Com nossa protagonista a questão é muito séria, ela teve um sério desentendimento com sua melhor amiga e foi julgada e condenada por várias colegas de turma. Ela acabou casando com o homem que a amiga apresentou e que muitos achavam que esse homem ia casar com a amiga. Essa amiga que ficou solteira tem muitos problemas emocionais e estava em um sanatório, a nossa última convidada. Nossa protagonista não vai convidá-la, mas todas as outras. Nossa protagonista ficou uma mulher da sociedade, das colunas sociais, riquíssima, não entendo como desejasse uma festa onde seria tão invejada. Sem contar que desde que casou com esse homem recebia constamentes ameaças de vida por carta e telefone. Realmente esse foi o argumento do autor e sem esse argumento o livro não existe, mas só na ficção eu veria uma mulher cometer tal insanidade.
E A Última Convidada fica muito interessante sob esse argumento quase impossível. Nos incomoda muito ver essa mulher não ter noção do vespeiro que mexe. De se tornar responsável por aquilo que provoca. Gostei muito dessa obra.
Anotei somente a primeira frase de A Última Convidada de Josué Montello:
“Todas as noites, sempre que apagava a lâmpada de cabeceira, o mesmo receio das longas horas de insônia lhe subia à consciência, e ela permanecia quieta, um pouco de lado, repetindo os velhos expedientes que lhe tinham ensinado, ou que ela própria inventara, na perpétua astúcia para adormecer: a sucessão de pinheiros na floresta infinita, os patos que formavam uma longa fila nas águas da lagoa, nadando na mesma direção, um atrás do outro; os palitos que ela ia tirando de uma caixa de fósforos, no cuidado de esvaziá-la sem pressa, metodicamente; os soldados que desfilavam com o mesmo passo, o mesmo uniforme, a mesma carabina ao ombro, e iam marchando ao som dos mesmos tambores; tam-tam,rataplã; tam-tam, rataplã.”
Música do post: Dilu Melo - Fiz a cama na varanda
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Beijos,
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Pedrita