Assisti ao curta Shala (2016) de João Inácio no Canal Brasil. Que preciosidade que descobri por um acaso, estava zapeando e começava, parei pra ver. É bem curtinho e pode ser visto no youtube, vou colocar aqui o curta. É sobre adoção. Que curta forte e triste! Quanta intolerância e ignorância!
Duas crianças (Tiago Assis e Iizabelli Vilhena) brincam em um orfanato em Manaus. A menina conseguiu ser adotada por uma família, o amiguinho fica muito triste, então ela deixa a boneca Shala com ele. É muito profundo!
Assisti O Despertar de Motti (2018) de Michael Steiner na Netflix. Eu queria ver um filme diferente e coloquei alemães na busca e veio filmes falados em alemão. Esse tem alguns diálogos em alemão, o diretor é suíço. E Thomas Meyer, roteirista e autor do livro que deu origem ao filme, é alemão. Gostei bastante!
O filme é muito bem construído. No começo, Motti nos relata em imagens o que a família judia ortodoxa quer pra ele. Que ele case com uma judia ortodoxa escolhida pela família e que tenha muitos filhos. Ele relata também que judeus ortodoxos estão sempre dando conselhos. Que os óculos só são comprados na loja que eles indicam, o carro todos tem igual pelo mesmo motivo. Motti faz faculdade e começa a questionar todas essas obrigatoriedades. Ele é interpretado muito bem por Joel Basman. A colega de faculdade pela linda Noémie Schmidt.
A família tem uma empresa de seguros e o rapaz cuida do seguro de uma mulher riquíssima que tem câncer. Essa mulher ajuda muito sutilmente ao rapaz redefinir a sua história. E lê cartas de tarô pra ele. Ela é interpretada por Sunnyi Melles.
O pai é mais flexível, mas a mãe é muito autoritária e dramática. O pai é interpretado por Udo Samel e a mãe por Inge Maux. Uma graça a jovem que tentam arranjar casamento com o rapaz interpretada por Lena Kalish. Eu não acreditei quando o rapaz aceita o conselho do rabino e vai para Israel ver se lá ele acharia uma esposa judia. Mas é lá que toda a transformação finaliza. Muito engraçada a família judia que misturou a cultura oriental em sua religião, com yoga e meditação.
Assisti Ma Rainey´s Black Bottom (2020) de George C. Wolfe na Netflix. O filme é baseado na peça de 1984 de August Wilson. Uma banda debate sobre suas vidas em uma sala. Só os homens da banda. A cantora Ma Rainey vai gravar um LP. Podia ser qualquer cantora, até uma fictícia. É praticamente uma pequena participação. Li uma pessoa dizer que finalmente reverenciaram Ma Rainey (1886-1939), não é verdade. A incrível Viola Davis canta umas músicas e tem algumas cenas, mas o filme é com a banda. Ma Rainey merecia e merece um filme sobre seu talento e vida.
O filme é de e para Chadwik Boseman. Seu último filme. Ele está incrível! Ele é um revoltado jovem com as injustiças. Os músicos da banda, mais velhos, e mais conformados, também estão ótimos: Colman Domingo, Michael Potts e Glyn Turman.
O grupo vai gravar um LP. Ma Rainey já é muito famosa. Nas intermináveis esperas, acontecem os diálogos do filme. Em poucos momentos, passam rapidamente as gravações e alguns pouquíssimos diálogos da cantora. Sua namorada é interpretada por Taylour Page. O sobrinho por Dusan Brown. O agente e o da gravadora são Jeremy Shamons e Jonny Coyne.
O trailer mostra um filme que não é o filme que vocês vão ver. São mais de 20 minutos só entre os quatro homens da banda em uma sala, depois voltam pra lá também e mais um tempão. As cenas com Ma Rainey cantando são bem poucas, bem rapidamente. O filme é praticamente uma peça de teatro em uma única sala.