sábado, 5 de novembro de 2016

Meu Amigo Hindu

Assisti Meu Amigo Hindu (2016) de Hector Babenco no Canal Brasil. Eu relutei em ver esse filme quando estreou nos cinemas. Gravei, tentei ver e consegui. É maravilhoso! Eu tinha acompanhado uma infinidade de matérias sobre o filme, queria muito ver e sou fã demais do Willem Dafoe que está impressionante!

Quem quer entender um pouco como não fazer um filme melodramático precisa assistir. Sem sensacionalismo, o diretor e autor conta um pouco da sua luta contra um câncer. A narração inicial mostra exatamente que não será um filme convencional. Nos momentos difíceis não há recurso de música para chorar. Tudo é bem realista, em vários momentos poético. Belíssimo filme! Claro, triste.

São belíssimas e poéticas as cenas de dança, como a do hindu e da Bárbara Paz, essa finaliza o filme. Eu sabia que o personagem ia conhecer um novo amor e não me conformava. Afinal a sua esposa acompanha todos aqueles momentos difíceis de tratamentos, com uma dedicação emocionante, parecia muito triste que eles não ficassem mais juntos. Mas o filme é muito delicado no tema. O casamento não sustenta tanta provação e se desgasta. Momentos dramáticos aproximam ou afastam os casais, no caso deles os afastaram. Perderam o desejo um pelo outro. 

Maria Fernanda Cândido está primorosa. Dolorida demais a cena que ele acorda e os quadros não estão mais lá na belíssima casa. A separação é sempre muito triste, mesmo como no caso deles, que eles percebem que o casamento se esvaiu entre os dedos. A trama do amigo Hindu é linda demais também. Tudo muito delicado e profundo. O protagonista é um brasileiro de sorte. Ele precisa ir aos Estados Unidos fazer um transplante de medula que ainda não existia no Brasil e tem condições financeiras para fazer isso. Diferente de muitos brasileiros que atualmente nem conseguem fazer os exames preventivos, não conseguem remédios gratuitos que desaparecem, não conseguem agendar cirurgias rapidamente. Morrem por falta de tratamento.

Apesar de ser um privilegiado, o tratamento é doloroso demais e lidar com os conflitos familiares também não é fácil. Guilherme Weber interpreta o seu irmão. Sua mãe é interpretada por Denise Weinberg. Selton Melo interpreta a morte que vai conversar com o personagem.

Reynaldo Gianecchini faz o médico e amigo. Vários atores fazem participações: Daniela Galli, Gilda  Nomacce, Dalton Vigh, Dan Stulbach, Tuna Dwek, Maitê Proença, Cristina Mutarelli, Roney Facchini, Marcelo Airoldi, Juan Alba, Tânia Khalil, Christine Fernandes, Ary Fontoura e Vera Valdez. Muito inteligente ter feito a festa que antecipa a viagem aos Estados Unidos onde vários atores puderam participar do último filme do diretor como uma homenagem. Meu Amigo Hindu vai estar no Projeta Brasil nessa segunda, com ingressos a R$ 3,00.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Orgulho, Preconceito e Zumbis

Assisti Orgulho, Preconceito e Zumbis (2016) de Burr Stears na HBO. Eu tinha pré-conceito desse filme até que um amigo blogueiro que não lembro qual elogiou. Assistindo eu entendi. É bom, funciona e é a história clássica de Jane Austen com Zumbis. O belíssimo texto da autora está ali. Não há exagero nos zumbis. Então como uma belíssima história, continua lindo. A direção de arte é belíssima. É um filme de época com as clássicas danças do livro, figurinos lindos, belas locações, linda fotografia.


Eu ainda sou fã de Orgulho e Preconceito de 2005 de Joe Wright com a maravilhosa Keira Knightley. Eu não gostei do ator que faz o Darcy desse dos Zumbis, o Sam Riley. Ele está bem, atua bem, mas achei muito jovem, com pouca força. Talvez porque eu seja apaixonada pelo Darcy do filme de 2005, Mathew Macfadayen, um homem mais rústico, alto, com porte. Achei muito franzino o Darcy dos Zombies. Foi o único que não me identifiquei. Adorei a nossa heroína interpretada por Lilly James.
É que essa versão, Orgulho, Preconceito e Zumbis é bem mais adolescente, visando o público mais jovem, então os atores são bem jovens. Mas só o que fez o Darcy que não me identifiquei. Gostei de todos os outros personagens. Adorei que o delicado e belo jovem foi interpretado por Douglas Booth, Tinha adorado ele na série Grandes Esperanças. Combinou muito com o personagem e linda amada interpretada por Bella Heathcote.

Adorei que as jovens são guerreiras. Divertida a parte do texto que diz que o pai as enviou erradamente a China. O certo seria elas estudarem luta no Japão. Essa adaptação é muito boa. Como teria sido diferente a vida das mulheres se já nessa época elas estudassem lutas. O vilão é interpretado por Jack Huston. Alguns outros do elenco são: Ellie Bamber, Charles Dance, Matt Smith e Lena Headley.



Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A Floresta Que Se Move

Assisti A Floresta Que Se Move (2015) de Vinícius Coimbra no TelecinePlay. É inspirada na obra Macbeth de Shakespeare. Gabriel Braga Nunes faz Macbeth e Ana Paula Arósio a Lady.

Os dois estão lindos e maravilhosos! Adaptaram para os dias de hoje, em cenários que poderiam ser em qualquer país. Maravilhosa a casa que é cenário da casa deles. Belíssima! Começa com ele e o amigo encontrando uma bruxa com as profecias. A bruxa é interpretada pela incrível Juliana Carneiro da Cunha. Logo uma profecia se cumpre e ele é eleito para vice-presidente do banco.

Para comemorar fazem um jantar, matam o presidente interpretado pelo Nelson Xavier. Ele é um alto executivo, então os dois são muito elegantes e também são econômicos nos gestos, nas palavras, claro que é o texto belíssimo de Shakespeare, mas eles são influentes.

Ângelo Antônio interpreta o braço direito de Macbeth que desconfia da morte do presidente. Sua esposa é interpretada pela Miriam Freeland. O filho do banqueiro pelo Fernando Alves Pinto. O delegado pelo Rui Ricardo Diaz. A secretária por Regina Remencius. O faxineiro por Emiliano Queiroz
A Floresta Que Se Move é muito bem realizada. Gostei da adaptação para os dias de hoje e da inclusão da tecnologia, muito bem feita. Os celulares sempre presentes, já que são alto executivos. Câmeras no escritório ligado ao computador. Fotografias. E os dois protagonistas simplesmente arrasam. Os momentos de loucuras. A tensão está toda ali, ficamos angustiados com receio que descubram que eles são os assassinos quando deveríamos desejar que eles fossem descobertos.  
Assinam a fotografia Pablo Baião e Alexandre Fructuoso. Direção de Arte de Walter Brunialti. Figurinos lindíssimos de Rosane Gonçalves, Também gostei demais da música principal de Villa-Lobos, a Bachianas Brasileiras nº 4.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Homem-Formiga

Assisti Homem-Formiga (2015) de Peyton Reed Telecine Premium. Estava zapeando, pensando se ia ver algo antes de dormir, resolvi ver o começo desse e acabei vendo todo. Funciona! Gostei do ator que faz o Homem-Formiga, Paul Rudd.

Ele é um ladrão inteligente que acabou de sair da cadeia. Ele não quer mais voltar ao crime. Não gostei do discurso moralista que ele não tenta o suficiente, desiste fácil. Achei que ele se esforça muito para conseguir um bom emprego, mas ninguém quer dar emprego a um ex-presidiário, nem como atendente de uma sorveteria. Acho que ele é muito esforçado.

Ele é um ladrão por falta de oportunidades, mas o filme mostra outro ladrão, aqueke que rouba ideias, que é antiético, mau caráter, mas que sempre se dá bem, tem status e festas lotadas de pessoas que os admiram. Michael Douglas é um cientista, o que criou o Homem-Formiga, mas ele é afastado da empresa e procura o rapaz para que ele ajude a reconquistar a empresa que criou.

Não me identifiquei muito com a moça que faz a filha do cientista interpretada pela Evangeline Lilly. É o segundo filme de ação que colocam a mulher com cabelo chanel duro e franja que mais parece peruca e pode ser realmente. Acho que quiseram remoçar a atriz e fica parecendo uma senhora querendo passar por mocinha. Não me incomodo uma mulher mais velha com um rapaz mais novo, mas no filme não funciona talvez porque o intuito fosse mesmo remoçar a moça. Paul Rudd é dez anos mais velho que essa atriz, mas ele parece uns 20 mais novo. Pode ser o cabelo antiquado dela que a envelheceu. 
O vilão é interpretado por Corey Stoll. O amigo trambiqueiro do protagonista por Michael Peña. O policial mala padrasto da filha do protagonista por Bobby Cannavale. Muito fofa a filha do protagonista interpretada por Abby Ryder Fortson. A mãe por Judy Greer. Adorei a menininha ficando com a formiga gigante como bichinho de estimação.

E o que mais gostei mesmo foram as formigas. O Homem-Formiga tem que estudá-las para conseguir a ajuda delas. Cada tipo tem uma função e ele pede ajuda a cada especialidade delas. As que carregam, as que protegem, enfim, é o mais legal do filme, ver as formigas unidas ajudando.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Frida Kahlo - Suas Fotos

Vi a exposição Frida Kahlo - Suas Fotos no MIS. Aproveitei que fui a Mostra Internacional de Cinema e vi essa exposição. Frida Kahlo gostava de colecionar fotos, além das que tirava, juntava fotos. São 241 fotos de uma acervo de 6.500 fotografias. No Espaço Cultural Porto Seguro estão outras 25 fotos. O ingresso para o MIS permite a visualização dessa outra mostra por um tempo de validade.

Essa foto foi tirada por Nikolas Murray, grande fotógrafo que teve um envolvimento com Frida Kahlo. Há várias fotos dele na mostra. Outras fotos são da própria Frida Kahlo, outras de Diego Rivera que foi casada e algumas de seu pai.
A mostra está muito linda. São lindos os cenários entre as salas que estão as imagens. Frida Kahlo - Suas Fotos fica em cartaz no MIS até 20 de novembro. Os ingressos custam 6 reais e pode-se ver também as outras 25 fotos no Espaço Cultural Porto Seguro.
Beijos,
Pedrita

domingo, 30 de outubro de 2016

Deserto

Assisti no cinema Deserto (2016) de Guilherme Weber na Mostra Internacional de Cinema no MIS. Eu anualmente sempre tento ver um filme da mostra, ok, é muito pouco, mas em geral a mostra passa quando há efervescência cultural, então tenho que dividir os eventos. Esse fui ver por um acaso. O MIS é perto de onde eu moro. E atualmente dá pra comprar o ingresso pela internet, porque a mostra costuma ser sempre cheia. E a taxa da compra é razoável, uns 2 reais e o ingresso custava R$ 18,00. Na mostra também dá pra comprar vários tipos de pacotes para ver os filmes.

Deserto é livremente inspirado no livro Santa Maria do Circo, do mexicano David Toscana. É impressionante! Surreal! Poderia passar em qualquer cidade fantasma.  Foi realizado em uma cidade no sertão nordestino, mas poderia ser em qualquer cidade abandonada de qualquer país. Uma trupe de circo está a caminho de uma nova cidade. Na anterior uns 6 gatos pingados assistiram o grupo.

Só que na cidade que chegam é pior, ninguém mora mais lá. Acham uma fonte com água fresca e resolvem ficar. Vários atores estão velhos e cansados, resolvem cada um morar em uma casa abandonada e por lá viveram. É muito maluco tudo o que passa a acontecer.

Os poucos objetos abandonados viram verdadeiros tesouros, a privada de louça, a cama, a pintura na parede, o quadro com a foto da família. Eles tem a ideia insana de colocar em um chapéu funções de uma sociedade e sortear. É tudo surreal demais. Médico, cozinheira, puta, caçador, padre, militar e negro. Quem pega o papel da puta é um homem que passa a ser mulher e a ter clientes. O negro que não é negro passa a fazer as funções e a ser maltratado. São várias camadas, é impressionante, só assistindo mesmo.

Só atores incríveis no elenco: Lima Duarte, Everaldo Pontes, Cida Moreira, Fernando Teixeira, Márcio Rosário, Claudio Castro, Magali Biff e Pietra Pan. Dificílimos personagens, complexas interpretações, precisam de muito despojamento para entrarem nas loucuras. Magali Biff raspou o cabelo e as sobrancelhas, tinha feridas no rosto, Cida Moreira com um cabelo grisalho maltratado. Tudo muito cru e intenso. Tudo é maravilhoso, que belíssima fotografia de Rui Poças. Que figurinos incríveis de Kika Lopes. Os cenários também maravilhosos de Karen Araújo. Os objetos tão importantes na trama foram definidos por Ananias de Caldas. Espero que entre no circuito porque é incrível. 

Beijos,
Pedrita