustafsson. É um bonito filme.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 24 de maio de 2023

O Último Trem Para A Zona Verde de Paul Theroux

Terminei de ler O Último Trem para a Zona Verde (2013) de Paul Theroux da Objetiva. Esse livro estava na minha lista, comprei, mas não lembrava mais do que se tratava e como chegou a minha lista. Gostei muito! É um road book!

O marcador de livros é da Livraria Cultura.
 

Paul Theroux é um viajante. Escreveu vários livros de viagens. Ele resolve retornar ao Continente Africano onde esteve aos 22 anos, 50 anos depois. Ele chega na Cidade do Cabo, fica em um hotel luxuoso e começa a visitar os lugares que passou antes. Eu gosto muito de ler livros de nativos dos lugares, mas foi uma experiência interessante também ver sob o olhar de um estrangeiro. A edição é belíssima e tem logo no começo um mapa que vai nos mostrando por onde Theroux vai passando.
Foto de Elizabeth Cecil
Obra sem título (2018) de Esther Mahlangu

Ele vai conversando com os companheiros de viagem e nos contando. Ele vai de ônibus, van, seguindo até a Namíbia e Angola. Na Cidade do Cabo ele segue para as favelas que conheceu, conversa com os moradores. Vê mudanças, alguns africanos preferem, mas a dificuldade de vida parece continuar. O autor lembra inclusive projetos no Brasil de moradias populares, sim, existiu aqui, principalmente em São Paulo, mas sempre insuficientes. E vê que na África do Sul não existem esses projetos.

Ele passa pelo Abu Camp em Botswana onde um amigo dirige o lugar. Interessante que ele fala acampamento, mas as acomodações são luxuosíssimas, a estadia é de 5 dias e é caríssima. Lá vê-se os animais caminhando. O gerente amigo dele trazia do mundo todo elefantes que sofriam em zoológicos, circos, sim, eles tinham vida melhor e mais livre em Abu Camp, mas não tanto assim. Theroux é sutil, mas percebemos as críticas em vários momentos.

Obra de Tamai

Theroux é muito cético em relação as ações humanitárias, principalmente com artistas famosos. No último capítulo ele explana melhor a visão dele que eu discordo bastante, já que ele acredita que a ajuda financeira do exterior mais atrapalha que ajuda. O fato de terem pessoas em alta vulnerabilidade e fome, demandam sim ajuda externa. Se uma parte da verba cai em corrupção, não é esse o motivo de secar a fonte. Mas ele acaba aceitando palestrar em um desses eventos em Tsumkwe, na Namíbia, uma região desolada. Ele vê crianças com baldes e é informado que elas irão andar quilômetros até conseguir água. Fiquei pensando se os organizadores desse evento não levaram água e alimentos para a população. Muito confortável palestrar sobre os problemas da região, com conforto, cafés, almoços, enquanto a população passava fome e sede.

Obra Sombra da Vida (2002) de Ndassunje Shikongeni

Ele acaba aceitando dar aulas de inglês em duas escolas. Ele procura ler livros de autores locais. Ele também menciona inúmeros livros de aventuras, ficção ou não. Muitos livros clássicos. Interessante como gosta do tema.

Obra A Cidade das Gruas (2022) de Benjamin Saddy

Quando ele chega em Angola vemos algumas semelhanças com o Brasil porque a colonização é a mesma que a nossa. Igual ao Brasil na corrupção, mas em Angola beira o insuportável,  na época que ele esteve no país; É bem mais insuportável que aqui, bem mais escancarada. Mas como aqui, os políticos lá só estão preocupados com os seus próprios interesses. A especulação imobiliária é como aqui, mas lá é realizada por chineses, que exploram profundamente os angolanos. Boa parte do país está desempregada, mais que aqui. As religiões promovem o obscurantismo que falta. O autor fala inclusive dos religiosos brasileiros que arrancam dinheiro dos fiéis. Lembro que alguns foram expulsos do país por essa prática. Theroux prefere as histórias do interior, onde ainda há alguns resquícios de tradições. Pelos relatos que ele fez do que viu e ouviu, não sei se concordo. Ele chega a pensar em seguir para Timbuktu que comentei aqui, exatamente no período que os fundamentalistas tomam o lugar como no filme, então desiste. É um livro desesperançoso que passa por muita fome, miséria, lixo e desolação.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 23 de maio de 2023

Concerto do Centro de Música Brasileira

Fui ao concerto do Centro de Música Brasileira no Mackenzie Higienópolis. Só grandes músicos. Primeiro tocaram Fabio Cury no fagote e Luiz Guilherme Pozzi ao piano. Gosto muito de Claudio Santoro. Lindíssima a obra de José Siqueira.

Programa

Claudio Santoro – Duo for bassoon and piano

José Siqueira – Três Estudos para Fagote e Piano (Ad libitum/allegro, Tempo di Modinha, Allegro scherzos)

Aylton Escobar – Cantares para Airton Barbosa

Osvaldo Lacerda – Sonata para fagote e piano (Moderato, Andantino con Moto e Allegro)

Crédito das fotos

Fabio Cury - Heloisa  Bortz

Luiz Guilheme Pozzi – Cida Demarchi

Duo Palheta ao Piano – Raphael Montes

Depois teve o Duo Palheta ao Piano com Jairo Wilkens no clarinete e Clenice Ortigara ao piano. Eles também tocaram uma obra de José Siqueira. Belíssimas obras de José Guerra Vicente, Osvaldo Lacerda e Radamés Gnatalli.

Programa

José Guerra Vicente – Cenas Cariocas para Clarinete e Piano (Valsa Seresteira, Modinha e Choro)

Edmundo Villani-Côrtes
Luz
Águas Claras

José Siqueira – Sonatina (Allegro molto, Dolentemente e Allegro)

Osvaldo Lacerda – Valsa-Choro

Radamés Gnattali – Sonatina em Ré Maior para Flauta e Piano (Allegro Moderato, Expressivo e Allegro: Lembrando Pixinguinha)

A foto é de Diana Wittkowski



 

Beijos,
Pedrita

domingo, 21 de maio de 2023

August: Osage County

Assisti August: Osage Country (2013) de John Weils no Film&Arts. É baseada na peça de Tracy Letts, que parece ser bem famosa, já que há inúmeras fotos de montagens. É sobre uma família disfuncional!

O elenco é inacreditável! Meryl Streep é a matriarca. Ela vivia com o marido em uma casa no campo. Ela é viciada em pílulas e ele em bebida. Ele contrata uma indígena pra cuidar da casa e desaparece. A família começa então a aparecer. A filha mais velha é Julia Roberts. O texto é ácido, afiado. A mãe tem câncer na boca e diz a filha que quando ela descobriu o câncer ninguém apareceu, mas quando o pai desaparece todos vem. Ele é interpretado por Sam Shepard. E o filme é muito sobre isso. Mesmo que todos sejam muito cruéis uns com os outros, é revoltante eles ficarem indignados com a vida da mãe, sendo que nunca estiveram presentes. 

 
Aos poucos os segredos vão sendo revelados. É um filme dilacerante! O elenco incrível continua: Ewan McGregor, Chris Cooper, Juliette Lewis, Margo Martindale, Julianne Nicholson, Benedict Cumberbatch, Abigail Breslin, Dermot Mulroney e Misty Upham. A única que tem alguma generosidade na família é a funcionária.

Beijos,
Pedrita