Esse tem 13 episódios de mais ou menos meia hora cada um. O primeiro tinha só 6. Acho que queriam ver a receptividade, afinal uma trama com zumbis poderia não emplacar. Mas como disse, o roteiro é bom e não só emplacou como é muito comentada e cultuada. Eu tenho adorado. Nessa segunda temporada, eles seguiram por uma estrada até só ter carros parados. Ficaram um tempo para pegar combustível. Até que o filho do Rick foi baleado e o homem que atirou o leva para uma fazenda. O Rick é interpretado muito bem por Andrew Lincoln, fiquei fã desse ator e do personagem. O filho que está na adolescência e chatinho é interpretado por Chandler Riggs. Na fazenda eles ficam até o final dessa temporada. As indústrias de armas e automóveis deve amar essa série. Eles pegam muitos carros potentes, falam muito de armas e munição já que precisam matar zumbis. Comercialmente deve ser bem rentável. Também fica claro a diferença cultural entre Brasil e Estados Unidos. A forma como usam arma sempre me assusta. Relutam pouco e logo aceitam ensinar praticamente uma criança a atirar. Entendo que precisavam se proteger, mas na fazenda eles estão mais protegidos, não tinha porque ensinar tão cedo. Ou quando a mãe da Sophia, interpretada por Melissa McBride, julga o garoto só porque ele não acredita que há um céu. E pior, vai se queixar com os pais do menino, como se não soubesse lidar com a opinião diferente de uma criança. Acho essa personagem muito chata e egoísta. Não é falta de respeito, nem grosseria, não acreditar em céu. É só uma opinião diferente.
Eu não gostei do dono da fazenda, mas a Patry disse que gosta e que os personagens mudam muito o tempo todo. Ele é interpretado por Scott Wilson. Pode ser, mas nessa temporada ele é egoísta. O grupo se muda para a fazenda, mas mora do lado de fora da casa enorme em acampamentos. Nem o Rick e a família ele coloca para dentro, mesmo tendo uma criança no meio e se relacionando bem com eles. Adorei a personagem que é filha desse fazendeiro, Maggie, interpretada por Lauren Cohan.
No começo são poucas baixas no grupo, como no anterior, no final são sempre muitas mortes. Devem ser por vários motivos, deixar a série dinâmica mudando os atores, mas alguns não querem continuar ou não podem por outros compromissos. Agora eu já percebi que alguns atores ficam quase de figuração e que esses em geral morrem antes de mudar a temporada. Foi o caso de duas pessoas da fazenda. A mulher do Otis e um garoto. Eles apareciam ao fundo em cenas com o dono da fazenda, mas praticamente não tinham falas. O mais jovem inclusive morre meio de burrice, foi meio mal feito, ele estava acostumado a lidar com os zumbis, estranho não ter saído com o trailer. Eu imagino também que alguns atores sejam mudados por falta de ibope.
Além da trama dos zumbis a história das relações é muito bem feita. Há muitos conflitos difíceis de administrar. Desde o começo achava o personagem do Shane mau caráter, interpretado por John Bernthal, mas ele se supera nessa temporada, parecia ter prazer em matar. E era um mentiroso compulsivo. Todas as histórias dele eram mal contadas. Muito bem feita também a dúvida sobre a paternidade do filho da Lori, interpretada por Sarah Wayne Callies. Como não há mais teste de DNA, a dúvida será constante. Excelentes textos sobre o fim da humanidade, quando começam a perder os princípios básicos. Esse tema é muito debatido no livro Ensaio sobre a Cegueira do José Saramago. Quando as pessoas começam a perder o mínimo para sobreviver, começam a beirar a monstruosidade e achar justificativas para a maldade. Gostei tanto que já estou vendo a terceira. O bom é que mudam completamente em cada temporada.
Beijos,
Pedrita