Sinfonia da Alvorada

Assisti Sinfonia da Alvorada do Acervo Digital do Violão Brasileiro no Sesc Santana. Inicialmente tocaram os violonistas Paulo Bellinati e Daniel Murray. Eles tocaram músicas do Bellinati, Um Amor de Valsa e Pingue e Pongue e uma do Tom Jobim, Boto. 

Daniel Murray tocou com Luiz Amato ao violino e Pedro Gadelha no contrabaixo a Canção e Dança de Daniel Murray. O quinteto participou das próximas obras, somaram a eles Matthew Thorpe, violino, Ederson Fernandes, viola e Adriana Holtz no violoncelo. Só feras, era músico talentosíssimo de sobra no palco, que concerto. Eles tocaram Giga de Bach com arranjo de Luiz Amato. Embolada da Bachiana Brasileira nº 1 de Villa-Lobos. Bellinati voltou ao palco e tocou Tom e Prelúdio, com arranjo de Murray.

Fotos de Francisco Lima

Eu fiquei encantada com a música que deu nome a apresentação Sinfonia da Alvorada de Tom Jobim, fiquei envergonhadíssima de não conhecer. Há algumas versões no Spotify, inclusive uma com Paulo Bellinati e Daniel Murray que eles ensaiaram e gravaram na pandemia. Que obra linda! Foi uma encomenda a Tom Jobim para a inauguração de Brasília e tem 5 movimentos, O Planalto Deserto, O Homem, A Chegada dos Candangos, O Trabalho e a Construção e o Coral, o grupo  interpretou até o quarto movimento. Lindíssima a iluminação, excelente a sonorização. Foi uma apresentação lindíssima, inesquecível. Na data comemoravam o aniversário do Acervo Digital do Violão Brasileiro, de Daniel Murray e seu filho.

Beijos,

Pedrita

She Said

Assisti She Said (2022) de Maria Schrader no TelecinePlay. Eu sabia que teria que ter coragem de ver esse filme. É sobre jornalismo investigativo realizado por duas jornalistas do New York Times, Jodi Kantor e Megan Twohey sobre os abusos cometidos por Harvey Weinstein, que atualmente está preso com pena de 23 anos.

O tempo de investigação foi muito longo. Começa com uma das jornalistas que tem duas filhas pequenas, a outra está grávida e cuidando de outras pautas. Até que elas são unidas pela direção do jornal. Quando elas passam a trabalhar juntas, a outra já teve o bebê. Harvey Weinstein era um grande produtor de filme americano. A grande dificuldade foi conseguir provas, elas localizam várias mulheres, algumas não queriam falar e elas descobrem que elas fizeram acordos antes mesmo da denúncia ir à polícia. Elas ganhavam dinheiro e assinavam um documento onde se comprometiam a nunca mais falar do assunto com quem quer que seja. Pra piorar, elas não ficavam com cópia do acordo. Era muito difícil provar já que parte dos crimes eram cometidos entre quatro paredes, a palavra de um famoso e poderoso, contra as atrizes e profissionais do segmento.

O filme foca na investigação, nas cenas no jornal, nas conversas com as entrevistadas. O filme só mostra objetos que simbolizam os locais dos abusos. Gostei da condução do roteiro. Em geral o produtor assediava mais jovens atrizes, que tinham mais o que perder se denunciassem. Mas ele era tão perverso que se alguma conseguia se livrar do assédio, ele entrava em contato com outras produtoras e ela não conseguia mais trabalho. Sempre comento que há pessoas perversas, mas que há uma teia enorme de quem se silencia ou acata absurdos. Ele era poderoso, mas outra produtora aceitar não contratar uma atriz porque ele interferiu, é assustador. É uma teia de violência, desproteção, abandono e vulnerabilidade à mulheres. Os diretores do jornal são Patricia Clarkson e Andre Braugher.

Carey Mulligan e Zoe Kazan estão ótimas. Gostei que o filme mostra a vida pessoal das jornalistas. Elas tinham maridos incríveis que seguravam a onda no período de investigações. São telefonemas de madrugada, muitas entrevistas, solicitações. Viviam fora. A que tem filhas maiores precisa viajar, seria impossível pra outra, mas não é fácil porque ela também tem filhas pequenas. Mostra o quanto é difícil conciliar trabalho e maternidade.

As jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey. A matéria que elas publicaram. Depois elas lançaram um livro She Said que quero ler e no Brasil foi lançado pela Companhia das Letras.

Beijos,

Pedrita

Alexander Kobrin

Assisti ao concerto de Alexander Kobrin no Festival Chopin na Sala São Paulo. Eu amo esse festival, amo Chopin e que pianista, ele é russo-americano. Kobrin que abriu o evento. Nessa ano, a organizadora Gloria Guerra sugeriu que os pianistas tocassem mais um compositor além de Chopin. Ele escolheu Rachmaninoff, que igualmente adoro.
 

Fotos de Gabriel Hirga

O pianista tem um belo estilo, é suave e preciso, intenso quando necessário, fiquei encantada.

Programa

F. Chopin.

Fantasia op.49

Berceuse op.58

Barcarola op.60)

Polonaise Fantasia op.61

Intervalo

S. Rachmaninoff – Etudes tableaux op.39

O Festival Chopin vai até o fim de setembro em vários teatros. Os próximos pianistas são o espanhol Martín García García, o polonês Kamil Pacholec, o brasileiro Eduardo Monteiro e a russa-armênia Eva Gevorgyan.

Martín García García foto Darik Golik

Eduardo Monteiro foto Alan Betson

Eva Gevorgyan foto 2profi

Beijos,

Pedrita

7 Mulheres e um Mistério

Assisti 7 Mulheres e um Mistério (2021) de Alessandro Genovesi na Netflix. É uma adaptação italiana do maravilhoso 8 Mulheres (2002) de François Ozon. O roteiro é muito bom. O filme não chega aos pés do original ed o final é bem mal ajustado, mas até o final o filme agrada. Eu ando me viciando em filmes de suspense com comédia, agora fico querendo ver filmes semelhantes a esse.
 

Mulheres em uma casa descobrem que o único homem foi assassinado com uma facada pelas costas. Neva muito lá fora. São 6 e chega a sétima. Elas começam a se culpar e contar muitos, mas muitos segredos, é muito divertido. O elenco é ótimo: Margherita Buy, Diana del Bufalo, Sabrina Impacciatore, Benedetta Porcaroli, Micaela Ramazzotti, Luisa Ranieri e Ornela Vanoni. 

Adorei o cenário, a casa tem tanto, mas tanto objeto, que ofusca. Eu confesso que não entendo o que fizeram de errado no final, é tão abrupto, algum especialista deve entender tecnicamente. Ficamos até com a sensação que o filme é ruim, mas não é, funciona bem. 

Beijos,

Pedrita