sexta-feira, 23 de maio de 2008

Vestido de Noiva

Assisti Vestido de Noiva (2006) de Joffre Rodrigues no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme, acompanhei tudo o que saía sobre o filme. Joffre Rodrigues é filho do Nelson Rodrigues. Não tinha visto aquela peça famosa encenada dessa obra que dizem ser maravilhosa! O filme demorou para entrar em cartaz e quando entrou ficou em pouquíssimas salas em pouquíssimo tempo. Não imaginam a minha frustração por não conseguir ver. Realizei meu sonho, e que sonho, na estréia no Canal Brasil. Que filme maravilhoso! Que texto surpreendente! Eu amo os textos do Nelson Rodrigues, acho esse escritor brilhante e Vestido de Noiva é incrível!

O elenco também está entre meus atores preferidos: Simone Spoladore, Letícia Sabatella e Marília Pêra. Alguns outros do elenco são: Bete Mendes, Marcos Winter, Tonico Pereira, André Valli, Sandra Barsotti e Luiz Furlaneto. O roteiro é uma viagem. Não li esse texto do Nelson Rodrigues e tenho curiosidade de descobrir como o diretor decidiu narrar a história, já que no cinema a perspectiva é diferente de um teatro. Nossa protagonista interpretada pela Simone Spoladore lê o diário de uma antiga cortesã, Madame Clessi. Enquanto os médicos tentam salvá-la no hospital, seu espírito ou pensamento vagueia. Pode ser que seja seu espírito, pode ser que seja a sua mente. Nesse passeio ela se encontra com Madame Clessi e tenta lembrar sua história. Assim que devagar tentamos conhecer sua história, que igualmente não temos certeza do que é imaginação, alucinação ou que realmente aconteceu. A Simone Spoladore simplesmente arrasa!

A edição de Eric Marin é impecável! Adorei os figurinos de Rita Murtinho . A direção de arte é de Alexandre Meyer. A belíssima fotografia de Nonato Estrela. Amei Vestido de Noiva! Belíssimo e muito bem realizado!
Na trilha sonora estão composições de Chiquinha Gonzaga e um trecho da La Traviata de Verdi.
Música do post: Plangente - Chiquinha Gonzaga




Youtube: Trailer do filme Vestido de Noiva.



Beijos, Pedrita

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Diário de Um Novo Mundo

Assisti Diário de Um Novo Mundo (2006) de Paulo Nascimento no Canal Brasil. O 007 tinha comentado comigo o quanto esse filme é impecável. Realmente, a direção de arte de Voltaire Danckwardt é simplesmente maravilhosa. Achei surpreendente as formas de linguagens com a câmera, os inúmeros estilos de filmagens. O Diário de Um Novo Mundo é baseado na obra de Luiz Antônio de Assis Brasil e é ambientado no Brasil em 1752. Um médico vem em um navio cheio de pestes e doenças. Eles chegam no sul do país onde há vários conflitos de demarcações de terras entre portugueses e espanhóis. gostei muito de como mostra esse período conturbado, entre cidades mal organizadas, com regras confusas. Os homens vinham de Portugal com promessas de terras, mas era um período que tudo era confuso. Eu estudei que era muito difícil saber as delimitações de terras e que haviam muitos conflitos, o filme mostra bastante isso.

O médico conhece e se apaixona por Maria, mulher de um oficial. Ele é interpretado pelo Edson Celulari e ela pela Daniela Escobar. Ainda estão no elenco Nicola Siri como um demarcador de terras, Marcos Paulo como o comandante do navio e vários outros atores. Há no elenco atores brasileiros e portugueses. Estranhei o autor utilizar uma linguagem mais atual para os personagens. Mais por uma questão de estilo. Eu amei Desmundo que usava um português arcaico, mas realmente o filme fica mais difícil de acompanhar e se faz necessário legendas.
De várias cenas gosto em especial de uma da Daniela Escobar andando sozinha em um campo e há vários cortes, com uma técnica linda e bem feita, surpreendente. Se puderem assistir o vídeo vão ver a beleza de produção artística do filme.
O Ney Matogrosso cuida da trilha sonora que é muito bonita, com Duca Leindecker. O Ney Matogrosso faz uma participação especial que eu achei um pouco esquisita.
Diário de Um Novo Mundo ganhou 2 Kikitos de Ouro no Festival de Gramado, Melhor Filme - Júri Popular e Melhor Roteiro.

Música do post: VIAJANTE - NEY MATOGROSSO (Essa não é a música do filme)


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Youtube: Diário de um Novo Mundo





Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 21 de maio de 2008

West Side Story

Assisti West Side Story no Teatro Alfa. A direção cênica é do Jorge Takla, que também assina os belíssimos cenários. A obra é com música de Leonard Bernstein. A coreografia é de Tânia Nardini e a direção musical de Luis Gustavo Petri. Eu fui com a Marion e o Wally, ela inclusive já fez um lindo post sobre o musical no seu blog. Eu gosto muito do filme que vi muito recentemente, ficou difícil não fazer comparações.


A música de West Side Story é muito bonita. Essa montagem teve música ao vivo e nessa apresentação teve a regência da Vânia Pajares. As canções foram adaptadas para o português. Concordo com a Marion que ficaram bem feitas as adaptações. Os cenários eram muito ágeis e bonitos. Gostei muito do protagonista interpretado pelo Fred Silveira. Gostei bastante também da cantora da música Um lugar para nós (Somewhere), tentei achar o nome, se alguém souber me avise, parece que é a Renata Bardazzi.
Música do post: West side story (Leonard Bernstein) - 07 - Tonight
Youtube: West Side Story no Teatro Alfa - A Marion achou esse vídeo do espetáculo




e

Beijos,

Pedrita

terça-feira, 20 de maio de 2008

O Sentimento do Mundo

Terminei de ler O Sentimento do Mundo (1940) de Carlos Drummond de Andrade da Coleção Folha. Eu comecei a adquirir essa coleção Grandes Escritores Brasileiros e esse foi o primeiro que li. Adoro o Drummond, tenho outros dois livros de poemas dele. Gosto de ler poemas de vez em quando, não lia continuamente e são sempre descobertas maravilhosas. O poema que dá o nome ao livro foi um dos que mais gostei. Acho melhor eu falar dos poemas mostrando trechos de alguns.

Obra Lapa (1947) de Iberê Camargo

Trechos de alguns poemas:
"O Sentimento do Mundo

Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor. "

Obra Casario de Inimá de Paula
"Mundo Grande

Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos. "

As pinturas são de brasileiros que viveram no mesmo período que o poeta.


Música do post: Tua Partida - Francisco Alves (Não deixem de ouvir essa preciosidade. É um programa de rádio que anuncia a música com Francisco Alves)

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 19 de maio de 2008

O Aventureiro do Pacífico

Assisti O Aventureiro do Pacífico (1963) de John Ford no Telecine Cult. Vocês vão ter duas opiniões completas e divergentes desse filme, mais uma parcial nesse post. O 007 falou para que eu visse esse filme no Telecine, que é um dos filmes preferidos dele, que ele já viu várias vezes e ainda pediu que eu colocasse no texto aqui do blog que ele tem a sensação que todo o elenco se divertiu fazendo o filme. Avisei então minha mãe para não perder e fui assistir. Minha mãe largou na metade, estava com vergonha de me contar tal a minha animação em avisá-la. Riu muito quando eu disse que destestei, isso mesmo, detestei o filme amado do 007. Sorry amigo. Na minha opinião, O Aventureiro do Pacífico é um filme machista, de mau gosto e nem um pouco engraçado. Quanto a animação do elenco detectado pelo meu amigo, eu só vi um show de egos deslocados no tempo. O 007 falou que precisamos ver o filme inserido em sua época, bom, não concordo, há filmes incríveis com ótimos conceitos em qualquer época. Machismo e nacionalismo equivocado há em qualquer época e é sempre desprezível!

Essa cena mostra exatamente o que disse. É o cúmulo do desrespeito. Depois dos dois mostrarem que estão apaixonados, ela uma linda e jovem moça, ele um homem mais velho e acabado, ele ainda se acha no direito de mostrar seu afeto batendo nela na fonte. Nada mais desprezível e machista. Que autoconfiança desse homem envelhecido de achar que pode bater em uma jovem moça e linda e isso ser amor e que ela vai continuar com ele depois de uma cena machista e desrespeitosa dessa. Ah! Deplorável! O homem é o John Wayne, olhei em sua biografia e lá consta que ele estaria com 63 anos no filme, posando de galã e mocinho. Não convence! Ela linda e mais jovem, a atriz Elizabeth Allen estava com seus 34 anos.
Me incomodou e a minha mãe também o nacionalismo do filme. É um filme para forçar o amor dos americanos ao seu país. Em uma linda ilha na Polinésia, um grupo de soldados vive lá depois de terem defendido a terra dos maus. O Aventureiro do Pacífico trata os nativos como retardados e por precisarem ser catequisados e ensinados na bela cultura americana. Tem todos os clichês de desqualificação a cultura local e exaltação da cultura americana. Em alguns momentos fingem haver tolerância e permitem algumas demonstrações da cultura nativa desde que inserida na bela fé católica. Desprezível 2!

No elenco estão ainda outros grandes atores, todos mais velhos: Lee Marvin, Jack Warden, Cesar Romero e Dick Foran. Os homens estão todos com idade avançada, enquanto as formosas moças são todas jovens e cheias de frescor. Segundo O Aventureiro do Pacífico, o homem continua belo e sedutor em qualquer idade e a mulher precisa sempre ser jovem e ingênua. Conceito machista e deplorável! Como viram, odiei o filme.

Música do post: Hawai 02


Hawai 02.mp3


Beijos,
Pedrita

domingo, 18 de maio de 2008

Blade Runner

Assisti Blade Runner (1982) de Ridley Scott no Telecine Cult. Eu sempre quis ver a versão do diretor e o Telecine resolveu passar uma versão final, que o Marcelo Janot explica no início, e está no blog dele o vídeo, que essa versão traz a do diretor somada a cuidados de imagens e algumas novidades. Eu só vi esse filme na segunda vez que passou no Telecine e esse fato já incomodou o 007. Ele é fã incondicional do Ridley Scott e desse filme e estava incomodado que eu não vi o documentário dias antes, nem o filme no dia de sua estréia. Então resolvi não desapontá-lo e vi um dia depois. Eu gosto de documentários, making of, mas gosto de ver sempre depois, gosto de desvendar o filme antes, de não estragar as surpresas. E pelo que vi o documentário não será exibido pelo menos por enquanto, uma pena, porque agora quero ver.

Assistindo Blade Runner eu percebi que devo ter visto várias vezes no passado. Eu lembrava de muitos detalhes, mas particularmente não me surpreendeu tanto as mudanças. Eu sempre achava que os produtores tinham desconfigurado o filme, que seria totalmente diferente a versão do diretor, mas não achei as mudanças tão significativas. Entendo que um criador não gosta que sua obra seja mexida, que alguns conceitos sejam mudados, que a liberdade de expressão deve ser mantida e que o comercial não deve influenciar na arte, mas não achei as mudanças foram tão grandes.


Eu sempre me diverti pelo fato do diretor mudar radicalmente o fim para atender aos produtores e meio que se vingou fazendo algo que destoava claramente de todo o contexto. Mas particularmente achei que a briga era porque o final seria completamente diferente. Achava inclusive que talvez significasse a morte de um dos dois. Mas não, o sentido é bem parecido, eles parecem fugir, mas nós não sabemos se eles conseguem. O outro final também não dava essa certeza. Tirar a narração realmente melhora no sentido que o filme fica com menos explicações, o que eu acho bem melhor. É muito melhor a arte não tentar se explicar e sim quem a vê tentar fazer a sua leitura. E é belíssima a cena do Unicórnio.Imagino que os produtores não tinham licença poética para compreender que não há necessidade de se explicar, é a nossa mente e a nossa percepção que depois promove debates acalorados sobre o que imaginamos ser. A arte gerando debate é bem mais rica do que aquela que vem explicadinha.
Gostei demais de rever Blade Runner ainda mais com a versão do diretor e melhorias tecnológicas. Continuo embasbacada com o magnífico desempenho do Rutger Hauer. Gostei de ver as belas Sean Young e Daryl Hannah. E claro, nosso protagonista, Harrinson Ford. Adoro a música do Vangelis da trilha sonora, que inclusive minha irmã tem em LP e ouvimos tantas vezes.

Confesso que seria bem melhor o 007 escrever esse post, é um de seus filmes prediletos e teria um texto bem mais rico, mas espero que gostem. Imagino inclusive que esse post deva dar bastante ibope. Também espero que o Telecine volte a passar o documentário porque agora quero ver.
Música do post: VANGELIS - BLADE_RUNNER





Beijos,
Pedrita