sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A Babá

Assisti A Babá (2009) de Sebastián Silva no Telecine Cult. Esse filme chileno fala de uma doméstica, que vive no emprego, que já foi babá dos filhos da patroa, ainda cuida deles, mas acumula as funções de cuidar da casa. A Babá fala dessa relação doentia entre patrões e empregados, dessa relação que não é mais escrava, mas age como se fosse. E o como se fosse é que se baseia o filme.

É o famoso termo: "Como se fosse da família", que deveria vir com o: "mas não é". Porque essa frase não é real. É só como se fosse, mas não é. O filme é todo controverso. Muito inteligente o roteiro não colocar a babá como a vítima. A babá está há anos na família, mais de 15 anos. A casa é enorme, dois andares, vários quartos e banheiros. Todos são dependentes dessa mulher, tudo pedem, nada fazem sozinhos. Quem acorda os filhos é a babá, a mãe continua dormindo. A escravidão é assustadora. A babá está em crise com essa família e a forma que ela encontra de descarregar as suas frustrações é na adolescente mais velha. Que claro, é imperfeita como qualquer adolescente e é nessa moça que toda a raiva da babá que percebe que a vida passou por essa família que de uma certa forma não está nem aí pra ela. Não há afeto sincero. Uma gratidão, mas não um sentimento familiar de pertencimento. O texto é muito controverso e incrível.

Começa com a babá no dia do seu aniversário. É noite, ela janta sozinha na cozinha, já que ela é como se fosse da família, não é da família e é chamada a sala de jantar para comemorar o seu aniversário. É tudo rápido e formal e o presente? Um uniforme novo de trabalho. Ela morre de dores de cabeça, mal dorme para acordar as crianças pra ir a escola e para lavar a louça da janta, mas ninguém a leva ao médico, já que ela é como se fosse e não é. A única forma de tentar minimizar a queda de produtividade é tentar contratar uma pessoa para a ajudar, mas nada conversado, tudo imposto, afinal nessas horas lembram que ela não é da família. A babá não vê mais a família dela, fala rapidamente ao telefone celular com a mãe. Não tem vida social, vive para essa família que é como se fosse a sua.

Catalina Saaveda arrasa como a babá. A patroa é interpretada pela Claudia Celedón. Uma das empregadas que vão ajudar é interpretada por Mariana Loyola. A Babá ganhou Melhor Filme nos festivais de Cartagena, Guadalajara e Huelva. Ganhou vários outros prêmios, inclusive de melhor atriz para Catalina Saaveda no festivais de Miami, Santa Cruz e Sundance

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O Silêncio da Chuva de Luiz Alfredo Garcia-Rosa

Terminei de ler O Silêncio da Chuva (1996) de Luiz Alfredo Garcia-Rosa. Esse livro foi indicado pelo blog Paisagens da Crítica do Júlio Pimentel Pinto que nos anos passados, ao final de cada ano, fazia a relação dos livros comentados. Eu guardei essas listas que me ajudam quando vou escolher livros para comprar. Tenho outras listas também. Gosto das listas dele porque são de livros contemporâneos, embora sejam livros mais difíceis de achar. No blog dele há uma resenha de outro livro de Luiz Alfredo Garcia-Roza.


Obra Botafogo de Dalvan da Silva Filho

O Silêncio da Chuva eu comprei em um sebo pela Estante Virtual, é da Companhia de Bolso da Companhia das Letras. A obra ganhou os prêmios Nestlé e Jabuti e foi a primeira do autor e a primeira com o Inspetor Espinosa. É um livro policial fantástico. Fiquei intrigada logo no começo já que ficamos sabendo que é um suicídio e fiquei pensando se tínhamos nos enganado. E a obra vai surpreendendo o tempo todo com seus dobramentos criativos. 

Obra Livro dos Caminhos de Lygia Pape

Eu adoro literatura policial e fiquei fã do Inspetor Espinosa, mas imagino que o Júlio Pimentel Pinto tenha igualmente se incomodado com os hábitos culinários de nosso inspetor. O Júlio adora livros com desdobramentos gastronômicos, de ler receitas nos livros e o Inspetor Espinosa incomoda. Ele come direto congelados, lasanha ou talharim ao molho bolonhesa e sanduíches no McDonald´s. Até mesmo quando é convidado para almoçar escolhe sanduíches inconfessáveis. A alimentação é muito pobre.

Os pintores, o compositor e o escritor são cariocas.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Sinfonia nº 5 de Tchaikovsky

Assisti ao concerto da Filarmônica de Viena sob regência de Herbert Von Karajan no Arte 1. Eles interpretaram a Sinfonia nº 5 de Tchaikovsky. Incrível, maravilhoso, surpreendente! São 4 movimentos em uma hora de exibição. Esse concerto está em exibição no Arte 1 em vários horários.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Figuras da Dança: Celia Gouvea

Assisti Figuras da Dança: Celia Gouvea no Arte 1. Eu adoro essa coreógrafa e dançarina. Fiquei fascinada quando vi uma apresentação com ela e dela. Foi excelente esse Figuras da Dança. Em um palco Celia Gouvea e Inês Bogea falavam. Na plateia, público e profissionais que trabalharam com Celia Gouvea como Naum Alves de Souza e J. C. Violla.

Enquanto conversavam passaram várias imagens de trabalhos, inclusive com esses dois profissionais. A genialidade dela em cada obra, a diferença de cada obra. Absolutamente surpreendente! Obras tão diferentes entre si, tão experimentais. Inesquecível!

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Naná

Terminei de ler Naná (1880) de Émilie Zola. Eu comprei esse livro há muito tempo em um sebo por R$ 10,00. É uma edição do Círculo do Livro, não a dessa bela capa. Naná ficou aqui aguardando. Eu tinha lido desse autor Germinal,  Naná é muito diferente. É sobre Naná, uma artista, bela mulher, e seu talento de seduzir. No início Zola fala em detalhes de uma apresentação no palco, incríveis os detalhes nas coxias, dos preparativos. Todos falam de Naná, ela tem uma voz feia, não interpreta bem, mas sua beleza e presença cênica enlouquecem Paris. Naná é do naturalismo francês.

Obra Diante do Espelho (1876) de Édouard Manet

Naná passa por várias fases da vida dessa artista. A época dos palcos, o recolhimento no campo. Amores. Quando ganha bastante dinheiro e esbanja muito. Decadência. Ela adora se olhar nua no espelho e ver a sua perfeição. Naná é gorducha e essa é a extrema beleza da época. Naná nua em frente ao espelho é a perfeição da beleza. Suas formas gorduchas são perfeitas. Outros tempos, onde os critérios estabelecidos de beleza eram outros. Sua beleza e perfeição encantavam os homens. Na fase que ela tem dinheiro e esbanja, ela usa e abusa dos homens que não sabem o que fazer para contentá-la financeiramente.

Tanto o compositor, bem como o pintor são franceses e criaram suas obras no mesmo período que foi escrita Naná.

Beijos,
Pedrita