sábado, 19 de agosto de 2023

As Brasas de Sándor Márai

Terminei de ler As Brasas (1942) de Sándor Marai da Companhia das Letras. Comprei esse livro em uma feira virtual com 50% de desconto. Essa capa belíssima tem a obra de Mark Tansey, Julgamento de Paris (1987). É um livro clássico sobre o encontro de dois antigos amigos 41 anos depois.

O marcador de livros é uma imagem do Museu Hermitage de São Petersburgo na Rússia que ganhei de uma amiga.


 
Obra Viragók de Frygies Frank

O General está com 75 anos e se encontra 41 anos depois com quem foi seu melhor amigo. Os dois e mais a esposa dele eram inseparáveis. Os dois queriam ser músicos, eram talentosos, mas a pressão familiar os tornaram militares infelizes. O General é um homem pavoroso e muito rico. Ele tem uma prazer abominável com caçadas, quando está entediado ou estressado vai caçar. São capítulos do prazer pela caça, do erótico que o cheiro do sangue provoca. O texto é incrível, Márai usa as palavras brilhantemente, tudo é milimétrico.
Obra Nude Brushing Hair de Karoly Patko

Eu fiquei com muita pena das mulheres da obra. Nini é a ama de leite do General. Ela perdeu seu filho e logo passou a amamentar o General. Quando ele vai ter esse encontro com o amigo, ela, aos 95 anos, é quem coordena a preparação da casa para o reencontro. Ela continua em total servidão aos 95 anos. Não tem vida própria, viveu para esse egoísta toda uma eternidade. A esposa do General é outra vítima, dessa vez dos dois amigos egoístas. O General sempre duvidou da fidelidade dela. O amigo desaparece. O General resolve punir a esposa e nunca mais a vê, mesmo sabendo que ela está com uma doença terminal. Abandonada, passa anos sendo cuidada por empregados até a morte.
Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Agente Stone

Assisti Agente Stone (2023) de Tom Harper na Netflix. Eu queria ver pela Gal Gadot, já que não é meu gênero preferido. Gostei, mas é mirabolante demais que dá até preguiça O roteiro é exatamente igual a um filme recente que vi, fiquei pensando se o mesmo roteirista conseguiu vender pra duas produções e ficou quieto. Esse filme é da série dá pra ver.

A protagonista faz parte de um grupo autônomo de espionagem, a Carta. Ela tem que impedir que um dispositivo chegue em mãos inimigas porque pode derrubar aviões, explodir qualquer lugar do planeta, igualzinho ao outro filme.
Ela e outros personagens não acreditam nos sistemas, em muitas pessoas e são traídos continuamente. Então criam grupos paralelos, mas volte e meia se enganam em quem acreditam. Gostei muito da Alia Bhatt e de seu personagem.

É um filme caro, com locações belíssimas Islândia, Portugal, Alpes Italianos, Reino Unido, EUA e deserto do Saara. Alguns outros do elenco são Jamie Dornan, Mathias Schweighofer e Sophie Okonedo. Judi Dench faz uma pequena participação. Achei longo demais. 

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Ainda Sou Teu

Fui na estreia da peça Ainda Sou Teu no Teatro Studio Heleny Guariba, na Praça Roosevelt. É uma bela história de encontros e desencontros escrita por Eddy Fernandes, dirigida delicadamente por Rodrigo Ferraz.

Começa com um casal na intimidade. Os dois são interpretados brilhantemente por Danielle Franco Tiago GaiottoNa conversa descobrimos que eles eram antigos namorados que se separaram. Cada um seguiu para a sua vida. Os dois estão casados e com filhos, mas o amor é muito forte, eles não resistem e não conseguem se separar. A peça passa então com os encontros dos dois e seus diálogos. Muito bonito.

Ainda Sou Teu fica em cartaz até 9 de setembro, sempre aos sábados.

Beijos,
Pedrita

domingo, 13 de agosto de 2023

Vai na Fé

Assisti Vai na Fé (2023) de Rosane Svartman na TV Globo e na GloboPlay. Os outros co-autores eram Mário VianaRenata Corrêa, Pedro Alvarenga, Renata Sofia, Fabrício Santiago e Sabrina Rosa. Vi a maior parte na TV Globo, mas quando não conseguia ver no horário, via na GloboPlay. Eu sempre vejo os primeiros capítulos das novelas, mas achava que não veria essa depois, uma pelo estilo do horário, prefiro às das 18h, e outra por falar de fé. Não sou religiosa, então achei que não iria me identificar. Vai na Fé entrou pra a lista de novelas que mais amei. Já estou com saudade!

Eu participo de um grupo de novelas no whatsapp e tinha tempo que não víamos novelas juntas. Vai na Fé nos uniu de novo, bom, nem tanto, porque o bom de ver novela é poder discordar das escolhas, palpitar e "escrever a nossa própria novela". E volte e meia a gente discordava uma das outras. Eu era fã de Sol e Lui. Como disse uma amiga do grupo, ele fazia a Sol sorrir. José Loreto estava incrível.

Mas a retomada do amor entre Sol e Ben, a construção do amor, foi muito lindo. Não teve como não se emocionar com o casamento. Já era tempo de Sheron Menezes ser protagonista, o mesmo pra outro incrível ator, Samuel de Assis.

E não faltou música. E como nós amamos esses momentos. Além das músicas de Lui Lorenzo, ensaios, shows. Theo começou a ir em um karaokê, e outros iam com ele. A trama passou então a colocar músicas em vários trechos, com trilhas sonoras deslumbrantes, fortes e impactantes, com vários do elenco cantando. Que fantástico! Eu aguardava cada momento. Emílio Dantas arrasou em seu vilão pra lá de vilão. Amo Caio Manhente desde Berenice Procura
Ele fez par romântico com a maravilhosa Kate de Clara Moneke, uma das grandes revelações da novela. Linda e talentosa, seu personagem teve muitas nuances. Inicialmente ela se envolveu com o Theo e a novela debateu temas urgentes como abuso e violência contra a mulher. Emocionei quando a Letícia diz "mas ela é só uma menina". Na trama passaram a por a culpa do envolvimento da Kate com um homem rico, mais velho e casado. Ela não tinha profissão definida, era balconista de um café, de repente começa a ser assediado por um homem rico, lindo, bem sucedido, julgá-la é no mínimo perverso. Interessante que por ser uma novela das 19h, abordou e aprofundou muitas questões urgentes.

Pra isso a novela contava com uma equipe de advogados. Dois protagonistas eram advogados talentosos em um escritório promissor. Era aí que ficava Lumiar, outra personagem cheia de camadas, inclusive a personagem que mais me identifiquei, por ela não ser religiosa, exagerada no trabalho, focada. E amei que o clichê não a levou para a fé, ela continuou cética, mesmo acompanhando a doença de sua mãe. Mais um grande personagem de Carolina Dieckman.

Os estudantes de direito, Lumiar era uma professora, davam o segundo tom no tema advocacia. Cotistas, eles passavam a trazer temas menos abordados entre advogados, mas mais mencionados nos jornais policiais. Jean Paulo Campos, que arrasou, inclusive, é preso por reconhecimento em foto, aberração que ainda existe nos dias de hoje. Os jovens criaram um grupo para debater injustiças, entender a lei, cuidar de casos difíceis. 

Wilma Campos foi outra grande personagem com a maravilhosa Renata Sorrah em uma personagem repleta de diferenças. Atriz de grande sucesso, ela misturava em suas falas inúmeros trechos de grandes autores sejam da literatura, teatro, ou mesmo de novelas anteriores. Ao mesmo tempo foi uma péssima mãe e fez a bobagem de largar a carreira pra cuidar da do filho que desprezava. Ela odiava a música que ele ganhava dinheiro, então ela o humilhava constantemente. Vai na Fé trouxe ainda inúmeros trechos de peças de teatro, momentos únicos e mágicos. Queria que Lorençato (Bruno Garcia) tivesse voltado a trama e ficado com ela. Amei o curta Fumaça Macabra, nunca me diverti tanto.
Fomos às lágrimas com a Dora defendida magicamente por Cláudia Ohana. Ela e o marido tinham o Refúgio, ele era o maravilhoso Zé Carlos Machado. Ela descobre uma doença terminal. E de novo Vai na Fé passou a debater temas importantes, como o direito de um paciente sem chances de cura, escolher viver com dignidade em sua própria casa, com paliativos. A cena após a morte, das cinzas, a música, explodiu na internet. Foi lindo o cuidado de não fugir ao melodrama e fazer doído e triste, mas sem exageros e sem apelos.
Outro casal apaixonante era Clara e Helena. Gostei como foram construindo o amor das duas. Ela ainda casada com Theo, bastante preconceituosa em vários temas e a doce Helena. Regina Alves e Priscila Sztejnman arrasaram. Infelizmente o atual conservadorismo da TV Globo censurou várias vezes os beijos delas. A internet pressionou tanto que acabou acontecendo, mas bem depois quando outros casais entre pessoas do mesmo sexo também tiveram seus beijos censurados, foi muito triste e retrógado. Nós do grupo ficamos revoltadas.
Foram muitos personagens incríveis. A cada momento algum despontava em uma grande trama, como o Orfeu. Jonathan Haagensen arrasou com esse sombrio sócio. Enquanto Theo posava de empresário do ano, Orfeu nas sombras tomava conta de toda a marginalidade dos negócios deles. Renata Miryanova inclusive teve seu momento de holofotes. Secretária desde o pai do Theo, ajudava em esconder as ações ilícitas até que é traída pelo chefe e foge com o dinheiro.
Amava Bruna e Jairo, como torcia por esse casal. Ela começou vendendo quentinhas, passou a ter encomendas até que Sol ajudou ela e a mãe, a maravilhosa Elisa Lucinda, a montar um restaurante. Adoro a Clara Cristina Cardoso. Ela era daquelas amigas que todos queremos ter. Jairo era segurança de Lui Lorenzo e era muito batalhador. Lucas Oradovschi estava ótimo. 
A parte virtual foi muito bem construída. A Guiga era a que mais encabeçava o tema. Mel Maia arrasou. A trama dela era engraçada, mas tinha traços dramáticos tocantes. Logo no começo seu pai é preso e os bens bloqueados. A mãe sempre viajando. Ela que tinha uma vida confortável, se vê de repente totalmente sem dinheiro. Ela era uma influencer muito respeitada e consegue com o seu trabalho continuar pagando a faculdade e sobreviver. Ela tem que mudar o seu estilo de vida e viver em um apart apertado, mas consegue com dignidade e trabalho se sustentar mesmo tão jovem. Ela ensina inclusive seu futuro namorado a trabalhar com isso também. Sem romantizar, a novela ainda mostra os perigos de não ficar atento a picaretas. E sim, ela ainda exagerava, o que sempre nos divertia. Na foto está com o primeiro namorado interpretado por Henrique Barreira, que falou de masculinidade tóxica. Antony Verão de Orlando Caldeira e Erika, da Letícia Salles, os dois fofoqueiros da novela tinham colunas virtuais de sucesso. Amei os desdobramentos e o desfecho de Érika.
Como disse eram muitos personagens. Outros atores eram Bella Campos como Jennifer, Mc Cabelinho como Hugo. Vitinho do incrível Luís Lobianco, o produtor. Naira de Tati Vilela, outra segurança. Dona Neide de Neyde Braga. Gabriel Contente como Tatá, Marcos Veras como Simas. Carlão por Che Morais. As crianças Manu Estevão, Nathália Costa e Nego Ney. Os jovens Sol, Ben e Theo; Jê Soares, Isacque Lopes e Matheus Polis.

Beijos,
Pedrita