É o famoso termo: "Como se fosse da família", que deveria vir com o: "mas não é". Porque essa frase não é real. É só como se fosse, mas não é. O filme é todo controverso. Muito inteligente o roteiro não colocar a babá como a vítima. A babá está há anos na família, mais de 15 anos. A casa é enorme, dois andares, vários quartos e banheiros. Todos são dependentes dessa mulher, tudo pedem, nada fazem sozinhos. Quem acorda os filhos é a babá, a mãe continua dormindo. A escravidão é assustadora. A babá está em crise com essa família e a forma que ela encontra de descarregar as suas frustrações é na adolescente mais velha. Que claro, é imperfeita como qualquer adolescente e é nessa moça que toda a raiva da babá que percebe que a vida passou por essa família que de uma certa forma não está nem aí pra ela. Não há afeto sincero. Uma gratidão, mas não um sentimento familiar de pertencimento. O texto é muito controverso e incrível.
Começa com a babá no dia do seu aniversário. É noite, ela janta sozinha na cozinha, já que ela é como se fosse da família, não é da família e é chamada a sala de jantar para comemorar o seu aniversário. É tudo rápido e formal e o presente? Um uniforme novo de trabalho. Ela morre de dores de cabeça, mal dorme para acordar as crianças pra ir a escola e para lavar a louça da janta, mas ninguém a leva ao médico, já que ela é como se fosse e não é. A única forma de tentar minimizar a queda de produtividade é tentar contratar uma pessoa para a ajudar, mas nada conversado, tudo imposto, afinal nessas horas lembram que ela não é da família. A babá não vê mais a família dela, fala rapidamente ao telefone celular com a mãe. Não tem vida social, vive para essa família que é como se fosse a sua.
Catalina Saaveda arrasa como a babá. A patroa é interpretada pela Claudia Celedón. Uma das empregadas que vão ajudar é interpretada por Mariana Loyola. A Babá ganhou Melhor Filme nos festivais de Cartagena, Guadalajara e Huelva. Ganhou vários outros prêmios, inclusive de melhor atriz para Catalina Saaveda no festivais de Miami, Santa Cruz e Sundance.
Beijos,
Pedrita