O roteiro é muito bem construído. Uma família tem posições diferentes. Um casal muito bem sucedido, ela médica e ele advogado, acredita que o diálogo é o caminho. O jornalista, com dificuldade de trabalho, profissão cada vez mais desacreditada e sem espaço, pensa que só o diálogo não resolve. E os atores são incríveis, Taís Araújo, Alfred Enoch e Seu Jorge. Mariana Xavier é a namorada do jornalista.
O que era um convite indecente vira um projeto de lei. Políticos conservadores conseguem aprovar a lei de "deportação" no congresso. Lembrou muito o que leio da perseguição nazista aos judeus, que passam a ser tratados violentamente e segregados da sociedade, perdendo suas casas, bens. O advogado avisa ao irmão que a lei não previu a invasão de privacidade, e que ninguém poderá entrar no apartamento deles pra retirá-los. Já a médica, fugindo, encontra um dos inúmeros Afrobunkers clandestinos, onde negros resistem. Nesse núcleo aparece a maravilhosa Diva Guimarães, professora, que encantou o Brasil com diálogos emocionantes.
O filme é muito forte, inteligente e milimétrico. Há uma cena de injustiça tanto no Afrobunker, bem como na cidade, culminando em tragédias simultâneas. O ódio gera violência. O elenco continua incrível: Adriana Esteves, Cláudio Gabriel, Pablo Sanábio, Flávio Bauraqui, Renata Sorrah, Paulo Chun, Dani Ornellas, Hilton Cobra, Pedro Nercessian, Indira Nascimento, Luis Miranda, Jéssica Ellen, Emicida, Tia Má, Gustavo Falcão, Dan Ferreira e William Russell.Em uma caminhada, personagens se misturam com muitos profissionais, é emocionante, aparecem Conceição Evaristo, Rodrigo França, Luana Xavier, Flávia Oliveira, entre tantos outros.
Lázaro Ramos comentou na página do filme no instagram que cada cena tem referências atrás. Achei algumas, quero ver de novo pra descobrir outros porque o filme é tão envolvente que volte e meia esquecia de olhar. Mas vi alguns: Ruth de Souza, Conceição Evaristo, Bob Marley, Dorival Caymmi.
Beijos,
Pedrita