sábado, 12 de janeiro de 2019

Red Sparrow

Assisti Red Sparrow (2018) de Francis Lawrence no TelecinePlay. Não sabia muito desse filme, gostei bastante. O roteiro é do inglês Jason Mattheus, o diretor é austríaco. É bem pesado, sobre espionagem entre Rússia e Estados Unidos. Em alguns momentos tenta demonizar a Rússia, mas no geral mostra que ser agente secreto é sempre péssimo para qualquer pessoa. Vira-se um instrumento do país que o aliciou, sofre muitas violências, fica prisioneiro de um sistema que não se acredita, não importa o lado.

 A protagonista é a primeira bailarina na Rússia. Um acidente a faz abandonar a profissão. A dor dela por ser fisicamente impedida de seguir a profissão dos seus sonhos é de cortar o coração. Atualmente a tecnologia permite com quase perfeição juntar os movimentos de uma grande bailarina com a da atriz. Ficou muito bom. A protagonista sempre teve uma vida difícil, mesmo amando o balé, além dos exaustivos ensaios, ela cuida da mãe doente. Jennifer Lawrence está incrível. Ela é uma mulher forte, determinada. Logo no começo há um momento de insinuação de assédio. É um filme muito atual e feminino. 

O tio percebe a vulnerabilidade da sobrinha. Sem trabalho, ela tinha o apartamento pago pelo balé e os tratamentos da mãe. Ele oferece então a possibilidade dela se tornar agente secreta. Não há muito opção. O treinamento é monstruoso, a treinadora é interpretada pela incrível Charlotte Rampling.

Os filmes recentes de espionagem são bem mais próximos da realidade e podem ser muito violentos. Da metade pro fim beira quase o insuportável, mas vale a insistência, ótimo roteiro. É muito intrincado, difícil mesmo de acompanhar tantos desdobramentos, mas muito bom.  Gostei do texto do Jeremy Irons sobre o poder que os sistemas fazem das pessoas, ele fala dos russos, mas a espionagem americana não é menos violenta. E igualmente manipula as pessoas. Ela passa a contracenar com o personagem de Joel Edgerton. O elenco todo é muito bom: Jeremy Irons, Matthias Schoenaerts, Mary Louise Parker, Ciáran Hinds, Joely Richardson, Bill Camp e Douglas Hodge.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

A Conjura de José Eduardo Agualusa

Terminei de ler A Conjura (1989) de José Eduardo Agualusa da Gryphus. Eu achei esse livro em um sebo. Já tinha lido o e gostado muito de Estação das Chuvas, quis ler mais um. Belíssima capa de Mariana Newlands. É o primeiro livro do autor e foi muito premiado.

Obra de Lino Damião

A Conjura é ambientada entre 1880 e 1911 em São Paulo da Assunção de Luanda, que ficou futuramente somente Luanda. Vários personagens passam na trama toda que é intrincada. Fui pesquisar e vi que a Angola só se tornou independente de Portugal em 1975. Quando o livro começa negros e brancos conviviam. Mas com a chegada de alguns outros portugueses, eles começaram a se incomodar com a mistura e a sociedade portuguesa que vivia em Angola começou a demitir e afastar negros de comércios, instituições públicas, do convívio.
Obra Feminino Africano (1988) de Antônio Feliciano Dias dos Santos

Os moradores de Luanda então começam a conspirar contra o governo. Era por Angola que muitos dos escravos eram enviados ao Brasil e muitos angolanos enriqueceram demasiadamente com o comércio de humanos. No livro, alguns brasileiros apoiam o revanche e enviam dinheiro e armamentos. É um livro muito rico, muitos personagens, muitas histórias. O quanto estamos ligados a Angola, às vezes por motivos nada nobres, ou até mesmo por termos tido os mesmos colonizadores e o mesmo idioma, e o quão pouco conhecemos o país. Gostei muito da obra!

Tanto os pintores, bem como o compositor, são angolanos como o autor.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Lady Bird

Assisti Lady Bird (2017) de Greta Gerwig no TelecinePlay. Eu tinha ouvido falar bastante desse filme, principalmente da atuação da Saoirse Ronan, que adoro e ela está incrível realmente. Ronan ganhou Globo de Ouro de Melhor Atriz por essa interpretação.

Lady Bird é de uma família de poucas posses. A mãe não quer a filha estude em uma escola pública pela violência e só consegue colocá-la em uma escola católica. A filha rebela-se o que pode, mas acaba aceitando. Inacreditável a escola. Só rezam, quase não estudam. Um atraso total, eu também não ia querer estudar em uma instituição tão retrógrada, sem teatro decente, música, literatura abrangente. Lady Bird vive com a família em uma cidade pequena dos Estados Unidos. Ou ela pode seguir para universidades católicas que ela não quer de jeito algum, ou fazer cursos técnicos na cidade. A amiga dela se conforma em fazer curso técnico, ela é interpretada por Beani Feldstein.

A mãe parece gostar da filha, mas é uma megera intransigente. Ela decide o que quer pra filha e não admite que a filha escolha o seu futuro. Então a filha resolve pedir ajuda ao pai que é mais compreensivo a inscrevê-la em universidades tentando bolsas de estudos. Veja, a menina queria fazer universidade, os pais não podiam pagar, ela então quer tentar bolsas de estudos para realizar o seu sonho de fazer uma universidade que não seja catequizante. Não é porque ela quer ser bancada em uma viagem ao mundo, em luxos, ela porque ela quer estudar e conseguir bolsas. Não faz sentido tanta proibição e chilique. E se ela não conseguisse a bolsa, ela ia escolher outro futuro, e pensava em curso técnico que nem é tão interessante profissionalmente, mas ela ia aceitar. Inclusive Lady Bird via o sufoco da sua família que mesmo estudada, tinha dificuldades de empregos e bons salários. Lady Bird só queria uma oportunidade mais igualitária a outros jovens com bolsa de estudos, já que outra forma não seria possível. Nunca Lady Bird insiste que os pais devam pagar os estudos pra ela. Ela não queria de forma alguma a escola católica, mas aceitava a pública. A questão é que a mãe não sabia respeitar as escolhas da filha. Claro que ia ser difícil ver a filha ir estudar em outra cidade, mas ela estava lutando por um destino melhor que sua família e tinha o direito de tentar. Sua mãe histérica é interpretada por Laurie Metcalf e seu pai por Tracy Lettis.
O elenco é ótimo: Lucas Hedges, Thimotée Chalamet, Jordan Rodrigues, Odeya Rush, Lois Smith, Marielle Scott e Stephen McKinley Henderson.

Beijos,
Pedrita