sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Pecadores

Assisti Pecadores (2025) de Ryan Coogler na HBO Max. Eu tinha uma expectativa muito alta porque vi muitos críticos dizerem que é o melhor filme do ano, não, não é. É um belo filme esteticamente, com números musicais brilhantes, bela fotografia, mas está longe de ser um filme excepcional.

O filme começa contando sobre as lendas de várias tradições milenares que colocam a música como uma porta para o diabo. Essa é a premissa do filme. Lendas mais dramáticas que a história da Cigarra e da Formiga. A sociedade tem muito medo da profissão do músico, até porque não vê como uma profissão, que inclusive é exaustiva, horas, anos, décadas de estudos, turnês insanas. Como muitos adolescentes abraçam a música, os pais apavorados vão dando um jeito de tratar a profissão como hobby e menosprezar a escolha. Alguns e muitos inclusive, expulsam seus filhos músicos de casa, vai trabalhar vagabundo, algo que o músico não é é ser vagabundo. Estranho porque todos amam ouvir música e esquecem que são muitos profissionais para aquele som chegar aos seus ouvidos. O filme tenta se redimir ao final, quando o jovem resolve não aceitar a ordem do pai e cai no mundo como músico. Miles Catons está impressionante, como canta! A trilha sonora do filme é deslumbrante!

Michael B. Jordan está incrível, ele faz gêmeos. Eles compram um galpão para transformar em uma casa de blues, claro que tudo sai errado porque como diz as lendas do começo, música chama o diabo. Nesse caso os diabos são vampiros. É a parte mais chata do filme. Os vampiros tentando acabar com todos do bar.
O elenco é incrível, tanto de atores como de músicos. Os números musicais são de tirar o fôlego. Pena que as fotos só sejam da parte chata dos vampiros. Maravilhosos Wunmu Mosaku, Jayme Lawson, Hailee Stanfield, Deroy Lindo, Saul Williams, Omar Benson Miller, Jack O´Connell, Li Jung Li e Lola Kirke. O genial Buddy Guy faz o rapaz no futuro.

O trailer também ignora a parte musical, que é o melhor do filme.
Quem fez o trailer tem preconceito também com música.
 


Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Delicious

Assisti Delicious (2025) de Nelle Müller-Stöfen na Netflix. Tem tempos que estou arrastando com esse filme que é arrastado. Fala de luta de classes bem pouco convincente e tem um final catártico ruim, só nos últimos minutos.

Um casal milionário vai com seus dois filhos para uma casa igualmente milionária na Provença. Eles vão jantar em um hotel e caem em uma rede de funcionários oportunistas sem perceber. Uma jovem, Carla Díaz, finge sofrer um acidente que eles teriam provocado e se infiltra na casa como empregada. A esposa é a belíssima Valerie Pachner. O marido, Fahri Yardim, está com problemas profissionais graves que não divide com a esposa.

Sutilmente a infiltrada vai desestabilizando a família. Os pais são ausentes, estão em crise no casamento. Ninguém briga, nem a jovem, mas tudo é morno e o filme é arrastado. O que menos convence é que o grupo da jovem é bonito, talentoso, então mesmo que nunca venham a ser milionários, eles tem oportunidades. Configura muito mais inveja do que falta de oportunidades Não dá pra torcer por ninguém, porque eles não valem nada. 

Os filhos são Naila Schuberth e Caspar Hoffmann. A música é dramática demais mesmo em momentos soníferos como aproveitar a piscina, conversas antes de dormir. Nada do que a jovem faz é tão grave assim pra aquela música. São só artimanhas que não levam a nada.

O final catártico, nos minutos finais, seria pra explicar qual motivo de tudo aquilo, mas se esvazia, o filme é esvaziado. 

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Exterritorial

Assisti Exterritorial (2025) de Christian Zubert na Netflix. Mais um filme com uma veterana do Afeganistão. Esse filme é alemão.

A protagonista é alemã, lutava no Afeganistão e lá que se apaixonou por um americano e teve um filho, Rickson Guy da Silva. Uma graça o garoto.. Ela resolve ir com o filho para os Estados Unidos e vai levar a documentação no consulado americano em Frankfurt. Lá seu filho desaparece. Tem um filme, Plano de Voo com a Jodie Foster, com uma premissa igual, mas o sumiço da criança é em um avião. Nos dois filmes as mães passam procurando o filho desaparecido, ninguém acredita nelas, que elas estavam com seus filhos. Claro que cada um tem outros aspectos, mas são parecidos.
Jeanne Goursand está excelente. Claro que muitas cenas devem ter dublês, mas ela está muito bem. Ela acaba encontrando uma mulher que está há meses no consulado sem conseguir sair e ajuda a jovem de Lera Obova.

Quem nunca acredita nela é o personagem de Dougray Scott, que faz um inferno da vida dela. É um bom filme de ação, tem um bom roteiro.

Beijos,
Pedrita

domingo, 24 de agosto de 2025

Lahn Mah

Assisti Lahn Mah (2024) de Pat Boonnitipat na Netflix. O nome em inglês e no Brasil tem spoiler e resume um única aspecto do filme, Como Ganhar Milhões Antes que a Vovó Morra. Entendo que precisava mudar do original, mas a escolha para o nome foi ruim. O filme é tailandês. Muitos amigos amaram, muitas listas o indicavam, mas eu relutava porque fala de doença. Raramente vejo filme de doenças. Pelos elogios, foi muito menos do que eu esperava, mas é um bom filme. A minha dificuldade é compreender culturas diferentes.

Um jovem vê a prima ficar bem de vida depois de ter cuidado até a morte de um parente rico que em gratidão deixou o imóvel pra ela. Ele resolve então se mudar para a casa da avó que descobre um câncer. Diferente da prima, a avó vive em uma casa muito, mas muito modesta, ainda venda comida na barraquinha móvel todos os dias. E é claro que a relação de afeto deles vai sobrepondo todos os interesses financeiros. Os dois estão demais, Putthipong AssaratanakulUsha Seamkhum.
Aos poucos ele vai percebendo que os filhos não ligam pra avó, principalmente os homens. Um está muito, mas muito bem de vida. Outro está sempre pedindo dinheiro ou roubando a avó. Mais carinhosa e próxima só a filha. Mas a cultura machista é assim, as filhas são criadas pra cuidar. Tanto que o neto no início tem dificuldade com as atividades do cuidado, como dar banho, e leva broncas da avó. 
A minha maior dificuldade e meu preconceito é tentar aceitar que pessoas com vidas difíceis gastem fortunas em túmulos. Sei, é cultural. A avó mesmo dizia que quanto mais caro o túmulo mais chance dos descendentes prosperarem. Mas não consigo. A vida deles não era fácil, exceto de um filho que mexia com ações, então não vi muito sentido gastar uma fortuna em um túmulo. No Brasil mesmo eu nunca tinha costume com cemitérios, arrumar campas, visitar cemitérios, tanto que acho cremação bem mais lógico.
Beijos,
Pedrita