Terminei de ler O Manual dos Inquisidores (1996) de António Lobo Antunes da Rocco. Eu comprei em um sebo com essa linda capa de Henrique Dinis da Gama. Faz um tempo que tento conhecer mais autores de países de idiomas irmãos. Acho inacreditável o quanto fazemos pouco intercâmbio de países de mesmo idioma. Inclusive o embuste da Nova Ortografia usava esse discurso e como tudo no Brasil, foi mais uma farsa para extrair dinheiro porque o intercâmbio não aconteceu. Continua difícil conseguir obras de países de mesmo idioma.
Obra (1960) de Clementina Carneiro
Gostei muito de conhecer o estilo desse autor. Comecei a ler e quando fui voltar a ler, percebi que não lembrava de nada e comecei de novo. Aí que passei a entender o estilo desse autor. Muito interessante ele repetir uma frase que foi dita inúmeras vezes. Como nós fazemos com alguma frase que pega. Quase não há pontuação, é um estilo bastante complexo. Mas na segunda vez que voltei a ler consegui entrar no fluxo.
Obra Casario e Figuras de um Sonho de Dominguez Alvarez
O Manual dos Inquisidores passa-se na época do Salazar. Os personagens são sofridos, no início os personagens não tem recursos. Falta emprego. Todos sofrem e são cheios de conflitos. Gostei bastante!
Assisti Doutor Estranho (2016) de Scott Derrickson no Telecine Play. Estava ansiosa por esse filme. Gostava das chamadas. As camadas no filme, os planos se movimentando são fascinantes. Doutor Estranho é baseado nos quadrinhos da Marvel Comics.
Logo no comecinho eu não gostei das piadinhas adolescentes do protagonista. Sei que o intuito era mostrar a arrogância dele, mas foi fake. Depois Doutor Estranho engata e fica muito interessante. O protagonista é um grande médico cirurgião interpretado pelo belo Benedict Cumberbatch. A voz dele combina muito com o personagem. Renomado, rico, autor de vários livros, dá inúmeras palestras. Em um carrão, exagerando na velocidade ele sofre um grave acidente. Suas mãos ficam comprometidas. Ele consegue que o operem novamente, mas continua com problemas e as mãos trêmulas. Ele procura então um homem que andava de cadeira de rodas, descobre que ele se curou com o pensamento no Nepal. O médico segue para lá.
Confesso que me incomodei com a seriedade do discurso religioso, que a fé faz qualquer coisa, até fazer um cadeirante andar. Mas quando começa a ficar ficção científica, absolutamente surreal, melhora. Tentar dar seriedade há um tema tão artificial não me agrada. A líder é interpretada por Tilda Swinton. O outro discípulo pelo incrível Chiwetel Eijifor.
Mads Mikkelsen é o vilão, adoro esse ator. O elenco todo é muito bom. A médica parceira do médico é interpretado pela Rachel McAdams. O final foi bem interessante e deixou bastante expectativa para o próximo.
Assisti a programação da segunda data do Dia do Profissional da Dança no Teatro Alfa. 18 grupos se apresentaram, que incrível. E muito bem organizado. Cada um fazia uma pequena coreografia, saía um e já entrava outro. Muito bem coordenado, ágil. E grupos de vários estilos, amadores e profissionais. A curadoria foi da Maria Pia Finócchio. Foi um evento do Sindicato dos Profissionais da Dança do Estado de São Paulo. Entre os grupos se apresentou a Companhia de Dança de Diadema com a coreografia Novena, que lindo! A direção artística foi de Ana Bottoso e a coreografia de Luís Arrieta.
Foto de Silvia Machado
Teve de tudo, dança clássica, jazz, street dance, várias escolas, tudo muito diversificado e bonito. Essa foto é do Corsário da Cedan - Cia Estável de Dança, com direção de Camilla Puppa e coreografia deMarius Petipa e Jules Perrot.
Foto de Denny Naka
Luís Arrieta também se apresentou interpretando O Cisne.
Foto de Reginaldo Azevedo
Gostei muito também da Cia Panteras, com sua coreografia cheia de ritmos. Uma graça o Jardim Animee do Espaço de Danças e Artes Paulista, com coreografia de Marius Petipa. Todas as meninas muito coordenadas, sincronizadas, muito lindo. O evento terminou com um grupo de Street Dance, que impressionantes os rapazes.
Assisti A Criada (2016) de Chan-Wook Park no TelecinePlay. Não sabia da existência desse filme sul-coreano. Impressionante! Que filme maravilhoso! Mas profundamente difícil, desconcertante! É um filme sobre perversidade. É inspirado no livro da inglesa Sarah Waters, Fingersmith. O filme é surpreendentemente feminista!
Como aconteciam com muitas órfãs no mundo todo, com as coreanas não era diferente. Um homem vai a uma casa que tem muitas crianças. Ficamos sabendo que cuidam de órfãs para vendê-las depois. Esse homem é um falsário de obras de arte e procura uma ladra para ser A Criada de uma órfã que ficou muito rica com a morte do pai. Seu tutor vai casar com ela no futuro. Esse falsário quer ajuda da criada para conseguir enganar a rica órfã, para casar com ela e posteriormente interná-la em um hospício para ficar com todo o dinheiro dela.
Logo no início vi o tempo do filme e fiquei imaginando porque tanto. Achei que seria arrastado. Mas cada minuto é fundamental. A Criada é dividida em três partes, na segunda é a mesma história sob outra perspectiva. E que fotografia maravilhosa! Obra de arte! O diretor de fotografia é Chung-hoon Chung.
Na infância, a menina é treinada pelo tutor a declamar livros eróticos, estudando cada tensão e entoação. O tutor reunia homens de smoking para ouvir a mulher lê-los. E eles ficarem se empolgando. As perversidades são muitas.
As duas belas jovens são interpretadas por Min-hee kim e Tae-ri Kim. O falsário por Jung-Woo Ha. O tutor por Jin-woong Jo.
Assisti ao Festival Fernando Cupertino do Centro de Música Brasileira no Centro Britânico Brasileiro. Excelentes músicos que vivem em Goiânia e interpretaram obras desse compositor: Consuelo Quireze ao piano, Cleverson Cremer na viola, Stefânia Benatti na flauta e Weber Assis no canto. A pianista Sylvia Maltese fez uma pequena participação. Linda a valsa. Vocês sabem o quanto adoro flauta, muito bonitas as obras.
Pequena
suíte para piano a quatro mãos (Choro, Canto e Frevo) - (Consuelo Quireze e
Sylvia Maltese)
Sonatina
para viola e piano* (viola: Cleverson Cremer; piano: Consuelo Quireze)
Cantilena
para viola e piano
Choro para
flauta solo (flauta: Stefânia Benatti)*
Invenção
para flauta e viola (flauta: Stefânia Benatti ; viola: Cleverson Cremer)*
Valsa para
flauta, viola e piano (Stefânia Benatti, Cleverson Cremer e Consuelo Quireze)
Manhãs de
maio – romance para flauta e piano (Stefânia Benatti e Consuelo Quireze)*
Duas
canções para voz aguda e piano, com texto de Manuel Bandeira (Versos escritos
N’Água* e Minha Estrela) - (tenor: Weber Assis; piano: Consuelo Quireze)
A paz que
vem dos céus - com texto de S. Miller e Jill Jackson e tradução de Alya Silva
(tenor: Weber Assis, barítono: Fernando Cupertino; flauta: Stefânia Benatti;
viola: Cleverson Cremer; piano: Consuelo Quireze)
*primeira
audição mundial
Na primeira parte, Weber Assis, canto, e Consuelo Quireze, piano, interpretaram obras de grandes compositores. Weber Assis contou que O Menino Doente do Osvaldo Lacerda, com poema de Manuel Bandeira, foi a obra que lhe rendeu prêmio em um concurso do Centro de Música Brasileira em 2004. Lindas obras. Tenho carinho especial pelas do Nepomunceno e Ernani Braga.
Programa Alberto
Nepomuceno
Trovas nº
1
Trovas nº
2
Heitor
Villa-Lobos
Serenata
Ernani
Braga
Aboio
Oswaldo
de Souza
Gavião
Penerô
Camargo
Guarnieri
Canção
Ingênua
Trovas De
Amor
Osvaldo
Lacerda
O Menino
Doente (Poema de Manuel Bandeira)
Minha
Maria (Poema de Castro Alves)
César
Guerra-Peixe
Vou-me
Embora Pra Pasárgada (Poema de Manuel Bandeira)