sábado, 11 de abril de 2009

O Violino

Assisti ao filme mexicano O Violino (2005) de Francisco Vargas no Telecine Cult. O roteiro é do próprio diretor e esse é o filme de estreia dele. Desde que tinha lido no blog do Marcelo Janot e visto a chamada no Cult quis ver. Agora consegui! É um filme incrível, diferente, inteligente e triste. No site do Janot tem o vídeo onde ele explica melhor o filme que eu. Como o Janot diz no vídeo, O Violino pode ser ambientado em qualquer época e em qualquer país latino-americano que tenha passado por um regime ditatorial.

Os soldados invadem uma aldeia onde acreditam que tenham revolucionários. Expulsam mulheres e crianças de suas casas e predem a mulher e a filha de um morador. O violinista é pai desse morador. O diretor escolheu o ator Don Angel Tavira quando conheceu esse violinista que não tem uma das mãos. Esse violinista começa a ir nessa aldeia e toca para os soldados. O Violino é um filme delicado e violento. Muito bonito! Com poucos diálogos, muitos silêncios e muito triste!

Alguns outros do elenco são: Gerardo Taracena, Dagoberto Gama e Mario Garibaldi.

O Violino ganhou vários prêmios: Melhor Ator (Don Angel Tavira) na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes, Menção Especial, no Festival de San Sebastián. 5 Kikitos de Ouro no Festival de Gramado, Melhor Filme Latino-Americano, Melhor Filme Latino-Americano - Júri Popular, Melhor Ator (Don Angel Tavira), Melhor Roteiro e Prêmio da Crítica.


Música do post: Paloma Querida




Beijos,

Pedrita

sexta-feira, 10 de abril de 2009

BBB9

Assisti ao Big Brother Brasil 9 na TV Globo e no PPV. Esse ano acompanhar o Big Brother teve um canal a mais, o PPV. Em um sábado à noite de festa a Marion toda animada falava dos brothers na festa e o Multishow já tinha parado a exibição. Ela comentou que tinha sido muito fácil já que ela tem também o telefone da NET. Eu não tenho, resolvi tentar pelo telefone da Telefonica e já me imaginei pendurada esperando atendentes me entenderem e que eu ia desistir. Mas a NET está impressionante. Parabéns! Eles já têm o meu telefone no cadastro. Foi tudo eletrônico e se demorou 5 minutos foi muito. Cliquei em PPV, depois qual programa queria. Cliquei no sim e no parcelamento e pronto. Fui lá e o canal já estava liberado. Como a Marion achei meio enganação o Mosaico. Só passavam dois ambientes, mesmo a tela dividida por quatro e não era possível escolher uma dos quatro e assistir por inteiro. Mas amei o PPV. Normalmente eu aproveito mais o BBB nos dois primeiros meses, janeiro e fevereiro. E fico frustrada de pouco acompanhar em março. Na edição do Alemão eu perdi a final e se não fosse a Marion gravar, eu não teria conseguido ver. Com a crise essa edição ajudou a ocupar meu tempo, a me divertir e vi tudo, até o final.


Um dos motivos que mais queria o PPV era a animação do Lado B. Enquanto nos outros anos não ter o PPV me fazia perder brigas, nesse eu perdia momentos de muita, mas muita diversão. O BBB teve muitas novidades esse ano. Logo no início os brothers foram divididos em 3 grupos. Casa de Vidro dentro de um shopping. E dois lados na casa. O A que tinha a piscina, mais quartos e confortos e um muro que separava o Lado B, sem camas pra todos sem pouca área que não morressem de calor. E foi esse Lado B que me conquistou e provavelmente também o Brasil. Era uma animação só, brincavam, se vestiam de mulher, faziam caricaturas, dançavam, criavam coreografias hilárias, uma diversão só.


E logo no início que já escolhi a minha favorita, a Francine. Assim que ela estava morrendo de calor, mesmo tendo concorrido há vários concursos de miss, mesmo parecendo de porcelana, resolveu tomar banho de bacia. Colocou um biquini e não pensou duas vezes em se esparramar em uma bacia que mal dava pra ela. Não se preocupou em ficar ridícula. Atitude que levou até o fim do programa. Ela dançava engraçado, fazia piadas engraçadas, nunca me diverti tanto. Adorava as meias da Francine, as roupas, ora bonitas, ora engraçadas, as calcinhas, muito fofas. Ela acabou tendo um relacionamento com o Max. Foi uma edição de controvérsias. Várias vezes duvidamos de resultados. Quando o Ralf saiu, nas enquetes era a Ana que sairia. Quando a Ana saiu, nas enquetes era o Max que sairia. E outros paredões. Mesmo o final há quem duvide. Eu confesso que fiquei com o pé atrás. Mas li que a torcida do Max era muito grande. Também li que o telefone tinha um peso muito maior. E o Brasil todo votava, não é tão informatizado como imaginamos, pode ser que foi verdade. Vai saber. Eu não morri de amores que o Max ganhou, mas não me aborreceu. Amei que no final ficaram três do Lado B. Mesmo a Naná tendo apontado o dedo na cara do Lado B e dizer que ia delirar quando eles começassem a votar neles mesmos. O que quase não aconteceu. Os laços de amizade eram tão fortes, que prevaleciam na maioria dos votos. Na final ficaram Francine, Max e Priscila. Nas enquetes a Francine era a que menos ganharia. Depois vinha o Max com uma pequena distância da Francine. E disparado na frente a Priscila. Ganhou o Max.


Nessa edição a TV Globo queria acabar com a colônia de férias que tanto derrubou o ibope no ano passado. Agora todos conhecem o jogo e no ano passado fugiam de conflitos para apagadinhos chegarem ao final. Então a Globo dividiu a casa em três partes, depois tirou o muro mas já haviam rivalidades e grupos. Criou o quarto branco, o telefone funcionou e aterrorizou muito. Fizeram muitos joguinhos ingênuos com plaquinhas de quem é o mais invejoso, preguiçoso, que gerou muitas discussões entre eles. Nessa edição também foi constante a divisão entre quem comia na Xepa e quem comia na casa. O que ajudou aos Brothers não engordarem. Toda semana tinha a prova da comida. Uma semana ainda o Video Game fez o programa dentro da casa. Com isso o jogo não ficou monótono. Foi o ano que o Pedro Bial mais apareceu, quase todo dia ele aparecia. Tanto que mostrava no final muita exaustão. A seleção também foi muito diferente. Os candidatos podiam ainda se inscrever no site, falar entre si e inclusive vários se conheceram do lado de fora da casa antes do jogo, o que não comprometeu a edição. Como sempre a edição dos programas, as brincadeiras, foram impecáveis. E muito divertidas. Adorava as formiguinhas com bolinhas de sabão cantando para a Ana.



Adorei ainda as provas. Foi o ano de maior assinatura do PPV, também eles parcelaram em três vezes e ficou razoável. E com muitos merchandising. E funcionou muito bem. Parabéns a Antarctica que fez um carrossel maravilhoso! E a banheira lilás da Listerine, que provas bonitas. Gostei ainda das provas da Doriana, Fiat, Ponto Frio e da Super Bonder. Só esse ano a prova da Duracell não foi nem bonita nem inteligente. Gostei muito também da Garoto levar dois Brothers para conhecer a fábrica e dois Brothers foram para o Carnaval da Bahia. Que eu me lembre foi a primeira vez que os brothers foram tão longe. Eu amei essa edição e acho que esses recursos ajudaram muito.

Música do post: Beyonce - If i were a Boy

Youtube: BBBClipe: Max e Fran
Youtube: BBBClipe: O Lado B do BBB

From Mata Hari e 007


Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Piaf

Assisti Piaf (2007) de Olivier Dahan no Cinemax. Mais um daqueles filmes que não consegui ver no cinema. Sempre os filmes mais interessantes estreiam quando não tenho tempo de ir ao cinema. É muito bom! Gostei muito! Claro, muito do que se conta sobre a Edith Piaf pode ser lenda, já que personalidades famosas, com histórias obscuras, acabam virando mitos e muitas de suas histórias são exageradas ou totalmente inventadas. A infância e a adolescência de Edith Piaf foi muito conturbada. Talvez por isso Edith Piaf tenha se tornado alcóolatra tão cedo. Primeiro ela vivia com a mãe que era cantora, sua mãe deixou a menina com a avó. O pai, soldado da guerra, vem buscar a menina e deixa-a com a mãe dele que é dona de um bordel.

Quando ele volta pra buscá-la, ela vive com ele no circo, depois nas ruas, onde ele fazia números e ela pegava o dinheiro que jogavam. Nesse período que começou a cantar e ganhar dinheiro nas ruas. Na adolescência ela passa a viver nas ruas com uma amiga quando um dono de um bar um pouco melhor a contrata. A vida dela começa a melhorar. Ela não aprendeu a dar e receber afeto, tinha dificuldade de lidar com os sentimentos porque não aprendeu o que fazer com eles. Deve ser por isso que continuou a ter uma vida tempestuosa e com muitos excessos. Edith Piaf viveu entre 1915 e 1963, período que se aceitava na classe teatral os comportamentos intempestivos, que era aceito a bebia e as drogas. Que ainda não se viam as drogas e a bebida como causadores de doenças e sim como algo que alguém consegue parar, basta querer. Esses excessos, essa vida irregular, encurtaram muito a vida dessa grande cantora.
Marion Cottilard simplesmente arrasa na interpretação de Edith Piaf, mereceu todos os prêmios. Gostei muito das atrizes que interpretam Piaf mais jovem: Manon Chevallier (Piaf com 5 anos) e Pauline Burlet (Piaf com 10 anos.. A maquiagem também é excelente!
No elenco ainda estão: Gérard Depardieu, Sylvie Testud, Pascal Greggory, Emmanuelle Seigner e Charles Aznavour.
Piaf ganhou vários prêmios: 2 Oscars de Melhor Atriz (Marion Cotillard) e Melhor Maquiagem. Globo de Ouro de Melhor Atriz - Comédia/Musical (Marion Cotillard) e 4 BAFTA de Melhor Atriz (Marion Cotillard), Melhor Trilha Sonora, Melhor Maquiagem e Melhor Figurino.

Música do post: Edith Piaf - La Foule

Youtube: Edith Piaf - Non, je ne regrette rien (1961)




e

Beijos,

Pedrita

terça-feira, 7 de abril de 2009

No Calor da Hora

Terminei de ler No Calor da Hora (2008) de João Marcos Coelho. Esse livro é da Algol Editora e traz entrevistas do autor que ele escreveu para os jornais O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e para a revista Veja. Muitas entrevistas foram realizadas com grandes músicos e intelectuais nas décadas de 70 e 80. Gostei muito! Mapeia bastante o pensamento dessa época. Alguns trechos são datados, mas mostram historicamente aquele período. O subtítulo do livro é Música & Cultura nos Anos de Chumbo.

São entrevistas com Gilberto Mendes (foto), Willy Corrêa de Oliveira e Almeida Prado. No bloco de entrevistas com personalidades do jazz estão Sarah Vaugham e Betty Carter. Entre os intelectuais entrevistados alguns são: Antonio Candido, Alfredo Bosi, Sérgio Buarque de Holanda (foto abaixo), Florestan Fernandes e Antonio Callado.


Eu anotei vários trechos de No Calor da Hora de João Marcos Coelho, vou selecionar alguns:
“A marginalizada, frequentemente atacada e sempre desconhecida música nova – a que está sendo criada em alguns poucos centros com muito esforço e quase sem apoio algum de qualquer ordem – saiu de seus subterrâneos nesses últimos dois meses, para um confronto de resultados imprevisíveis com o público.”

“A ideia deste livro é apenas documentar a resistência tal como praticada nos anos de chumbo pelos músicos e compositores brasileiros contemporâneos.”

Caio Pagano: “A partir de 1972, entendi que o único caminho para o músico atual está em praticar a música contemporânea.”


Gilberto Mendes: “Inclusive, eu não me canso de repetir, a gente não faz esse negócio com o objetivo de conquistar o público, de encher salas. Esse é sempre o problema quando vamos buscar patrocinadores, seja a Secretaria de Cultura de Santos ou a Funarte. Esses patrocinadores querem público. Então a gente tem que explicar que este é um festival de uma música muito reservada, uma música muito impopular. Se a música erudita em si não tem o grande público que possui a música popular, imagine então a música erudita nova, de pesquisa, que está no estágio mais atual do processo de linguagem da música do Ocidente. Essa música não pretende atingir o público. Por isso não nos desaponta ver uma sala vazia.”

Youtube: ÚltimoTango em Vila Parisi - Gilberto Mendes



Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Os Noivos

Terminei de ler Os Noivos (1840) de Alessandro Manzoni. Eu comprei esse livro em um sebo há uns anos por R$ 2,00. É daquela edição da capa vermelha da Editora Abril e o sebo que costumo ir tinha colocado vários há R$ 2,00. Liguei para a minha irmã e vi pra nós duas aqueles que não tínhamos. Esse é absolutamente maravilhoso! É um livro dentro da cultura cristã, ambientado em 1628, mas nem por isso deixa de fazer algumas críticas a pessoas, entre eles um padre, e não a instituições, que cometem abusos e atos de covardia. Esse livro foi transformado em ópera e teve várias versões para o cinema.

Obra Sansão e Dalila de Francesco Furini

Fica clara a visão cristã onde aquele que pratica o bem será recompensado. Quem pratica o mal sofre com a própria vida. Uma visão menos realista e mais romântica. Seria muito bom se o bem sempre vencesse e o mal pagasse pelos seus pecados. Mas a vida raramente é justa.

Dois fatores quero descobrir se ainda existem na religião católica nos dias de hoje. Uma é que disseram que se um casal chega em frente a um cura com testemunhas e diz "essa é minha mulher" e a mulher diz, " esse é o meu marido", eles são considerados casados imediatamente. E que esse fato não é divulgado pela igreja porque eles não gostam de casamentos dessa forma.

Outra questão é a que um Frei disse, que não é válida uma promessa que é feita em nome de outra pessoa. Que outra pessoa pague a promessa. Se for verdade é algo que pode ajudar muito a jovens se livrarem de promessas de suas mães onde eles precisam se tornar religiosas porque a mãe prometeu em seu nome.


Obra Venus Attended by Nymphs and Cupids de Francesco Albani

Anotei alguns poucos trechos de Os Noivos de Alessandro Manzoni:



“O ramo do lago de Como, que se estende para o sul, entre duas cordilheiras, recortado em enseadas e golfos, segundo a linha sinuosa das montanhas, assume de súbito aspecto de rio, entre um promontório à direita e uma larga ribanceira à esquerda.”

“-O Senhor, filha, aceita os sacrifícios e as ofertas quando são só nossos, quando partem do nosso coração, da nossa vontade. Você não pode oferecer a vontade de outra pessoa com quem já estava comprometida.”



As pintoras e a composição são italianas realizadas na época em que o livro é ambientado.



Música do post: 20 Palestrina - Alla riva del Tebro



Beijos,

Pedrita

domingo, 5 de abril de 2009

O Gângster

Assisti O Gângster (2007) de Ridley Scott no Telecine Premium. Queria muito ver esse filme porque adoro esse diretor. O Gângster é muito bom! É baseado na vida do Frank Lucas, interpretado pelo ótimo Denzel Washington. Ele é um negro que foi braço direito de outro negro que aprendeu toda a sua estratégia com a máfia. Na década de 70 esse líder morre e o Frank Lucas assume o seu lugar. É a época da Guerra do Vietnã e o Frank Lucas vê uma notícia que relata a rapidez com que soldados se viciam em heroína e cocaína.


Frank Lucas resolve montar um esquema para trazer a droga diretamente no Vietnã. Nos Estados Unidos a polícia está envolvida no tráfico e dilui excessivamente a droga para faturar mais e há muitos intermediários. Frank Lucas cria uma droga mais pura, arma um esquema para não ser descoberto dentro da estrutura da máfia onde a família toda trabalha.
O personagem do Russell Crowe é contratado para descobrir quem tem esse esquema de venda de drogas. O Gângster é muito intrincado, muito bem dirigido, encenado e editado. Além de falar de corrupção, drogas, debate o racismo, o preconceito e a falta de oportunidade de ascenção de forma honesta de uma raça. É um texto excelente. Gostei muito!

Alguns outros do elenco são: Chiwetel Ejiofor, Josh Brolin, Lymari Nadal, Carla Gugino, Cuba Gooding Junior e Malcolm Goodwin. A trilha sonora de Marc Streitenfeld é muito boa.

Música do post e do filme: 12 - Hold on, I'm coming (Sam & Dave)


Beijos,



Pedrita