domingo, 5 de outubro de 2025

Virgínia e Adelaide

Assisti Virgínia e Adelaide (2024) de Yasmin Thayná e Jorge Furtado no Canal Brasil. Como queria ver esse filme. Descobri por um acaso indo o olhar o que o canal passava e assisti voltando ao começo pelo controle remoto. É a história da primeira psicanalista do Brasil, Virgínia Bicudo, que teve muita dificuldade de ser reconhecida no Brasil. Ela foi socióloga, mas queria ser médica. Foi impedida de cursar medicina por ser negra. Ela procura a médica, psicanalista alemã judia Adelaide Koch. Inicialmente para fazer psicanálise, mas também para se especializar no tema.
 

Eu adoro essas atrizes, Gabriela Corrêa e Sophie Charlote. As duas interpretam as duas psicanalistas, mas os diálogos são ficção. A história é fato, mas as conversas foram criadas. Elas se conheceram em 1937. Virgínia passou um tempo como paciente de Adelaide, depois passaram a estudar e trocar juntas a psicanálise. Adelaide foi proibida na Alemanha de exercer a medicina e a psicanálise por ser judia, é quando decide ir com a família para o Brasil.
Gostei da estrutura do filme que são só com as duas atrizes. Entre as conversas, elas aparecem em outro formato individualmente contando suas histórias e de suas famílias. As duas sofreram preconceito de raça e dificuldade de exercer suas profissões por sua origem. Virgínia teve familiares escravizados. Seu pai não pode estudar medicina por ser negro. Adelaide era uma respeitada psicanalista na Alemanha, até os nazistas a impediram de exercer a profissão pela raça.

Cansada das dificuldades de estudo no Brasil, Virgínia segue para a Inglaterra onde passa 5 anos estudando. Ela escrevia colunas em jornais, livros e teve uma participação efetiva na psicanálise no Brasil. Estava em todo os importantes grupos de estudos, tinha contato com psicanalistas do mundo todo. Quero ler mais sobre ela.

Beijos,
Pedrita