Terminei de ler
Fantasma Sai de Cena (2007) de
Philip Roth pela
Companhia das Letras. Na época da escolha do último vencedor do Nobel de Literatura, li um texto no
Paisagens da Crítica que esse autor seria o mais cotado. Depois li várias matérias sobre os decisores do Nobel, sobre a literatura americana e quis muito ler esse autor que vários críticos achavam imprescindível. Quando fui a
Livraria do Sobrado, comprei esse. Nessa livraria só haviam dois livros desse autor, não sabia qual escolher, peguei esse. E é simplesmente maravilhoso! Eu estou lendo outra obra mais extensa, mas como fui viajar, gosto de livros mais fáceis de carregar. Com as demoras nos aeroportos, li essa obra em dois dias.
Obra A Ring Image (2008) de
Robert Mangold Fantasma Sai de Cena começa como um livro qualquer. Um homem já com uma certa idade vive em uma pacata cidade. Ele resolve retornar a Nova York para um tratamento de incontinência urinária. De repente o livro se transforma e fiquei absolutamente perplexa. Começa a ocorrer uma mistura de fatos, que geram sentimentos diversos, uma gama enorme de questionamentos internos nos impactam. Parece haver delírio, realidade, começamos a não saber o que é verdade ou imaginação, absolutamente fantástico! O texto do
Philip Roth me arrebatou completamente que esse autor entro
u para a lista dos meus preferidos.
Obra
Brushstrokes (2008) de
Sol LeWitt
Nosso protagonista chega em uma Nova York anos após o atentado de 11 de setembro. É uma Nova York amedrontada, agressiva e complexa. Um casal jovem que ele se aproxima o convida para acompanhar a próxima eleição e ficam indignados que Bush se reelege. Nosso protagonista não se interessa mais por política e é muito cobrado por isso. Philip Roth nos coloca aos poucos a ironia desse casal que fica possesso que Bush ganha, mas que não tem fonte de renda própria e vive do dinheiro da família da esposa que vota em Bush, vive do petróleo e é tudo o que eles abominam. A velhice é outro tema recorrente, bem como a prepotência, o sensacionalismo, a literatura, a arte de escrever livros e uma crítica feroz aos americanos alienados. É um texto muito complexo!
Obra Lepanto (2001) de
Cy Twombly
Anotei alguns trechos de Fantasma Sai de Cena de Philip Roth. Na verdade marquei as páginas para escrever as frases quando voltasse de viagem:
“Fazia onze anos que eu não ia a Nova York.”
“A gente vai embora enquanto os outros – o que não é de estranhar – continuam onde estavam, fazendo o que sempre fizeram; e, quando voltamos, ficamos surpresos e por alguns momentos emocionados de ver que eles continuam lá, e também tranqüilizados pela idéia de que existe alguém passando a vida inteira no mesmo lugarzinho, sem nenhuma vontade de sair dali.”
“Uma biografia, Nathan. Eu não quero isso. É uma segunda morte. É mais uma maneira de pôr fim a uma vida, encerrando toda uma vida em concreto, pra sempre. A biografia é uma patente de uma vida .”
Todas as telas são de pintores americanos contemporâneos.
Música do post: Madonna
Beijos,
Pedrita