quarta-feira, 27 de maio de 2020

Cadillac Records

Assisti Cadillac Records (2008) de Darnell Martin na HBO Go. Conta a história da gravadora Chess Records que lançou tantos ídolos meus do jazz e blues: Muddy Waters, Little Water, Howlin Wolf, Chuck Berry e Etta James.

Foi um momento difícil pra assistir esse filme, esse repertório permeou a época da faculdade. Eu e minha amiga tínhamos os CDs e demos muitas festas regadas a esse repertório, viajamos levando essa trilha sonora. Fiquei bem melancólica. Era minha segunda profissão, e hoje vem a mesma dúvida das escolhas, com a sensação que tudo continua igual, que ser artista nesse país é viver no esquecimento. Adrien Brody faz o criador da Chess Records, Leonard Chess. O elenco é absolutamente incrível, Jeffrey Wright faz Muddy Waters, o primeiro a ser contratado pela gravadora e fazer um sucesso estrondoso.
Columbus Short fez Little Walter, Eamon Walker interpretou Howlin Wolf. Yasiin Bay fez Chuck Berry.

Beyoncé interpretou a maravilhosa Etta James.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 26 de maio de 2020

Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar

Assisti ao documentário Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar (2019) de Marcelo Gomes na sessão do festival É Tudo Verdade no Canal Brasil. Também é encontrado na Netflix. O diretor quis voltar a Toritama em Pernambuco, cidade que ele passava, quando viajava com seu pai.

O diretor se deparou com a capital do jeans. 20% de todo o jeans produzido no Brasil vem de Toritama. Em um formato insano de trabalho, inúmeros autônomos ganham por produção. Com uma visão imediatista, eles preferem ser donos do próprio negócio e ganhar pelo que produzem. 

Essa imagem só foi possível porque faltou luz e eles precisaram aguardar a energia voltar. Uma contou que ganha R$ 0,10 por bolso, que se fizer 100 bolsos no dia vai ganhar R$ 100,00 e que se fizer 1000 vai R$ 1.000,00. Cada zíper é pago R$ 0,20. Eu fiquei pensando quanto ela faria por dia, porque 1000 me parecia um sonho ou utopia, mas imagino que façam mais que 100 por dia.

Eles trabalham exaustivamente. Alguns começam às 7h e param às 22h. Outros começam às 5h. Aos domingos vão na feira vender os produtos. Quando descansam? Uma vez por ano no Carnaval. O diretor então resolveu esperar o Carnaval que é quando eles vendem tudo o que tem para ter dinheiro para viajar pra praia no feriado. Pensem, eles trabalham de forma desumana, mas não sobra dinheiro pra viajar pra perto ao menos uma vez por ano. Aí eles vendem tudo, moto, geladeira, celular. Quando voltam precisam trabalhar de modo insano de novo pra comprar os produtos que venderam.
A estrutura do documentário é muito inteligente. O diretor fala com as pessoas, mostra ass facções, como chamam as confecções, as construções de casas para mais facções. No Carnaval, a equipe pagou a viagem de uma família que não conseguiu levantar o dinheiro pra ir pra praia, e esse grupo ficou de filmar os passeios na praia. Então aparece um outro olhar, que vem dos próprios moradores de Toritama. 
Eu fiquei pensando o que faz essas pessoas acharem que esse é um modo lucrativo e bom para se viver. Trabalhar de modo insano por alguns trocados, não ter folga. Sim, pode ser que eles estivessem passando até dificuldade em outro trabalho, ou sem trabalho e que talvez essa escravidão da função seja algo melhor. Mas eu não consigo imaginar o que faz esse grupo todo entrar nessa produção em massa por jeans, sem o direito mínimo de uma maior qualidade de vida. Qual seria o objetivo de tanta produtividade. Não consigo entender qual mecanismo que faz todos terem orgulho nessa função alucinada e não questionar qual o sentido de horas intermináveis de trabalho sem descanso. Fiquei pensando o que leva esses moradores de Toritama acharem normal esse modo de trabalho tão desgastante. Também fiquei pensando como estão agora no meio da pandemia, já que ganham por produtividade e não tem auxílio algum.
Eu sempre penso também que quando uma peça de roupa está barata demais é porque alguém está sendo explorado em alguma ponta. Mas também tem gente que cobra demais por um produto e mesmo  assim explora a ponta que o produz. Sempre fico apavorada com a exploração doentia do ser humano por outro.

Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar chamou a atenção por onde passou pelo mundo. Esteve na mostra Panorama do Festival de Berlim. Ganhou Prêmio da Crítica e Menção Honrosa no festival É Tudo Verdade.

Beijos,
Pedrita

domingo, 24 de maio de 2020

X-Men - Dias de um Futuro Esquecido

Assisti X-Men - Dias de um Futuro Esquecido (2014) de Bryan Singer na FX e Fox. Eu coloquei pra gravar, mas quando acabou faltou o finalzinho. Por sorte no dia seguinte ia passar em outro canal e consegui ver o fim. Gostei demais!

Eu adoro histórias de volta ao passado. O mundo está catastrófico. Sentinelas matam humanos e mutantes. Wolverine (Hugh Jackman) volta ao passado para tentar impedir a criação de Sentinelas e convencer as autoridades que os Mutantes são como eles e que os Sentinelas vão destruir a humanidade também. O criador dos Sentinelas é interpretado por Peter Dinklage.

A parte filosófica é muito interessante. Charles (James McAvoy) está revoltado com sua condição de cadeirante, ele prefere tomar drogas para voltar a andar, mesmo que perca os seus poderes. Vive isolado em sua mansão, dentro de sua raiva e decadência. Erik (Michael Fassbender) está preso, mas continua insano e revoltado também. Wolverine tem um trabalho monstruoso pra realizar a façanha de parar a criação dos Sentinelas, porque Charles e Erik mais atrapalham que ajudam. A Mística (Jennifer Lawrence) oscila entre ajudar e atrapalhar. 
De novo aparecem pouco Mutantes que adoro: Bishop (Omar SY), Blink  (Bingbing Fan) e Apache (Booboo Stewart). Espero que eles tenham mais oportunidade em outros episódios. Amei os portais que criam o tempo todo mudando a localização que estão. Excelentes efeitos especiais. Estão no futuro e aparecem menos os personagens de Halle Berry, Patrick Stewart, Ian McKellen e Ellen Page.
Me emocionei com o final, muito lindo. 

Beijos,
Pedrita