sábado, 10 de julho de 2021

A Oitava Noite

Assisti A Oitava Noite (2021) de Kim Tae-Hyung na Netflix. Gostei demais do roteiro desse filme sul-coreano. Começa com desenhos antigos e uma história que Buda teria separado em caixas dois olhos que juntos trariam ansiedade e desassossego a humanidade. Um arqueólogo acha essa caixa e começa a preparar o encontro dos dois olhos.

Um monge entende que os olhos vão se encontrar e envia um jovem monge para achar um antigo monge, para que ele impeça do olho passar por todas as pedras e gerar mal a humanidade. O roteiro é todo muito filosófico.
Apesar de ter algumas cenas de terror, o filme é bem mais filosófico. É muito bonito! Me emocionei várias vezes. Uma graça o jovem monge, Nam Da-Reum. Linda demais a jovem virgem, Kim Yoo-Jeong. Muito atormentado o antigo monge, Lee Sung-Min.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Era Uma Vez

Assisti a novela Era Uma Vez (1998)  de Walther Negrão no Canal Viva. Eu tinha visto um pouco dessa novela em alguma reprise, quis ver. Sempre amei a família do sítio. Quatro crianças (Luiza Curvo, Alexandre Lemos, Alessandra Aguiar e Pedro Agum), um pai (Herson Capri) e um avô (Elias Gleiser). Na época que passou eu mal ficava em casa, trabalhava direto, sem folga.

Madalena (Drica Moraes) vai se esconder em uma cidadezinha "no meio do nada" pra fugir de um marido violento (Tuca Andrada). Se emprega de governanta dos pestinhas. Ela e o pai das crianças se apaixonam. Sim, é uma novela antiga, quando ainda achavam que não precisavam ser muito realistas, e sim, muito texto é machista, mas Elizabeth Jinh é uma colaboradora e já é possível ver excelentes diálogos atuais sobre a condição de mulheres e relacionamentos. Ainda era a época que as novelas não precisavam ter negros em suas tramas, então a novela ignora que a maior parte da população brasileira é de negros.
Acho que os casalzinhos mais esquisitos eram os mais jovens da trama. O playboy filé (Cláudio Henrich) vivia com uma turma em esportes radicais, depois que o pai (Jorge Dória) arruína financeiramente a vida da família, ele toma juízo. Mas é tudo muito fake, é bem história de rico que fica pobre, mas não é bem assim. Hipotecada a fazenda, conseguem de volta com uma chantagem frouxa e continuam ricos. Os duas pretendentes tem 18 anos mas ainda estão no colégio. Emília (Débora Secco) é muito estudiosa, mas deve ter repetido de ano várias vezes pra ainda não estar na faculdade. Até dá pra entender a pressa de Filé pra casar com Babi (Nívea Stelmann) que queria intimidade só casando, mas casar aos 18 anos, os dois sem trabalho, é bem surreal. Ele acaba se decidindo por Emília, em vez de só namorar e os dois estudarem, casam rapidinho também. E o celeiro? Ok, ele com raiva do pai vai morar no celeiro. "Não quero nada do meu pai". Bom, mas o celeiro estava nas terras do pai e o celeiro era do pai. Filé não entende porque Babi não quer morar com ele no celeiro, mas como é uma novela da ilha da fantasia, não tem banheiro. Oi? Viver de modo simples é uma coisa, mas sem banheiro?
Gostei que a Heloísa (Suzy Rêgo) ficou com o Xistos (Cláudio Marzo). Ela é detetive e aparece na trama praticamente como uma vilã. A novela resolve ser boazinha com os maus da trama. Heloísa se redime do mal que fez, ela passa a novela com comportamentos anti éticos, mas se redime ajudando Álvaro a encontrar Madalena. Os vilões também são chamados de loucos e internados em um hospício de luxo. Em novela hospício sempre é um bom lugar pra loucos, inclusive os pra ricos. Letícia (Sura Bertichevsky) não tem a mesma redenção. Depois de cometer um crime gravíssimo, abandona o filho em um orfanato, a pobre sofre o pão que o diabo amassou na novela, não arrumam um companheiro pra ela, nem uma carreira melhor. Até o filho (André Gonçalves) esquece dela depois que ela vai embora e some da trama. Até Waldir foi perdoado melhor que a pobre da Letícia. Waldir, depois de todas as maldades que fez a família do Xistos, volta ao seu emprego.
A família que eu mais amava era a do Catulo (Emiliano Queiroz) e da Quitéria (Stella Freitas). Ele era o sábio da novela, ponderado, aconselhava todos. O Xistos o tinha como confidente. Quitéria era a adivinha da trama, ela percebia tudo, como amo esses atores. Eles adotaram um filho, a história do filho deles também é bonita.

Ele se apaixona por uma mulher mais velha (Myrian Rios) com um filho adolescente (Eduardo Caldas). Lindo como os pais defendem o namoro do filho. Mas é novela antiga como eu disse, o pobre do adolescente só trabalha, estuda também, mas após os estudos tem que trabalhar, exaustivamente. Relações trabalhistas em novelas antigas são sempre esquisitas pra dizer o mínimo. O Pepe tinha o melhor arroz da região. Mas na hora da colheita explorava a cidade inteira na colheita em troca de uma macarronada. Ganhava a vida às custas de trabalho escravo. Não tinha um funcionário no "sítio". 
Mas achei importante abordar o abuso do ricaço sobre o seu funcionário. Rudy comprava cavalos, ok, sabia escolher bons cavalos, mas também ganhava as corridas porque tinha um bom jóquei. Apesar dele ganhar muito dinheiro com as apostas e enriquecer, era incapaz de remunerar melhor o seu funcionário, ou partilhar os lucros com ele. Tinham muitos personagens que eu gostava. 

A doce Cema (Maria Carol Rebello), uma irmã que todo mundo queria ter. Frei Chicão (Diogo Vilela) e Dona Santa (Nair Belo) tinham momentos lindos. Belíssimo o diálogo do frei falando pra irmã que ela fazia vista grossa as irresponsabilidades do filho (Marcos Frota). E ainda Luciano Vianna, Rejane Goulart e Tereza Rachel.

Em 1998 já tinha a mania de na última semana ter um sequestro, achando que o público gosta. Ainda era a época que as novelas não tomavam certos cuidados com produtos para crianças. Pela família do sítio, muita criança amava e acompanhava a novela, mas a trama fica pesadíssima no final. Teve tentativa de estupro, mostrou assassinatos, tentaram matar o Maneco, ele só sobreviveu porque a bala não o matou, mas foi espancado na televisão e atiraram nele, sequestros, mais de um. Eu insisti porque queria ver o final, mas a novela fica muito ruim e chata nessa fase. Teve uma crítica muito grande com o surgimento da classificação indicativa, sim, pode ter alguns moralismos, exageros, mas é muito bom que as novelas para crianças sejam mais cuidadosos com violências.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Buster´s Mal Heart

Assisti Buster´s Mal Heart (2016) de Sarah Adina Smith na Netflix. Eu gosto muito do Rami Malek e de filme surreal e sim, esse filme é bem surreal. 


Buster é um homem fora da casinha. Ele invade casas de veraneio vazias e fica lá um tempo. É quando toma banho, se veste e come o que tem na casa. Nunca é visto, mas já é conhecido por suas invasões.

Então vamos conhecendo o passado desse homem. Era muito bem casado (Kate Lyn Shel) e feliz, com uma filha linda (Sukha Belle Potter). Morava na casa dos sogros (Lyn Shaye e R.J. Burns), com uma sogra insuportável.

Ele tem um emprego mais insuportável que sua sogra. O filme fala muito de abuso profissional. É muito difícil conseguir profissionais para horários fora do convencional, então é muito comum mentir, jogar uma isca, pra pegar o funcionário e depois nunca cumprir. O gerente do hotel (Jared Larson) promete que quando o funcionário do dia sair ele vai para o dia e claro que não acontece. Quando o gerente vê o funcionário muito estressado sugere algo tão absurdo, mas tão absurdo, que dá muita raiva. Sugere umas férias em um fim de semana, mas é um fingimento de férias. A esposa e a filha ficam no hotel em um fim de semana enquanto ele trabalha. Eu desconfiei que os problemas do protagonista eram bem sérios antes mesmo dele virar o Buster, que ele tinha vozes na cabeça e sim, desconfiei que o amigo (DJ Kalls), era um amigo imaginário. No começo é engraçado, mas vai ficando um filme muito, mas muito triste.

Beijos,
Pedrita

domingo, 4 de julho de 2021

O Jardim Secreto

Assisti O Jardim Secreto (2020) de Marc Muden na HBO. O 007 ama o filme de 1993 que não vi. O roteiro é muito lindo, baseado no livro da inglesa Frances Hodgson Burnett (1849-1924).

É um filme bastante melancólico. Uma criança (Dixie Egerickx) é achada em uma casa enorme na Índia, seus pais morreram de cólera. Demoram pra achá-la porque no país acontecem os conflitos entre Índia e Paquistão. Ela é enviada para a Inglaterra, para a casa do tio (Colin Firth), sua esposa era irmã gêmea da mãe da menina.

A mansão é um verdadeiro mausoléu e serviu de hospital na guerra. O filho do tio (Edan Hayhurst) vive no quarto. Em um ato de fúria a jovem acha cartas da tia e da mãe e lá vê que a tia comentava que o pai incutia no filho uma doença que ele não tinha e o deixava aprisionado no quarto. A jovem começa a levar o primo para o jardim secreto e a libertá-lo. É tudo muito lindo!
Alguns outros do elenco são: Amir Wilson, Isis Davis, Julie Walters, Jemma Powell e Mavie Dermody.

Beijos,
Pedrita