sábado, 5 de dezembro de 2020

Bez Konca

Assisti Sem Fim (1985)de Krzystof Kieslowski no Telecine Cult. O canal programou vários filmes desse meu diretor favorito. Bom, pelo pôster imaginam que é trágico, é sim. Esse diretor é assustadoramente pessimista. 

Uma belíssima mulher acaba de ficar viúva (Grazyna Szapolowska). Enquanto lida com o luto com seu filho (Krzysztof Krzemiński), ajuda uma cliente (Maria Palkunis) do marido que era advogado. O marido da cliente (Artur Barcis) é um preso político, e a esposa quer os documentos pra seguir com o processo e a indicação de um novo advogado (Aleksander Bardini). Ela tem uma filha e elas ficam amigas. Nós vemos de vez em quando o marido  (Jerzy Radiziwilowicz) perto dela, mas ela não vê o fantasma dele.
É um filme muito triste, é muito recente e morte do marido e ela questiona o relacionamento deles. Se estavam bem, sente algumas culpas. Por ser deslumbrante acaba atraindo amores de outras pessoas.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Protagonistas Invisíveis entrevista Pelé - Aníbal Marques

Assisti a entrevista de Pelé, Aníbal Marques na série Protagonistas Invisíveis no Arte 1. Eu tenho acompanhado a criação desse programa pelas redes sociais. Eles vão entrevistar técnicos do teatro de várias áreas. Agora começam a ser disponibilizados no Arte 1, todo domingo, com reprises pela semana.

O primeiro episódio foi com o Pelé, Aníbal Marques, grande cenotécnico. A gravação foi realizada durante a montagem da ópera Rigoletto, no Theatro Municipal de São Paulo, que comentei aqui. Pelé contou que chegou ao Theatro Municipal pelo seu pai, ainda adolescente, e foi se inteirando de várias profissões mas que se identificou mesmo com o cenotécnico, que tudo acontece se essa área funcionar plenamente, é de vital importância para cada espetáculo. O apelido veio porque ele era muito jovem, ágil, e estava em todos os lugares. Como foi na montagem da ópera, o diretor cênico Jorge Takla falou de Pelé, elogiando-o. O cenotécnico destacou vários outros profissionais que foram importantes em sua trajetória como Antunes Filho e Cyro Del Nero. Ele contou que esteve em uma turnê com a Rita Lee, que os cenários eram enormes de madeira, que era uma dificuldade a montagem, desmontagem, a viagem, e que eles foram pra inúmeros lugares em todo o país.
Todo domingo um técnico estará nos Protagonistas Invisíveis.


Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Winchester

Assisti Winchester (2018) dos Irmãos Spierig no Telecine Pipoca. Estava até na dúvida se já tinha visto esse filme, mas não. A protagonista é a maravilhosa Helen Mirren. Gostei muito!

Um psiquiatra (Jason Clarke), decadente e viciado em remédios, é contratado para dar um laudo sobre a dona da fábrica de armas Winchester. Ela vive em uma mansão toda confusa, em construção 24 horas. A dona da fábrica diz que produzir armas tem uma maldição. Que as pessoas mortas por armas Winchester assombram a sua família. O mais surreal é que a dona da Winchester fica construindo a casa conforme os mortos pedem, mas em nenhum momento pensa em parar de fabricar armas.
Claro que ele é cético e não acredita. E claro que mesmo cético ele vê mais fantasminhas que a maioria. Então, eu amo filme de fantasminhas e esse tem muito, mas muito fantasminha. Delirei! Vários obviamente adivinhei, mas é um bom filme de fantasminhas.

Na mansão vive uma viúva (Sarah Snook) e seu filho (Finn Scicluna O´Prey), os dois da família Winchester. O pobre do menino vive possuído. O roteiro é bastante clássico no gênero mas é muito bom. Eu amei a casa cheia de cômodos e mistérios, gosto tanto quanto de fantasminhas.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

The Undoing

Assisti a série The Undoing (2020) de Susanne Biel na HBO e HBOGo. Eu vi uma chamada da série e como adoro esses atores, Nicole Kidman e Hugh Grant, quis ver. Eu comecei a ver essa série na HBO porque estreava aos domingos às 22h, mas na segunda semana colocaram às 23h e não conseguia ver, muito tarde. A HBO trabalha bem mal o seu streaming, não entendo como ainda tenha emissora de tv a cabo que ainda queira ganhar ibope no ao vivo. Os tempos são outros. Depois demoram pra por no streaming e aí devem reclamar a debandada pra outros sistemas. 
 

O criador da série é David E. Kelley baseado no livro de Jean Hanff Korelitz que quero muito ler. Há muitos textos na internet sobre a série e comparando com o livro mas só vou ler depois de escrever o post. Começa com um casal margarina. Ela uma psicóloga de casais renomada, ele um famoso oncologista de crianças. Riquíssimos, eles ainda tem um filho de 12 anos.
A mulher começa a ser assediada por outra lindíssima interpretada por Matilda de Angelis. Elas se conhecem na reunião da escola dos filhos. O marido segue para um congresso. A jovem é assassinada. A psicóloga esconde a série toda a aproximação que teve com a jovem.

A esposa estranha o marido não dar notícia da viagem e liga pra ele. Descobre que ele deixou o celular em casa. No dia seguinte ela liga para os hotéis que ele costuma ficar, mas ele não está lá. Vai ao hospital procurar informações do congresso para falar com o marido e pasmem, descobre que ele foi demitido há meses e que é segredo o motivo. Daí começa em cadeia uma sucessão de mentiras desse marido, absurdamente assustador. Ele era amante da jovem assassinada e tinha transado com ela na noite que foi morta. Torna-se o principal suspeito.
O pai da esposa é milionário interpretado brilhantemente por Donald Sutherland, ótimo personagem. Fico imaginando como deve ficar um pai vendo a filha e o neto envolvidos nessa trama. Ele acaba contratando uma excelente advogada para defender o genro, pensando no neto, o garoto é uma graça, Noah Jupe. Excelente também a atriz que faz a advogada Noma Dumezweni. A série começa a debater muito psicologia, comportamentos psicológicos, mas muito, muito mesmo ética. A advogada é muito séria, mas ela, para ganhar, prepara todo um teatro e uma rede de manipulação para favorecer o seu cliente, pouco importa se ele é monstro ou não. Sim, ela utiliza os dados, faz toda uma cena, para atingir o resultado que é ganhar a causa, dentro da lei, mas é correto o que ela faz? 

A esposa, que é psicóloga, também questiona. Se de fato o seu marido não matou a jovem, ela pode sim reconsiderar, perdoá-lo e quem sabe voltar com ele. Mas ele é um mentiroso compulsivo e ela vai descobrindo aos poucos junto com o público. Como disse, a riqueza não está no comportamento do médico e sim de toda a teia que se junta, rodeada de muito dinheiro, para resolver os seus conflitos. Muito provavelmente, sem todo o dinheiro, sem um grande advogado, nada sairia como o planejado. O filme mostra o quanto ter muito dinheiro faz muita diferença. Para ajudar na ação seria bom o marido sair da cadeia para melhorar a imagem ao júri, mas a fiança é milionária e só pode ser paga porque o sogro é milionário. A série mostra o quanto a justiça não é para todos e não é igual para todos. E estamos falando de Estados Unidos, imagine aqui.
Alguns outros do elenco são: Edgar Ramirez, Rabe Cast, Edan Alexander e Ismael Cruz Cordoba.
A abertura é linda e só agora que descobri que a música é cantada pela própria Nicole Kidman.


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Flores

Assisti Flores (2014) de Jon Garaño e Jose Mari Goenaga na Netflix. Que filme delicado e bonito! Uma mulher (Nagore Anaboru) vai ao médico e descobre que está na menopausa. Ela recebe flores em casa, agradece ao marido que diz: "-Não fui eu, por que eu te mandaria flores?" Quanta sensibilidade.

As flores passam a chegar todos os dias. Ela e o marido vão a floriculturas tentar descobrir quem envia, mas sem sucesso. Ele começa a ficar irritado com as flores, ela resolve dizer ao marido que pararam de chegar e as leva para o escritório.

O filme segue para outra história. De um colega de trabalho da outra (Josean Bengoetxea). Ele também é casado, sua esposa (Itziar Ituño) não se dá com a sogra (Itziar Aizpuru). Ele sofre um acidente de carro e morre. As flores param de chegar. É muito interessante a condução da trama, dos sentimentos, da solidão dessas mulheres e da forma como elas lidam com seus sentimentos, de modos tão diferentes.
Beijos,
Pedrita

domingo, 29 de novembro de 2020

Memórias Afro Atlânticas

Assisti ao documentário Memórias Afro Atlânticas (2020) de Gabriela Barreto na mostra CinePE no Canal Brasil. Eu vi que o canal ia passar filmes da mostra competitiva do CinePE deste ano. Alguns passaram durante a programação, disseram que no site teriam mais, no Now da Claro TV não tinha nada, talvez só na internet. E vi essa preciosidade.

O documentário fala das pesquisas e gravações e fotos que o linguista afro-americano Lorenzo Turner fez na Bahia entre 1940 e 1941. Ele gravou em 329 discos de alumínio, cantigas e rezas de Candomblé nas línguas yorùbá, fon e kimbundu. 

O material foi levantando pelo etnomusicólogo francês Xavier Vatin. Com as gravações e fotos da pesquisa de Turner, Vatin seguiu na Bahia procurando pessoas que fossem parentes ou que conhecessem as pessoas que estavam nas fotos e que conhecessem as canções. Um trabalho de pesquisa detalhado e difícil. já que se passaram muitos anos. Nessa foto ele fala com 
Nancy Cici, filha de Oxalufã do Axé Opô Aganju e filha afetiva de Pierre Fatumbi Verger. Que simpática, linda e inteligente! 

A pesquisa localizou também filhos e netos das pessoas que cantavam nas gravações. É lindo ver aos poucos os entrevistados cantando com as gravações. Letras e cânticos que foram passados de geração em geração pela oralidade. Nessa foto foi entrevistada 
Mameto Kamurici, neta de santo de Joãozinho da Goméia, neta biológica e filha de santo de Mãe Mirinha e filha de Bamburucema. A gravação aconteceu no Terreiro São Jorge Filho da Goméia.

Esse material histórico foi lançado também em livro e CD. Há também vídeos no youtube onde é possível ouvir as gravações feitas por Turner. Que preciosidade! Que pesquisa! Quanto História do Brasil! Fascinada!



Beijos,
Pedrita