Terminei de ler Maria Antonieta - Biografia (2006) de Antonia Fraser. Comprei esse livro novo no ano passado na Livraria Nobel porque queria ler depois que vi o filme. Maria Antonieta tem muitas biografias, inclusive uma do Stefan Zweig de 1999 que quero ler, eu vi o filme com a história dele e comentei aqui no blog. É uma pena que no Brasil não temos a cultura das biografias. Faz poucos anos que começamos a ter algumas, mas não em profusão como em outros países e com tantas comparações de teorias, afinal a vida íntima de alguém, por mais que vigiada, nem sempre conseguimos saber alguns fatos como realmente aconteceram. Antonia Fraser é uma escritora especialista em biografias desse período. O texto dela é excelente e as considerações dela são muito boas. Só não gostei no início umas comparações que ela faz sobre o físico em relação aos dias de hoje. Se fosse uma matéria estaria ótimo, mas um livro será lido daqui há 100 anos, até mesmo muitos séculos a frente, e o que é bonito e feio em um corpo depende da moda da época, dos padrões estéticos de uma época que mudam sempre. Gostei muito de toda a pesquisa que a Antonia Fraser realizou. É muito extensa a lista de livros bibliográficos no final da obra.
Obra com a Maria Antonieta com seus filhos novamente de Luisa Elisabeth Vigée Le Brun.
Anotei vários trechos de Maria Antonieta - Biografia de Antonia Fraser:
“Em 2 de novembro de 1755 a rainha-imperatriz ficou o dia todo em trabalho de parto pela décima-quinta vez.”
“Cavalgar e caçar eram ocupações normais para moças.”
“É verdade que a imperatriz exibia sua deferência de esposa ao imperador, por outro lado, era ela quem trabalhava dia e noite nos documentos do Estado e o imperador quem saía alegremente para caçar. Maria Teresa é que era a maravilha da Europa devido à sua força e à sua capacidade de decisão, não Francisco Estevão.”
“O livro do guarda-roupa da rainha era-lhe apresentado todos os dias por sua dama das vestes, junto com uma almofada de alfinetes; Maria Antonieta furava o livro com um alfinete para indicar a sua escolha. Os carregadores que trabalhavam no guarda-roupa da rainha (eram três grandes recintos cheios de armários, mesas e cômodas) traziam então os trajes em enormes cestos cobertos com panos de tafetá verde. O livro do guarda-roupa de 1782, aos cuidados da Condessa d´Ossun, ainda existe. Cada vestido é classificado e acompanhado por um retalhinho do tecido. Há amostras dos tecidos da corte em várias tonalidades de rosa, em musseline listrada de um cinza-névoa e um veludo cotelê turquesa para a Páscoa.”
“Robespierre, por exemplo, acreditava que o lugar mais seguro para as mulheres era o lar, cumprindo o seu dever tradicional de protetora dos seus. (Nisso estava de acordo com Rousseau, que achava que a “glória” da mulher estaria na “estima do marido”.) Dentro de poucas semanas os vários clubes femininos que tinham insistindo na Revolução seriam oficialmente fechados. Como a história pré-revolucionária estava marcada por casos de mulheres cruéis no governo, com as quais Maria Antonieta era regularmente comparada, já se sugeriu que a misoginia da Revolução Jacobina inspirou-se na idéia de que as mulheres poderosas pertenciam à época do despotismo. A domesticada e apolítica Rainha Carlota da Inglaterra estava num caminho muito satisfatório (do ponto de vista masculino) quando escreveu que as mulheres fariam muito melhor mantendo-se fora dos assuntos políticos e levando “vidas reservadas”.”
Música do post: 01_GLUCK_Orphee_Duo
From Mata Hari e 007 |
Beijos,
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Pedrita