sábado, 11 de maio de 2019

Buscando...

Assisti Buscando... (2018) de Aneesh Chaganty na HBO on Demand. Eu não sabia nada desse filme e foi uma grata surpresa. É um filme que fala muito de tecnologia e como entrou na nossa vida. Como podemos usar. Um suspense e tanto, mas muito bem criada a parte tecnológica.

O filme começa com o computador chegando na família. A filha é pequena, o pai cria um usuário pra cada um. Começam os vídeos da menina, da família. A chegada do facebook. Boa parte do filme é no computador, o que vemos da família são os vídeos no computador. Pelo computador que ficamos sabendo que a mãe está doente porque a filha pesquisa a doença na internet. Aí a filha coloca no calendário a data que a mãe volta pra casa e vai adiando essa data até retirar a alta. E vemos as duas, a mãe já muito debilitada.
Ficam então só a filha e o pai. A filha liga para o pai, diz que está em um grupo de estudos de biologia na casa de amigos e que vai dormir por lá. O pai vai dormir. De madrugada a filha liga três vezes, mas ele está dormindo. Como pelo sofrimento ele tem dificuldade de dormir, passa a tomar medicação e não acorda. No dia seguinte passa a perguntar sobre a filha que não voltou. Nos Estados Unidos é possível ligar para a polícia sobre um desaparecimento assim que acha que algo aconteceu. No Brasil era só depois de 48 horas que é um absurdo.
Uma policial é designada para investigar o caso. Assim que a policial fala ao telefone com o pai ele já está buscando informações sobre a profissional na internet. E é assim o tempo todo, o pai ajuda muito na investigação.
É muito triste o pai ligando para os amigos da filha e descobrindo que ela não tinha amigos. A garota que a filha foi estudar biologia disse que só estava estudando com a colega porque precisava passar. O rapaz que está nas montanhas só convidava a garota porque a mãe era amiga da mãe da moça e fica claro que era por pena. É de cortar o coração. Mas o filme é inteligente em vários aspectos. Quando esse caso ganha a mídia, esses amigos que não eram amigos, na mídia, viram os melhores amigos da garota, que estavam sempre juntos. O oportunismo pra sair na mídia. O filme é muito, mas muito inteligente. O pai é interpretado brilhantemente por John Cho. A garota por Michelle La, várias outras crianças fazem a garota em vários momentos da vida dela. A policial por Debra Missing. Além de um ótimo filme policial, é fundamental por esmiuçar muito a forma como lidamos com a tecnologia. Não é moralista, mas muito realista. Buscando... ganhou prêmio no Festival de Sundance.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 9 de maio de 2019

O Tradutor

Assisti no cinema O Tradutor (2018) de Rodrigo e Sebastián Barriuso. Eu tinha visto matérias sobre esse filme e o FabioTV também comentou que tinha visto. Foi difícil achar um sessão que desse pra ver em geral filmes não comerciais ficam pulverizados em salas alternativas, em horários quase inconfessáveis.

Os diretores são irmãos cubanos e contam a história do pai deles. Apesar que há interferências ficcionais. O pai deles era professor de literatura russa e é designado a ser tradutor em um hospital para crianças de Chernobyl. Ele reluta, mas em Cuba não pode-se escolher o que deseja fazer. Mas ele acaba se envolvendo demais e ajudando muito aquelas crianças. O filme é doloroso, mas imagino que a situação das crianças deveria ser muito pior do que a mostrada.

 Ele é casado com uma renomada artista plástica e tem um filho pequeno. O trabalho além de exaustivo é à noite e ele tem muita dificuldade de inverter o horário de sono. A enfermeira arruma uma medicação para ele dormir. Então mal fica em casa. De dia dorme, e à noite trabalha. Eles tinham uma vida confortável, mas com a queda do muro de Berlim e as mudanças na Rússia começa a faltar tudo em Cuba. Não há mais combustível, comida, o filho começa a emagrecer muito, a esposa fica grávida. Ele tem que andar quilômetros de bicicleta até o novo trabalho. Rodrigo Santoro é e está maravilhoso, que atuação difícil. Tem muita criança no elenco. A enfermeira que o ajuda é interpretada por Maricél Álvarez. A esposa por Yondra Suárez. Em uma matéria, Santoro disse que teve pouco tempo para decorar foneticamente o idioma russo. Mas muitas crianças falavam espanhol e eram dubladas depois, mas como ele tinha que contracenar com crianças e não é sempre fácil, ele se preparava muito para as cenas para conseguir interagir melhor, caso tivesse algum imprevisto. Só uma criança falava russo realmente. O filme começou no Canadá, onde os diretores agora vivem, e depois seguiu para Havana.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Mare Nostrum

Assisti Mare Nostrum (2018) de Ricardo Elias no Canal Brasil. Como eu queria ver esse filme. Tinha visto uma matéria e ficado muito curiosa com o roteiro. Adoro todo o elenco. Começa com dois homens indo a um terreno na praia pra negociar a compra, eles são interpretados por Ailton Graça e Edson Kameda. Um pai queria montar uma peixaria. Chove muito, então as famílias ficaram no carro, em cada carro um garoto, percebemos que os dois tem praticamente a mesma idade.

Pula para os dias de hoje, no aeroporto, os dois garotos agora são homens, e estão fracassados. Silvio Guindane faz o jornalista esportivo, adoro esse ator, estava com bastante trabalho na Espanha, mas veio a crise e voltou ao Brasil quebrado. A história do japonês é igualmente triste, ele é interpretado por Ricardo Oshiro. Ele vem do Japão, tudo o que guardou do trabalho no Japão investiu em uma casa no país, veio o tsunami e perdeu tudo, voltou com a esposa e só com a roupa do corpo. Ela decide ir embora e deixar o marido. E aí volta a trama do terreno. O pai do rapaz morreu, os IPTUs do terreno estão atrasados demais, ele resolve vender pra pagar os IPTUs e poder lançar seu livro sobre um jogador esquecido que pesquisa há anos.

A filha está sem aulas porque o pai não conseguiu pagar a escola. Confesso que não entendi como a mãe deixou chegar a esse ponto. O pai não vinha conseguindo pagar a mensalidade desde o ano anterior porque estava sem trabalho, e a mãe não coloca a filha em uma escola pública. Clara intolerância a dificuldade dos outros. Sim, a mãe podia ter raiva da indefinição financeira do marido, mas não faz sentido prejudicar a filha. A menina está incrível interpretada por Lívia Santos. A avó por Teka Romualdo. O amigo do pai que ajuda na questão do terreno é interpretado por Carlos Meceni. César Melo faz o editor de uma revista esportiva. Alguns atores fazem participações: Naruna Costa e Vera Mancini.
O filme é bastante pessimista. Talvez alguém ache que o lado mágico do terreno dê alguma esperança, mas no fundo tudo continua com muita desilusão. A irmã do japonês ficou cuidando do pai doente e da peixaria que está lotada de dívidas. O jornalista não consegue emprego na crise e vive com a mãe que tem uma pequena aposentadoria. Gostei da solução não ser mágica, os dois até conseguem sair da embrulhada que suas famílias estão, mas a vida deles continua difícil. Vai passar também no Telecine.
 
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 7 de maio de 2019

Delirium

Assisti Delirium (2018) de Dennis Iliadis no TelecinePlay. Eu amei esse pôster! E gostei demais do filme, adoro o gênero, mas foi uma grata surpresa. No Brasil está como Delírios do Passado, mas não procede porque os delírios não são só no passado. Parece que existe um filme com o mesmo nome. O ótimo roteiro é de Adam Alleca. Eu gostei demasiadamente da parte psicológica do filme e é muito angustiante os problemas familiares do rapaz, bem radicais, mas muito interessantes como objetos de análise.

Começa com uma família feliz sendo filmada, duas crianças e a mãe em uma casa linda. São filmados em várias festas e momentos. Passa então para um hospital psiquiátrico. Um rapaz vai receber alta, está falando com o psiquiatra. Ele é interpretado muito bem por Topher Grace. A policial o leva pra aquela mansão das fotos. Tudo vai sendo revelado aos poucos, muito interessante como a trama vai se descortinando. O rapaz era o menor das filmagens, hoje é sozinho, o pai deixou tudo pra ele. E descobrimos que o rapaz estava em um hospital psiquiátrico prisional. A policial explica todos os procedimentos de segurança. Ele vai usar uma tornozeleira eletrônica, diariamente vai tocar um telefone e ele tem q falar o nome e olhar pra câmera para os reconhecimentos e não pode sair da mansão porque a tornozeleira apita e chama a polícia. Ele não pode receber visitas e a policial aparecerá sem aviso de vez em quando.
Dá dó demais a perturbação do rapaz, ele não faz a mínima ideia do que é real ou imaginação. A casa é assustadora demais, ficar lá sozinho é muito angustiante. Mas não sei se o mais angustiante é ele ir lembrando dos fatos ou descobrindo outros. É bom ir descobrindo, mas vou falar alguns detalhes. Ficamos sabendo que o garoto foi preso adolescente e ficou muitos anos no hospital. Portanto a passagem pra vida adulta ele fez encarcerado. 

Alguns outros do elenco são: Patrícia Clarkson, Callan Mulvey, Genesis Rodriguez, Robin Thomaz, Cody Sullivan, Daisy McCrakin e Harry Groener.

Beijos,
Pedrita

domingo, 5 de maio de 2019

O Paciente - O Caso Tancredo Neves

Assisti O Paciente - O Caso Tancredo Neves (2018) de Sergio Rezende no TelecinePlay. Acho importante filmes históricos e esse fato foi envolto em muita especulação e teorias conspiratórias. O filme trata dos pavorosos últimos dias de Tancredo Neves, a sucessão de erros médicos e a infinidade de pavões que queriam ser os salvadores do presidente para turbinar os seus egos e carreiras. É baseado no livro de Luís Mir que teve muita dificuldade de conseguir os documentos que relatavam esses últimos dias. Os médicos ocultaram o que puderam aquele período.

Tancredo Neves está com dores abdominais, não quer ir ao hospital antes da posse. O médico Dr. Pinheiro da Rocha acha que é apendicite. Eu não sou médica, mas o pouco que lembro é que as dores de apendicite são absurdas. Tancredo Neves quer continuar driblando as dores com antibióticos e anti-inflamatórios. Pelo o que eu sei, as dores de apendicite são absurdas. Pra passar a dor a pessoa fica praticamente dopada. Tancredo Neves sente dores mas anda, treina discursos e aguenta vários dias assim. Mas enganos acontecem e se os enganos fossem corretamente corrigidos, talvez aqueles horrores não tivessem acontecido.
Eu concordo com a conduta desse médico de não aceitar que o presidente fosse de jato para São Paulo, para o Incor, que eu saiba em apendicite o tempo é fundamental e Tancredo tinha 75 anos. O autor do livro acha que foi por vaidade, talvez, mas não sei, pelo diagnóstico que o médico tinha feito achei lógico o presidente ficar em Brasília. O problema é que para ser bem escondido enviaram para um hospital militar recém-construído, ainda não totalmente equipado. As confusões médicas são muitas. O médico leva toda equipe e prepara a sala de cirurgia, mas os outros médicos levam o presidente para outra sala e começam a discutir se iriam descer o presidente ou ele ia ficar naquela sala, com isso mais atrasos e tensão, isso mostra-se uma rotina em todo o tempo que o presidente lutou para sobreviver.
A posse seria em dois dias e o autor do livro acha que a pressa do próprio Tancredo e dos médicos foram determinantes pra tantos erros nessa cirurgia. Não, não era apendicite, o médico faz um diagnóstico precipitado, tira um pedaço. Isso estava correto, o problema é que na pressa não fechou corretamente o local onde esse pedaço foi tirado e é essa hemorragia que vai matar o presidente 39 dias depois porque ninguém, absolutamente ninguém, percebe a hemorragia até um pouco antes dele morrer.  Mas outros erros sucederam nessa cirurgia pela pressa. O médico que operou fica feliz, fecha rapidamente e deixa a hemorragia, sai da sala todo saltitante pra contar a família. Fica lá outro médico fechando o local. O responsável pelo tubo da garganta resolve tirar antes da hora, o que estava fechando o abdômen pergunta porque a precipitação, e o médico diz que é o pro presidente acordar logo e estar melhor logo para a posse. Nessa precipitação o pulmão do presidente enche de água, o que adia ainda mais a recuperação, e agrava ainda mais o caso.
O presidente não melhora, convocam uma equipe de médicos pavões pra se juntar aos outros pavões já estabelecidos. Como Tancredo Neves ainda vomita muito e não come há dias, acham que é uma obstrução intestinal e fazem nova cirurgia, não é, não reparam a hemorragia de novo. Claro, o paciente não melhora e começa a perder muito sangue. Dr. Pinotti, o pavão mor, quer uma cintilografia, não entendi porque não fizeram isso antes da segunda cirurgia. O equipamento de cintilografia desse novo hospital nunca foi usado, o técnico mora em outra cidade, resolvem trazer Tancredo Neves pra São Paulo. O presidente está exausto, recebe bolsas e bolsas de sangue, está absurdamente fragilizado. É difícil convencê-lo da viagem, mas conseguem, é aí que as questões começam finalmente a se resolver. O exame em São Paulo aponta a hemorragia e o presidente é submetido há nova cirurgia, mas já estava muito, mas muito debilitado, fragilizado, pega duas infecções e acaba morrendo. Deve ter sido um filme de difícil realização, eu tive muita dificuldade em assistir porque dá muita revolta. Othon Bastos está incrível como Tancredo Neves, que cenas difíceis. Os médicos são só grandes atores: Leonardo Medeiros, Otávio Müller, Paulo Betti, Emiliano Queiroz, Leonardo Franco, Elcir de Souza e Pedro Brício.
O autor do livro disse que o mais difícil foi levantar sobre a família do Tancredo, que a parte médica era quase um documentário, todos os passos estavam nos documentos médicos, mas que sobre a família não tinham dados. Evitaram no filme de evidenciar muito a família. Esthér Góes faz a Risoleta. Os filhos são interpretados por Mário Hermeto e Luciana Braga. Emílio Dantas faz o jornalista do governo, responsável pelos boletins oficiais a imprensa.

Beijos,
Pedrita