sábado, 27 de fevereiro de 2021

The Doll 2

Assisti The Doll 2 (2017) de Rocky Soraya na Netflix. Eu amo esses filmes com bonecos, tinha amado o primeiro que comentei aqui e fui ver esse. Ficam meio escondidos no streaming. É fantástico como o primeiro. Foi bom fugir um pouco da realidade e voltar aos fantasminhas. O três está em fase de produção e aguardo ansiosamente.

Antes dos créditos aparecerem é meio estranho, mas quando chega o casal protagonista, o roteiro como sempre é muito bom, com um viés um pouco machista, mas muito bom e coerente. Um casal tem uma linda filha. Eles vão deixar a menina na casa da avó e seguir a um compromisso. O freio do carro falha e a menina morre. A esposa fica muito mal e fica afastada do marido. Uma amiga dela aparece e fala porque ela não canta uma música de infância e evoca a filha em algum objeto, fazem claro na boneca e horrores começam a acontecer. Lindo o casal protagonista: Luna Maya e Herjunot Ali. A menina é interpretada por Shofia Shereen

O filme é muito assustador, não poupam as cenas violentas. As pessoas vão sendo perfuradas e não morrem rapidinho, e saem ensanguentadas tentando salvar outro que está sendo perfurado, é bem assustador. Mas o roteiro central é muito bom. Logo no começo desconfiei que algo tinha no que a filha filmava, mas não tinha ideia que não eram fantasminhas e sim a vida real. Muito bem feito.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Oblómov de Ivan Gontcharóv

Terminei de ler Oblómov (1859) de Ivan Gontcharóv da Cosac Naify. Que edição primorosa! São alguns cadernos e há desenhos diferentes em cada mudança, lindo demais. O projeto gráfico belíssimo é de Elaine Ramos e Gabriela Castro. Quando a editora anunciou que ia acabar, vários lugares começaram a vender o acervo muito barato e esse foi um dos que comprei faz bastante tempo.

Oblómov é um personagem muito interessante. Eu fui ao delírio no primeiro livro. Ele passa os dias em casa deitado na cama. Riquíssimo, herdou propriedades rurais da família que não tem o mínimo interesse de saber como vão. Até para escrever cartas está sempre postergando. E o seu funcionário? É divertidíssimo! Ele detesta limpeza, a casa vive cheia de pó. Ele culpa o patrão de nunca sair e que por isso não tem como limpar a casa. E as louças? Como eu, ele as vive quebrando, é estabanado e desastrado. Vi o quanto mudamos com o tempo. Oblómov recebe várias visitas durante o dia. Sem telefone, as pessoas tocavam a campainha e apareciam sem a menor cerimônia. São inúmeros diálogos sobre negócios, política e vida noturna. Todos convidam Oblómov que nunca sai. Tem alguns anos que  pouco visitamos os amigos, mesmo assim quando se organizam alguns eventos sociais, mas no geral, principalmente em São Paulo, cada um vive no seu canto e mal se visitam.
 
Obra Garota na Floresta (1850) de Karl Pawlowistsch Brjullow

Na segunda parte Oblómov e Olga se apaixonam. Ela acredita que vai conseguir mudá-lo. A tia sugere que sempre arrume o que ele possa fazer, mas ele só faz o que ela pede, continua não fazendo nada sobre suas propriedades. Antes inclusive um parente oportunista disse que resolveria e designa pessoas pra cuidar da fazenda e também convence Oblomóv a alugar uma casa de veraneio e faz ele assinar papéis e algumas pessoas passam a extorquir muito dinheiro dele. Um bom tempo depois é seu amigo Stolz que percebe tudo e consegue desfazer os estragos. Nesse momento Olga já percebeu que não quer esse Oblómov que vive deitado, que ele não vai mudar, e ela casa-se com Stolz. Eu confesso se eu não sei se alguém deve mudar, deve desejar outra vida da que se sente confortável. Exceto a questão financeira, Oblómov vivia bem com pouco, sem grandes preocupações, em letargia com pessoas mais simples e pobres. Não sei se poderia dizer que é uma vida ruim, só é diferente. É uma bela obra! Com texto muito, mas muito bem escrito. 
Beijos,
Pedrita

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Elisa Y Marcela

Assisti Elisa y Marcela (2019) de Isabel Coixet na Netflix. Que filme poético e lindo! É a história dessas duas mulheres que foram as primeiras mulheres a se casarem. O filme é baseado no livro de Narciso de Gabriel. Gosto muito dessa diretora e já vi dois filmes dirigidos por ela que comentei aqui.

As duas se conheceram em um colégio de freiras na Espanha. Uma filha da diretora, e a outra com uma história confusa e um pai muito austero. Ele acreditava que os estudos não eram bons para moças e quando vê elas muito próximas manda ela para estudar longe em um internato. Por três anos elas continuam se correspondendo até se formarem professoras e irem morar perto. Natalia de Molina e Greta Fernandez estão incríveis, e como são lindas. O filme é de uma beleza estética estonteante. De uma delicadeza acachapante. 
As duas passam então a sofrer todo o tipo de violência. Até que Elisa se transforma em Mário, enrolam um padre falando que o primo tinha perdido os documentos e casam-se. Mas acabam descobrindo. Elas conseguem fugir para Porto, mas são descobertas. Marcela está grávida. Encontram um procurador sensível que sugere que Mário volte a ser Elisa para que fiquem na prisão juntas. A história vai aos jornais e leva a grande comoção. Inúmeras mulheres começam a levar presentes na prisão. Elas teriam que se deportadas para a Espanha e condenadas. Esse procurador, a esposa e homens importantes da política não querem a violência do caso e ajudam as duas a fugir para a Argentina, plano que elas sempre tiveram, onde não seriam conhecidas. Marcela resolve deixar a filha com o casal do procurador. O filme mostra a filha indo visitá-las na Argentina. É muito lindo!
Elisa e Mário no casamento.

Beijos,
Pedrita