sábado, 26 de outubro de 2024

O Cinema das Mulheres

Assisti ao documentário O Cinema das Mulheres (2020) de Vanessa de Araújo Souza do CurtaOn no Brasiliana TV. Eu adoro filmes históricos. Esse fala um pouco da presença da mulher no cinema brasileiro. Fiquei surpresa quantas mulheres dirigiram, produziram filmes, antes mesmo do cinema ser falado. Quem conta boa parte dessas informações é a chefe de um arquivo, Alice Gonzaga. Ela é de uma geração de arquivistas. O documentário conta que as mulheres foram aparecendo nos bastidores desde o cinema mudo, que o Brasil tem um número expressivo de técnicas desde o início do cinema.

O documentário homenageou Ruth de Souza que assistiu a alguns filmes e falou de filmes onde mulheres foram protagonistas. Li uma matéria que as mulheres são minoria como protagonistas de filmes, a matéria falava inclusive de filmes de super heróis. Após a matéria eu passei a prestar a atenção em filmes que tem protagonistas mulheres. Eu vejo muitos filmes dirigidos por mulheres e filmes com mulheres protagonistas, talvez por ter maior identificação, então não consigo analisar com esse distanciamento. E talvez atualmente tenham mais profissionais em destaque na direção. 

O documentário mostrou trechos do filme Sinhá Moça, com Ruth de Souza assistindo. A atriz contou que concorreu ao Leão de Ouro, foi a primeira atriz brasileira a concorrer ao prêmio junto com Katharine Hepburn e Michelle Morgan.
O documentário termina com a retomada do cinema brasileiro marcado pelo filme Carlota Joaquina de Carla Camuratti que dá entrevista no filme.
No Brasiliana TV o documentário está com ótima qualidade de imagem. Diferente desse vídeo.
Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

A Mouthful of Air

Assisti A Mouthful of Air (2021) de Amy Koppelman no Telecine Play e Telecine Premium. Comecei a ver no Telecine Play, mas o filme simplesmente desapareceu. Precisei ir no Telecine Premium e achar na busca pra voltar pelo controle remoto. Eu vi aos poucos porque é um filme muito, mas muito difícil. Não aconselho. Tem que estar preparado. Não é fácil. Mas é urgente.

A protagonista não está bem. Ela é muito amada pelo marido (Finn Witrtock), apoiada pela mãe (Amy Irving), mas não está bem. Acabou de ter um bebê, mas não está lidando bem com a situação. Eu fiquei muito incomodada pela falta de apoio psicológico que ela não tem. Ela tem um médico (Paul Giamati), psiquiatra, não entendemos muito bem a função dele. Enfim, não dá muito pra saber, mas ela não faz tratamento psicológico com ninguém, nem o marido. Tem conversas dela com o médico e o marido que são constrangedoras. Os dois meio que dizendo o que e como ela tem que fazer. 
Me incomodou o tempo todo eles invalidarem os sentimentos dela e dizerem como ela teria que se sentir. Sim, o marido é carinhoso, mas o tempo todo invalida o que ela sente e diz como ela tem que se sentir, ou como vai se sentir. Quando o filme começa ela se recupera de uma tentativa de suicídio e mesmo assim não faz terapia. Ela precisaria muito de alguém com quem pudesse dizer tudo o que sentia, até mesmo os sentimentos ruins. O mesmo para o marido. Para que ele pudesse despejar a raiva que ele sente de tudo ter desandado. Ele não despeja nela, mas tenta o tempo todo forçar que ela dê continuidade aos sonhos dele ou aos sonhos do passado que mudou, não tem como por embaixo do tapete. Ele quer sair de um apartamento para uma grande casa perto da insuportável irmã dele. A cunhada acusa a jovem de ser culpada por ter tentado contra a própria vida. Culpa em um bar, publicamente. Humilhando a jovem e o marido só fica constrangido, não faz nada. O marido quer a casa para que o filho possa jogar basquete no quintal, mas o bebê nem fez um ano. Ele só quer realizar os seus sonhos e manipula a esposa pra conseguir. Como ela sente culpa pelo que fez, ela vai cedendo. Como ele mesmo diz, ela vai se acostumar. Eles querem o tempo todo definir os sentimentos que ela virá a ter.
Pra piorar eles resolvem ter mais um filho. Claro que dá ruim. O único que não a julga é o porteiro. A loja entrega o carrinho e a bolsa que ela largou em um surto, e ele só devolve. Ela fica em choque pelo desconforto e ele a faz sentir desconfortável. Sem julgar. A diretora é autora do livro que deu origem ao filme. Ao final relata que em 1992 não se falava em depressão pós-parto. Mas eu acho que essa família vivia mesmo fora da realidade, no ideal irreal de família perfeita. E muitos já se tratavam com psicólogos  antes mesmo da década de 90. Tudo muito triste. Eu achei muito egoístas todos que estavam à volta dela. Queriam esconder e viver como se nada tivesse acontecido. Amanda Seyfried está maravilhosa! Chorei muito! 
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Recital de Sophia Liu

Fui ao recital de Sophia Liu no Festival Chopin na Sala São Paulo. Sophia tinha completado 16 anos uma semana antes da apresentação. E como toca! Sophia vive no Canadá e estuda com Dang Thai Son que já esteve no festival e comentei aqui.

Sophia nasceu na China e aos 2 anos foi para o Canadá. Já ganhou inúmeros prêmios mesmo sendo tão jovem. Como o 1º prêmio no Concurso de Piano de Kobe, Japão; 1º prêmio no Concurso Internacional de Piano de Composições Chinesas em Hangzhou, China; 2º prêmio no Canada Music Competition; 1º prêmio na Universidade McGill, Canadá. Em 2022 ganhou o 1º prêmio na Categoria A no 18º Concurso Internacional de Piano de Ettlingen, na Alemanha. Em 2023 ganhou o 1º prêmio no Concurso Internacional Thomas & Evon Cooper nos EUA, bem como o 2º prêmio - Semifinalista Mais Jovem e Prêmio do Público na 1ª. edição do Concurso Internacional de Piano Arturo Benedetti Michelangeli, na Itália. 

Ela tocou lindamente Liszt e Chopin. Fiquei impressionada com sua técnica, leveza ou intensidade.

Programa  

F. Liszt (1811-1886)   

Mephisto Valsa No.1 em Lá maior, S. 514 –

Soneto 123 de Petrarca em Lá bemol maior, S. 161 No. 6

Reminiscências de Norma, S. 394  

F. Chopin (1810-1849)

Balada No.1 em Sol menor, Op. 23    

Noturno Nº 2 em Sol maior Op. 37      

04 Mazurcas, Op. 17   

Variações de “Là ci darem la mano” de  Mozart “Don Giovanni”, Opus

Sábado é a última apresentação do Festival Chopin 2024 com o polonês Jakub Kuszlik. O evento vai deixar saudade.
 
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Tipos de Gentileza

Assisti Tipos de Gentileza (2024) de Yorgos Lanthimos no Star+ na Disney. Pelo diretor já imaginamos que não vai ter gentileza. É um filme extremamente violento. Colocaram como humor, mas eu fiquei desconcertada. Tive uma dificuldade enorme pra assistir. Não consigo indicar, mas mesmo que me dissessem que eu ia sofrer, eu veria, porque a genialidade desse diretor não se descarta. Então não sei como dizer ou não dizer para que vejam.

São três histórias desconfortáveis. A primeira é sobre relações abusivas de trabalho. O chefe pede absurdos para o funcionário. Ele faz tudo até que diz que não fará. O chefe faz todo o tipo de manipulação pra dizer que o funcionário não é dedicado, que não era isso que esperava, que se enganou sobre ele. Os pedidos são inacreditáveis, mas trazendo pra nossa realidade, sim, acontecem e muito. O elenco é incrível também. O elenco é o mesmo fazendo vários personagens. Williem Dafoe é o chefe, Jesse Plemons, o funcionário. Jesse é o protagonista de todos os episódios.

Todos são fortes, mas o segundo me revirei do avesso. O segundo fala do abuso nas relações afetivas. De maridos que manipulam e pedem o impossível de suas esposas. Ela está desaparecida, ele está arrasado. Ela aparece e ele acha que não é ela. Começa a pedir absurdos pra ela. Ela é a bela Emma Stone.
O terceiro fala de fanatismo e religião. Emma Stone e Jesse Plemons participam de uma seita pavorosa. Ela por isso abandonou a filha e o marido. Os dois tem missões horrorosas, mas a sociedade é um horror. O que o marido faz com ela é inacreditável. Os outros que aparecem são Hong Chau, Margaret Qualley, Joe Alwyn, Mamoudou Athie e Yorgos Stefanakos. Só depois que fui ver sobre o filme que vi que uma dança que tinha amado da Emma Stone é uma cena do filme. Curiosa pra saber se os movimentos são da direção ou de interpretação espontânea dela. Vou por o trecho aqui nos vídeos.
Beijos,
Pedrita

domingo, 20 de outubro de 2024

A Filha do Palhaço

Assisti A Filha do Palhaço (2022) de Pedro Diógenes na Maratona do Centenário do Cinema Cearense no Canal Brasil. Mais um filme recente que queria muito ver nessa mostra que também coloquei pra gravar. É muito lindo!

Uma filha adolescente vai passar um tempo com o pai. Eles tiveram pouca convivência. Ele vive do humor. Até consegue ter uma vida confortável em um apartamento de um quarto na Praia do Futuro. Engraçado porque ele é todo analógico. Ele tem vitrola, consegue uma tv daquelas grandes pra ela. Tem aparelho de DVD. Muito diferente do universo tecnológico que ela vive. É muito bonita a convivência dois dois, que vai se construindo, já que são dois estranhos. O filme fala muito sobre paternidade.

O personagem que o protagonista interpreta é uma homenagem a Paulo Diógenes que criava no palco a  Raimundinha.
Demick Lopes arrasa. Uma graça Lis Sutter. Fazem participações Jesuíta Barbosa, Ana Luiza Rios e Jupyra Carvalho. A trilha sonora é toda de artistas independentes. Há só uma música mais famosa interpretada pela Joana. Daqueles filmes que dá um quentinho no coração.

Beijos,
Pedrita