sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Voz e Violão - Música latino-americana

Assisti ao recital Voz e Violão - Música latino-americana com Adélia Issa e Edelton Gloeden na Biblioteca Mário de Andrade. Por vários motivos esperava ansiosamente essa apresentação desse projeto. Eu e minha irmã temos tentado conhecer mais a produção cultural dos nossos países vizinhos. Eu tinha uma amiga blogueira inclusive que falava bastante da produção cultural dos nossos países latino-americanos. Ela morava mais perto da fronteira e volte e meia ia ver peças na Argentina. Pena que ela parou o blog, era uma importante fonte de conhecimento pra mim. E agora conhecer mais a música realizada nesses países, foi outro grande presente.

O outro motivo é que nesse recital o duo fez duas estreias, uma mundial de uma obra do cubano Leo BrouwerBalada de un dia de Julio, que para a minha emoção estava na plateia. E estrearam no Brasil duas peças de um compositor uruguaio Alfonso BroquaCantos do Paraná.No repertório tiveram ainda obras do México, Argentina e Paraguai.

Segue o programa completo:

ALFONSO BROQUA  (Uruguai)            Cantos do Paraná (Fernán Silva Valdés)
       (1876-1946)                                           - Tarde de Verano
                                                                      - Biti-Bio
                                                                      - Paraná Guasú
                                                                Primeira audição no Brasil


ANTONIO LAURO (Venezuela)             Canción
      (1917-1986)                                       Danza Negra



NICOLÁS PÉREZ-GONZÁLEZ (Paraguai)    La Cometa (Jorge Enrique Adoum)
          (1927-1991)


MANUEL PONCE  (México)                    Por tí mi corazón (Luis G. Urbina)
     (1886-1948)


CARLOS CHÁVEZ   (México)                 Tres piezas para guitarra
    (1899-1978)


LEO BROUWER  (Cuba)                        Tres Canções de García-Lorca
        (1939)                                                    - Poema
                                                                      - Madrigalillo
                                                                      - Balada de un día de Julio  (Primeira
                                                                          audição mundial)

                                                                 Pieza sin titulo nº 1


CARLOS GUASTAVINO (Argentina)      Quatro Canções Populares Argentinas
         (1912-2000)                                           - Vidala del secadal (León Benarós)
                                                                       - La Siempre viva (Arturo Vazquez)
                                                                       - Pueblito, mi pueblo  (Francisco Silva)
                                                                       - Severa Villafañe (León Benarós)

Como nos outros recitais desse projeto, foi gratuito. O próximo será em novembro com outro repertório de pesquisa.


Esse vídeo é desse projeto, mas de outro dia de apresentação. Do repertório brasileiro.



Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Vale dos Demônios

Terminei de ler O Vale dos Demônios (1955) de Czeslaw Milosz. Minha irmã que me emprestou esse livro, ela comprou em um sebo e é só assim é que é possível comprar essa obra em português. Não se acha essa obra no nosso idioma nas livrarias, só em sebos, há inclusive nos sebos virtuais. Esse que li é da Francisco Alves, exatamente esse dessa capa. Czeslaw Milosz é um ganhador de Prêmio Nobel de Literatura em 1980. Alguns de vocês lembram que eu e minha irmã resolvemos ler ao menos um livro de cada vencedor. Não só lemos essas obras, mas tentamos encaixar em nossas leituras periodicamente obras de ganhadores de Nobel. Esse autor é polonês e é mais conhecido por suas poesias. Há um site no Brasil com alguns poemas em português. Há inclusive uma biografia do autor lá. Czeslaw Milosz nasceu na Polônia, lutou na Segunda Guerra Mundial contra os nazistas, mas depois se desiludiu com o comunismo, pediu asilo e viveu na França. O Vale dos Demônios foi publicado em Paris.

Obra Cubo nº 1 de Piotr Kowalski

O estilo de Czeslaw Milosz é bastante poético, suas frases são recheadas de palavras, mas seu texto é denso e desiludido. O protagonista não tem bons sentimentos. Pelo o que me recordo é o segundo livro que leio que há capítulos e capítulos com técnicas de caçadas. Confesso que tenho bastante dificuldade em ler algo que fale na melhor forma de você matar um animal. Czeslaw Milosz faz muitos paralelos da maldade humana, dos nossos demônios.

Obra de Wojciech Kossak

Primeira frase de O Vale dos Demônios de Czeslaw Milosz:

“Devo começar falando do País dos Lagos, o lugar onde viveu Tomás.”










Tanto os artistas plásticos, como o compositor são poloneses.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Chiquinha Gonzaga

Assisti em DVD a minissérie Chiquinha Gonzaga (1999) de Lauro César Muniz da TV Globo. A direção é de Jaymie Monjardim. Eu queria muito ver essa minissérie e minha mãe me emprestou os DVDs. Gostei muito! Queria conhecer um pouco mais sobre essa compositora. Sei que nem sempre o que ouvimos de personalidades foi realmente daquele jeito e há sempre segredos, mas é bom conhecer um pouco. A minissérie é impecável. Gabriela Duarte e Regina Duarte interpretam Chiquinha Gonzaga. A compositora foi uma mulher a frente do seu tempo. Se separou do marido, foi viver com outro homem, se separou novamente e adotou um garoto para calar as pessoas, mas viveu maritalmente com o rapaz. Foi a primeira regente mulher no Brasil.

Mesmo que a minissérie não tenha sido excessivamente fiel aos detalhes afetivos, até porque entre quatro paredes sabemos pouco das famílias ,ainda mais naquela época. Chiquinha Gonzaga parecia ter dificuldade de lidar com as relações. Escolhia também mal os seus relacionamentos. Parecia que teve uma infância muito austera. Se não fosse a rebeldia dela de não aceitar as ordens talvez não tivéssemos as obras maravilhosas dessa compositora. Ela teria se resignado ao primeiro marido e nunca mais tocado piano ou somente o que era aceito, na família. Mulheres não se apresentavam em público. Chiquinha Gonzaga teve pouco contato com os filhos. Só conseguiu criar o João Gualberto. Se até hoje mulheres que abandonam o lar podem perder a guarda dos filhos, que dirá naquela época.

O elenco é primoroso. Há aquela confusão em envelhecer ou mudar o ator então em alguns casos fica estranho, mesmo a maquiagem já sendo melhor atualmente. Uns são envelhecidos, outros não, aí dá um certo descompasso. Marcelo Novaes faz o primeiro marido de Chiquinha Gonzaga, Carlos Alberto Riccelli o segundo e o último é interpretado pelo Caio Blat que estreia na televisão na minissérie. Joaquim Callado é interpretado por Norton Nascimento. Paulo Betti faz uma participação especial como Carlos Gomes, ficou muito bem, mas Paulo Betti não é mulato como era Carlos Gomes. Maurício Gonçalves como José do Patrocínio. Rosamaria Murtinho interpreta a Princesa Isabel.Antônio Calloni como Lopes Trovão.

O elenco é todo excelente: Solange Couto, Odilon Wagner, Fábio Junqueira, Bruno Telles, Jorge Maia, Tânia Bondezan, Ângela Leal, Zezé Motta, Danielle Winitts, Suzana Vieira, Chica Xavier, Adriana Lessa,  Christine Fernandes, Emillio Orciollo Neto, Marcelo Mansfield, Taumaturgo Ferreira, Daniela Escobar, Murilo Rosa, Antonio Grassi, Caio Junqueira, Ana Paula Tabalipa, Sergio Loroza, Flávio Migliaccio, Vera Holtz, Lavínia Wlasak, Clarisse Abujamra, Maria Ceiça, Carlos Casagrande, Cláudio Lins, Dira Paes e Emilliano Queiroz .  Eu escolhi ver essa minissérie recentemente e por coincidência li depois que assisti que foi lançado um site sobre a compositora e com partituras. Quem quiser conhecer esse é o link.

Beijos,
Pedrita


domingo, 23 de outubro de 2011

Rastros de Justiça

Assisti Rastros de Justiça (2009) de Oliver Hirschbiegel no MAX. Eu ainda queria ver um filme, comecei a olhar pelo controle remoto qual iria começar às 22h e me interessei por esse. O título original é bem mais interessante, Five Minutes of Heaven. O roteiro é de Guy Hibbert. Gostei muito! É um filme que deveria passar em universidades. É pesado, mas fala muito de preconceito, da forma estúpida como pode nascer um preconceito. Começa com nossos protagonistas jovens. Um rapaz de uns 18 anos na Irlanda, resolve ingressar no movimento terrorista IRA. A violência nas ruas é uma constante. Me lembrou os conflitos que vi no filme Em Nome do Pai. Ele diz para os amigos que falaram que ele precisava fazer uma iniciação para entrar no grupo terrorista e que a iniciação seria matando um homem. Ele escolhe um rapaz que tinha expulso um homem de um bar. O irmão desse homem fica em estado de choque, vê tudo e não faz nada.

O filme vem para os dias de hoje. Uma televisão resolve promover o encontro desses dois para promover a reconciliação. A TV só quer o sensacionalismo do momento, é patética a forma simplista como a televisão vê esse encontro, como avalia e como não tem a mínima noção da gravidade desse encontro. Os dois atores estão excelentes, Liam Neeson e James Nesbitt. Outros do elenco são: Mark Ryder, Niamh Cusack,  Kevin O´Neill, e Anamaria Marinca.


Beijos,
Pedrita