sábado, 12 de março de 2022

O Armário

Assisti O Armário (2020) de Kwang-bin Kim no TelecinePlay. Tinha um tempo que via o cartaz desse filme, não esse, outro não tão atrativo, mas demorei um pouco pra ver. Me emocionei muito!

O pai muda-se com a filha para uma casa grande afastada. A casa é um pavor como muitas casas coreanas. Escuras, antiquadas, com pouca iluminação. Ele tem uma relação conturbada com a filha. Ele dirigia com a esposa e a filha no banco de trás, se acidentam e a mãe morre. Como o pai era ausente, trabalhava muito, ele não tem intimidade com a filha que está com raiva do pai pelo acidente. Uma graça a menina interpretada por Yool Heo. Ele é Ha Jung-Woo. A menina desaparece e ele desesperado fica procurando-a.
Surge um homem (Nam Gil-Kim) que diz que muitas crianças sumiram naquela casa e começa a ajudar o pai a encontrar a sua filha.

A trama das crianças é de cortar o coração. O pai consegue conexão com as crianças que seguiram a outra no armário e vê em cada uma a violência que sofreram, chorei muito. Triste demais! Que filme profundo!


 

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 11 de março de 2022

Naquele Fim de Semana

Assisti Naquele Fim de Semana (2022) de Kim Farrant na Netflix. É um suspense pra distrair. Lindas as locações na Croácia. É baseado no livro de Sarah Alderson.

Uma amiga chega na Croácia, sua melhor amiga já está lá. Ela se separou e quer torrar o cartão de crédito do marido. Aluga um ap deslumbrante, com vista deslumbrante, tudo luxuoso e caro. A outra amiga já é mais reservada, está com um bebê que ficou com o marido, mas quer ficar com a amiga por um fim de semana. As duas são interpretadas por Leigthon Meester e Christina Woolfe.

Elas vão a um bar, a que acabou de ser mãe acorda no dia seguinte, não lembra de nada e não acha a amiga. Ela então vai a polícia e começa a investigar. Eu logo já adivinhei e não errei. Mas distrai como disse. Lindo o ator que passa a ir com ela pra tudo quanto é lugar procurar pistas, Ziad Bakri. Ele interpreta um sírio e é palestino.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 10 de março de 2022

Entardecer

Assisti Entardecer (2018) de Lásló Nemes no TelecinePlay. Desde que o Telecine e a HBO passaram a ter streamings individuais, o acervo de filmes aumentou. E não aparecem no lugar dos novos, surgem no meio da lista, tenho olhado bastante as Cinelistas do TelecinePlay. Então eu tenho vasculhado os filmes no Now e achei esse maravilhoso! Que filme diferente!
 

Uma belíssima jovem vai procurar emprego em uma loja de chapéus. Ela é interpretada pela estonteante Juli Jakab. Logo ficam sabendo que ela é herdeira dos antigos donos da loja que leva o sobrenome dela. Todos na cidade querem se livrar dela, que ela vá para outra cidade. Todos parecem saber sua história, menos ela. Ela é perseguida por cocheiros, entregadores, hostilizada por muitos, não há quem não saiba a sua história.
Descobrimos que seus pais morreram quando ela tinha 2 anos e que ela foi para um orfanato. Enquanto está na cidade ela ouve falar em um irmão e resolve investigar. Ninguém quer dar informação.

Ela passa a andar pelas ruas lotadas atrás de pistas, de pessoas, a câmera vai seguindo-a. Que cenas de difícil realização. Ela está sempre em ruas no tempo antigo, com muita gente, cenas enormes com ela andando, fantástico! E que direção de arte! Belíssimo filme!

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 9 de março de 2022

Promising Young Woman

Assisti Promising Young Woman (2020) de Emerald Fennell no TelecinePlay. Claro que o título no Brasil já vem com spoiler, Bela Vingança. Esse filme estava em listas de filmes premiados, ganhou Oscar de Melhor Roteiro Original e vários outros prêmios. Apesar de relutar, acabei resolvendo ver. E  fiquei em choque! Que filme!

No começo eu tive um pré-conceito, achei que seria um filme com pegada adolescente. A jovem traumatizada que faz pequenas vinganças e um amor romântico que a salva. Mas o filme é de uma profundidade desconcertante. Há muitas camadas, discussões. Fala muito de "foi só uma brincadeira", "ela não devia ter bebido", "bebemos e nem vimos o que fazíamos", "nós éramos muito jovens", "todos faziam", "não foi nada demais". Enfim, que filme!
E com muitas surpresas. Uma eu já desconfiava, mas o filme vai muito mais além. Carey Mullingan está incrível, o filme é praticamente ela. O médico é interpretado por Bo Burnham. A amiga por Laverne Cox.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 7 de março de 2022

Um Lugar Bem Longe Daqui de Delia Owens

Terminei de ler Um Lugar Bem Longe Daqui (2018) de Delia Owens da Intrínseca. Eu participo semanalmente dos sorteios dessa editora. Nem acreditei quando ganhei! Só me toquei que escolhi um livro pensando que era outro quando o livro chegou. Eu adoro me surpreender e nesse caso foi por total engano. O nome original é lindo, Onde as Lagostas Cantam. Essa capa lindíssima e tudo a ver, é exatamente a do livro original americano. Teve 2 milhões de exemplares vendidos nos EUA.

O marcador de livros eu ganhei e é francês com um tigre.


Obra Predadores (2012) de Mia Araújo

Virou o livro da minha vida! Virei do avesso inúmeras vezes. Fiquei muito impactada. É sobre uma jovem que vive sistematicamente o abandono. A mãe vai embora. Aos poucos um a um os irmãos também. Ela fica sozinha no brejo, com 6 anos. Sei pai vai e vem. Violento e alcóolatra, diz que ela, aos 6 anos, agora tem que cuidar da casa, limpar, cozinhar, comprar os alimentos. Ela mal sabe como se faz, não sabe ler, contar dinheiro. Apesar do pai ser violento, ela sempre fica angustiada quando ele parte, com medo que ele não volte mais como os outros. É só o que ela tem. O livro fala muito, mas muito de empatia, a dificuldade que temos em entender motivos complexos de pessoas na mais absoluta solidão. Melhor um pai violento, que nada.
Obra Lua no Brejo (2014) de Diane Parks

Mas o pai acaba partindo e ela tem que se virar. Não teria mais aqueles poucos trocados. Ela começa então a pegar mariscos e vender. Um garoto um pouco mais velho a ensina a ler, ela tem 11 anos. Ele vê o interesse dela em biologia e leva livros pra ela. Ela passa então a desenhar e catalogar tudo o que encontra no brejo. A autora é zoóloga e muito de natureza tem no livro, é fascinante. O rapaz vai para a faculdade, depois vê todo o trabalho da jovem, sugere que ela publique, a ajuda, e ela se torna uma especialista do brejo. Mesmo assim o preconceito de todos não muda. Julgavam ela mesmo sendo uma criança, mesmo tendo 6 anos. Não se compadeciam. Os apelidos pavorosos, apostas de quem tirará a virgindade. E ela fica uma linda mulher.

Obra Lua no Bayou (2015) de Diane Milsap

Trechos de Um Lugar Bem Longe Daqui (2018) de Delia Owens:

“Apática, perguntou-se o que tinha feito para mandar todas as pessoas embora. A própria mãe. As irmãs. A família inteira. Jodie. E agora Tate. Suas lembranças mais pungentes eram datas desconhecidas de parentes desaparecendo pela estradinha a fora.”

“Sempre encontrara força e coragem para se erguer da lama, para dar o passo seguinte, por mais bambo que fosse. Mas onde essa garra a tinha levado?”

“Precisar das pessoas acabava em sofrimento.”

“Quanto se está disposto a oferecer para vencer à solidão?”

“Quebrando a promessa que fez a si mesma de nunca mais esperar por ninguém, Kya ficou andando de um lado para outro pela margem da lagoa.”

“Apoiar-se nos outros deixa você desamparado.”

“Eu passei anos querendo estar com outras pessoas. Acreditava de verdade que alguém fosse ficar comigo, que eu teria amigos e uma família. Que faria parte de um grupo. Só que ninguém ficou. Nem você nem qualquer pessoa da minha família. Agora eu finalmente aprendi a lidar com isso e a me proteger".

Beijos,
Pedrita