quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Sonatas de Scarlatti

Fui ao recital Sonatas de Scarlatti com Sonia Rubinsky ao piano no Teatro Arthur Rubinstein de "A Hebraica". Era a noite de lançamento desse CD pela Algol Editora com essa pianista brasileira maravilhosa, que vive em Paris. Ela já gravou uma caixa com obras de Villa-Lobos pela Naxos. O CD é igualmente maravilhoso! Não páro de ouvir. Ela gravou nesse CD 16 sonatas de Domenico Scarlatti (1685-1757). Ela comentou que depois de ter gravado Villa-Lobos, resolveu gravar dois CDs com outros compositores que tanto gosta, Mozart e Scarlatti. No Brasil por enquanto só foi lançado o do Scarlatti.

Domenico Scarlatti por Domingo Antonio Velasco

Domenico Scarlatti compôs mais de 555 sonatas. Sonia Rubinsky comentou o quanto elas são diferentes entre si, o quanto esse compositor diversifica seus estilos. E realmente o recital foi muito bonito com uma interpretação majestosa da pianista.

Youtube: Sonia Rubinsky plays more Villa-Lobos
"Fete in the Heartlands" from Ciclo Brasileiro (1936) by Villa-Lobos, played by Sonia Rubinsky at a recital at the Jerusalem Conservatory in February 2008.




Beijos,


Pedrita

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Maldição da Flor Dourada

Assisti A Maldição da Flor Dourada (2006) de Zhang Yimou no Cinemax. Eu selecionava os filmes que gostaria de ver no domingo, alguns que tinha curiosidade, mas nada muito ansioso. Vi o nome desse filme, fui ver do que se tratava e me deparei com o nome do Zhang Yimou. Perdi o fôlego! Vocês sabem o quanto amo esse diretor. O 007 compartilha comigo essa paixão. Tanto que liguei depois pra saber se ele tinha visto, ele disse que em DVD. Ele também não lembrava de ter visto esse filme em cartaz nos cinemas. Ou passou despercebido, o que acho meio difícil, ou veio ao Brasil diretamente em DVD. Uma pena, porque é um filme para telona e para os melhores e maiores cinemas de qualquer cidade. Eu amo de paixão esse diretor, acho ele fantástico e A Maldição da Flor Dourada não é diferente.

O roteiro é baseado em peça teatral de Cao Yu. Estamos por volta dos anos 600 Antes de Cristo. Sempre me impressiono com esse país com tradições tão antigas. Todos os rituais dos imperadores relambram muitos os exageros da nobreza na França tantos e tantos anos depois. Sim, é a magnífica Gong Li como protagonista. Há um imperador e ela é a imperatriz. Ele tenta matá-la. Ela na ausência do imperador teve caso com um dos filhos dele. O filho se sente mal porque ela seria a mãe dele, mas não é a mãe dele. Ela tem um filho. E o imperador mais dois filhos. A China já tinha uma população imensa. As cenas de batalhas são magníficas. O dia do Crisântemo é de uma beleza maravilhosa, li que até hoje a China promove o Festival do Crisântemo, que obviamente tem um nome local. Os figurinos de Yee Chung Man são majestosos. A fotografia dos filmes do Zhang Yimou são sempre magníficos, quem assina a direção de fotografia em A Maldição da Flor Dourada é Zhao Xiaoding.

O imperador é o belíssimo Chow Yun-Fat. Outros do elenco são: Jay Chou, Liu Ye, Ni Dahong, Qin Junjie, Li Man e Chen Jin.

Jay Chou é um músico chinês, inclusive a música principal do filme é dele e eu achei no esnips, está aí abaixo. A belíssima trilha sonora é de Shigeru Umebayashi.
Youtube: Curse of the Golden Flower (2006) Movie Trailer



Música do post: Jay Chou - Huang Jin Jia



Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Memorial de Maria Moura


Assisti Memorial de Maria Moura (1994) em DVD. A direção artística é do Carlos Manga e a direção é de Denise Saraceni, Mauro Mendonça Filho, Marcelo de Barreto e Roberto Farias. É a história da saga da Maria Moura e foi uma saga para eu assistir. Comecei a ver na casa da minha mãe. Vi em pedaços. Talvez já conte uns dois anos nessa saga. Agora terminei de ver aqui. Memorial de Maria Moura foi uma série maravilhosa da TV Globo que agora é lançada em DVD. São três CDs enormes com todos os capítulos maravilhosos! Eu tinha lido o livro que foi inspirado da maravilhosa Rachel de Queiroz, que dei pra minha irmã de presente. Sempre ouvia entrevistas dos atores dizendo que teria sido o melhor trabalho da vida deles. Falavam isso em quase todas as entrevistas, até hoje. Glória Pires e Chico Diaz encabeçam a série. E Glória Pires está fascinante! É a estréia na TV da Cléo Pires, ela faz a Maria Moura criança. Era uma criança alegre e feliz, até que na infância ela vê matarem barbaramente o seu pai. Ela muda um pouco, fica mais desconfiada, mas ainda é cheia de vida e bela, já na pele da atriz Glória Pires. Aí a vida vai endurecendo essa mulher e a transformação da Glória Pires, aos poucos, é impressionante! Que atriz!

O elenco é extenso e impressionante, só grandes atores. Arrasam nos papéis principais Zezé Polessa como Firma, uma mulher cruel, Ernani Moraes como o Tonho, Otávio Muller como o horrível Irineu, Kadu Moliterno como o Padre José Maria, Marcos Palmeira como Cirino. Adorava os personagens do Jackson Antunes e da Cristiana Oliveira. Era uma história que já tinha me encantado no livro. Também gostava muito da triste história do Padre José Maria com a belíssima Bia Seidl. Continuam formando esse elenco maravilhoso: Zezé Motta, Rosamaria Murtinho, Nelson Xavier, Norma Bengell, Cassiano Carneiro, Sergio Britto, Celso Fratesqui, Ruth de Souza, Ruy Rezende, Sebastião Vasconcelos, Lui Mendes, Miriam Pires, Paulo Vespúcio, Luis Carlos Arutin, Renata Fronzi, Joel Barcellos, Gilson Moura, Ariclê Perez, Antonio Grassi ,entre tantos outros.
A trilha sonora é belíssima! Também gostei muito da canção que o Orlando Morais fez para a Maria Moura, emocionante! A belíssima fotografia tem vários nomes na direção: Mário Carneiro, Antonio Penido e Elton Menezes.
Nos extras há uma entrevista com a Rachel de Queiroz. E matérias de bastidores que foram realizadas no Video Show.



Youtube: Memorial de Maria Moura8


Beijos,

Pedrita

domingo, 30 de novembro de 2008

Fantasma Sai de Cena


Terminei de ler Fantasma Sai de Cena (2007) de Philip Roth pela Companhia das Letras. Na época da escolha do último vencedor do Nobel de Literatura, li um texto no Paisagens da Crítica que esse autor seria o mais cotado. Depois li várias matérias sobre os decisores do Nobel, sobre a literatura americana e quis muito ler esse autor que vários críticos achavam imprescindível. Quando fui a Livraria do Sobrado, comprei esse. Nessa livraria só haviam dois livros desse autor, não sabia qual escolher, peguei esse. E é simplesmente maravilhoso! Eu estou lendo outra obra mais extensa, mas como fui viajar, gosto de livros mais fáceis de carregar. Com as demoras nos aeroportos, li essa obra em dois dias.

Obra A Ring Image (2008) de Robert Mangold

Fantasma Sai de Cena começa como um livro qualquer. Um homem já com uma certa idade vive em uma pacata cidade. Ele resolve retornar a Nova York para um tratamento de incontinência urinária. De repente o livro se transforma e fiquei absolutamente perplexa. Começa a ocorrer uma mistura de fatos, que geram sentimentos diversos, uma gama enorme de questionamentos internos nos impactam. Parece haver delírio, realidade, começamos a não saber o que é verdade ou imaginação, absolutamente fantástico! O texto do Philip Roth me arrebatou completamente que esse autor entrou para a lista dos meus preferidos.
Obra Brushstrokes (2008) de Sol LeWitt

Nosso protagonista chega em uma Nova York anos após o atentado de 11 de setembro. É uma Nova York amedrontada, agressiva e complexa. Um casal jovem que ele se aproxima o convida para acompanhar a próxima eleição e ficam indignados que Bush se reelege. Nosso protagonista não se interessa mais por política e é muito cobrado por isso. Philip Roth nos coloca aos poucos a ironia desse casal que fica possesso que Bush ganha, mas que não tem fonte de renda própria e vive do dinheiro da família da esposa que vota em Bush, vive do petróleo e é tudo o que eles abominam. A velhice é outro tema recorrente, bem como a prepotência, o sensacionalismo, a literatura, a arte de escrever livros e uma crítica feroz aos americanos alienados. É um texto muito complexo!
Obra Lepanto (2001) de Cy Twombly
Anotei alguns trechos de Fantasma Sai de Cena de Philip Roth. Na verdade marquei as páginas para escrever as frases quando voltasse de viagem:
“Fazia onze anos que eu não ia a Nova York.”

“A gente vai embora enquanto os outros – o que não é de estranhar – continuam onde estavam, fazendo o que sempre fizeram; e, quando voltamos, ficamos surpresos e por alguns momentos emocionados de ver que eles continuam lá, e também tranqüilizados pela idéia de que existe alguém passando a vida inteira no mesmo lugarzinho, sem nenhuma vontade de sair dali.”

“Uma biografia, Nathan. Eu não quero isso. É uma segunda morte. É mais uma maneira de pôr fim a uma vida, encerrando toda uma vida em concreto, pra sempre. A biografia é uma patente de uma vida .”
Todas as telas são de pintores americanos contemporâneos.
O Paisagens da Crítica tem uma resenha sobre Fantasma Sai de Cena.

Música do post: Madonna




Beijos,

Pedrita