sábado, 5 de setembro de 2009

Ecos

Assisti ao documentário Ecos (2009) de Pedro Henrique França e Guilherme Manechini no festival É Tudo Verdade na Cinemateca Brasileira. Eu queria ver esse documentário, apesar de triste, porque tinha admiração pelo Toninho do PT. Não conhecia muitos detalhes da carreira dele, mas sabia do seu carisma e do quanto era respeitado em Campinas. Tinha ficado muito triste quando soube do seu assassinato e desconfiada que poderia ter sido um crime político. Um dia apareceu por email um texto da viúva sobre um abaixo assinado, contando as confusões das investigações e pedindo que assinássemos para que as investigações continuassem. Quando soube que tinha um documentário sobre esse triste episódio do nosso país quis apoiar e assistir. Gostei que o documentário não foi pelo caminho fácil do melodrama e sensacionalismo, foi pelo caminho da informação e do jornalismo. Então conheci bastante do Toninho e da sua carreira.

Gostei de conhecer um pouco da carreira do Toninho. Não sabia que ele tinha se formado arquiteto pela FAU na USP. E que tinha escolhido o Urbanismo como profissão. Foi isso que fez o arquiteto criar projetos de urbanização em favelas na década de 70. Com o projeto, ele se comprometeu a todos os fins de semana ir ajudar os moradores nos mutirões dos projetos de urbanização. Passou 15 anos indo todos os fins de semanas ajudar nos projetos de urbanização. Isso provavelmente foi o que mais lhe trouxe popularidade. Na sua trajetória, Toninho ganhou muitos amigos e alguns inimigos. Fiquei triste com esse Brasil confuso e tão pouco transparente. É absolutamente confusa a investigação. Me incomoda esse contracenso nesse país. Enquanto o Collor foi inocentado por falta de provas, e o que não faltavam eram provas. Os argumentos frágeis da morte do Toninho foram dados como conclusivos, mesmo as argumentações terem sido baseadas em suposições e não em provas. Eu sabia que as investigações tinham sido obscuras, só não tinha ideia do tamanho da dimensão das confusões e infelizmente o documentário conseguiu mostrar a teia de incongruências. Inclusive a morte de três bandidos em outra cidade, por policiais de Campinas, que alegaram terem sido em um confronto. Tudo estranho, irregular e muito triste. Apesar de achar que mesmo que esse caso seja melhor apurado, é possível que o que realmente aconteceu nunca apareça. Mais triste ainda. A viúva estava presente na sessão e disse que esse documentário vai passar em Campinas no dia 11 no Museu da Imagem e do Som. E depois em mais 6 bairros de Campinas onde as pessoas deram os depoimentos. Também há um site.

Youtube: Documentário ECOS discute o assassinato de Toninho do PT



Bejios,

Pedrita

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Humano, Demasiadamente Humano

Assisti ao documentário Humano, Demasiadamente Humano (1973) de Louis Malle no festival É Tudo Verdade na Cinemateca Brasileira. Esse e o curta passaram na mesma sessão. Mostra a produção de automóveis, os movimentos mecânicos, a quantidade de funcionários. Hoje vemos em alguns comerciais a automação, tudo é mais automatizado. Em 1973 já era, mas obviamente com outra tecnologia. Me impressionou a quantidade de mulheres na fábrica. Elas cuidavam dos estofamentos, dos fios e várias de grandes máquinas. Os cabelos e roupas dessa época também são ótimos. Quantas vezes me perguntei o que era humano e o que era máquina. E quantas vezes me perguntei se o funcionário era mais máquina ou mais humano. Os movimentos são tão repetitivos que eu já estava cansada de ver. E fiquei pensando como seriam aquelas pessoas dia após dia naquela aparente monotonia de movimentos.

O documen-tário mostra alguns processos de montagem até o carro ficar pronto. Depois uma feira lotadíssima onde todos dão palpites. E como criticam cada detalhe, e como dão palpites. Aí volta para a fábrica do final da produção retornando para o começo, com toda a genialidade do olhar de Louis Malle.



Beijos,


Pedrita

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vive Le Tour

Assisti Vive Le Tour (1962) de Louis Malle no festival É Tudo Verdade na Cinemateca Brasileira. Esse foi mais um documentário que vi nesse festival. Eu fiquei empolgada quando li na imprensa que o festival iria fazer uma mostra especial com documentários do Louis Malle, um dos meus diretores preferidos. Esse é um curta sobre a competição na França de ciclistas. Gostei muito e é bem divertido! Os ciclistas que ficam pra trás e tem dificuldade de subir as montanhas são empurrados pelos que assistem. A França parece parar pra ver a competição.

Youtube: Vive Le Tour (1962 Tour de France) Part 1



Beijos,

Pedrita

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um Povo nas Sombras


Assisti ao documentário iraniano Um Povo nas Sombras (2008) de Bani Khoshnoudi no festival É Tudo Verdade na Cinemateca Brasileira. Esse documentário mostra Teerã, seu crescimento rápido, o excesso de população, o crescimento desordenado e irregular. Lembra São Paulo pelo excesso de trânsito, muitos prédios. O que diferencia é que Teerã é uma cidade recente, que foi muito recentemente destruída pela guerra. Então tudo é novo, mas os conflitos estão lá. Bairros com muita pobreza. Shoppings idênticos. Outro diferencial é o fanatismo religioso. Gostei de mostrarem vários canais de televisão com programas do país e o que passavam naquele momento. Há entrevistas com fanáticos ressaltando a importância do sangue dos mártis para a revolução. Que uma revolução só tem valor com o sangue dos mártires. As músicas inclusive ressaltam a importância de dar a vida pela seu povo. A população é normal com poucas mulheres vestidas totalmente de negro e de forma austera. A maioria há executivos vestidos de ternos, mulheres vestidas sociais, muitos de jeans, com iPods e celulares potentes. O que diferencia é que as mulheres usam sempre lenços e vários são muito bonitos. O festival É Tudo Verdade acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro até meados de setembro. As apresentações são gratuitas.


Bejios,

Pedrita

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Três Tempos

Assisti Três Tempos (2005) de Hsiao-hsien Hou no Telecine Cult. Olhei na programação e escolhi esse filme de Taiwan com co-produção da França. O nome original é Zui Hao De Shi Guang e no Brasil está como Três Tempos. Durante a trama aparecem escritos os Três Tempos: Tempo de Amar, Tempo de Liberdade e Tempo de Juventude. Nos Três Tempos é sempre o mesmo casal vivendo momentos políticos diferentes. Começa em 1966, vai para 1911 e termina em 2005. Mostra não só as diferentes relações e seu tempo, a questão política, as músicas, bem como a linguagem do cinema.

Gostei no início que tudo pratica-mente se passa em uma única tomada de uma sala onde se joga sinuca. Pouco vemos de outros ambientes. Em todos há poucos diálogos e muitos são escritos. Em 1966 por cartas, em 1911 todo o texto é como filme mudo. E no último high tech, nesse tudo é pelo computador, SMS ou recado no celular. As relações afetivas também mudam. Há a declaração de amor no primeiro, mas eles só pegam na mão muito tempo depois. No de 1911 é a época do concubinato e as difíceis relações femininas. E no último as mudanças das relações não só entre quatro paredes, mas entre os familiares. Os tempos de cada tempo também são diferentes, as técnicas cinematográficas e a iluminação. No de 1911 tudo é perfeito, nada está fora de lugar, tudo é milimetricamente estudado. Como a hora que a personagem arruma milimetricamente uma toalha. Em 2005 tudo já é mais bagunçado, as ruas são super lotadas, tudo não é muito bonito esteticamente. Gostei demais de Três Tempos. Os dois atores são muito bonitos e talentosos: Shu Qi e Chang Che
Youtube: Three Times Trailer



Beijos,

Pedrita

domingo, 30 de agosto de 2009

Kung Fu Panda

Assisti Kung Fu Panda (2008) de Mark Osborne e John Stevenson no Telecine Premium. Eu tinha visto o trailer nos cinemas e pensei em levar minha mãe para vermos no cinema, mas não conseguimos. A expectativa foi grande para esperar estrear no Telecine. E me surpreendeu! Eu achei que era uma comédia de animação. Algo engraçado! Mas Kung Fu Panda tem um roteiro muito bem desenvolvido. Sem exageros, apesar de abusar um pouco da filosofia oriental. O roteiro é baseado na história de Ethan Reiff e Cyrus Voris. Gostei que Kung Fu Panda fala sobre determinação. Um grupo de grandes lutadores de kung fu foram preparados para o dia que escolhessem o grande guerreiro. Só que por um acaso o Panda aparece e ele é escolhido.

Esses lutadores que tanto se prepa-raram se revoltam, afinal eles haviam se prepa-rado e o Panda não parece preparado. Gostei de mostrar a nossa pretensão de acharmos que sabemos quem é realmente o mais preparado. Nesse momento empresarial, onde os julgamentos são às vezes superficiais, esquecem outros valores. O Panda amava o kung fu, era fã desses lutadores, sabia tudo deles e de todas as tradições, tinha uma grande admiração e respeito pelas tradições. Mas todos só viam o aparente despreparo. Bonitinho como aos poucos o Panda vai conquistando os lutadores. Me encantei com essa animação! Entrou para a lista das minhas preferidas.


Youtube: Kung Fu Panda Trailer



Beijos,

Pedrita