sábado, 14 de setembro de 2019

Viver do Riso

Assisti Viver do Riso (2018) de Ingrid Guimarães no Canal Viva. A atriz entrevista vários comediantes para falar do ofício. Nas entrevistas eles falam do documentário que ela está fazendo, mas no Canal Viva colocaram os episódios, vi que já passou na TV Globo também. Gostei demais! É um gênero muito característico no Brasil, muito peculiar, em profunda transformação, muito bom um programa onde os próprios profissionais lembram e pensam sobre o estilo.

Eu sou muito mau humorada para o gênero e adorei saber que a Jandira Martini também é. Um episódio fala das duplas. Ela fez sempre dupla com o Marcos Caruso que também adoro. Foi engraçado saber que ela não só é mau humorada, como ver as caras dela de ironia, crítica, de oposição ao que o Marcos Caruso dizia. Ela não falava nada, mas a cara dela me divertia muito, porque eu sou bem ácida também. Foi bom achar alguém que não ri fácil como eu das piadas.
Luiz Fernando Guimarães, Fernanda Torres e Fernanda Young falaram sobre Os Normais. Eu vi na íntegra os filmes, o programa vi muito pouco. Os três também tem um tipo de humor mais crítico. Ingrid fez entrevistas longas com cada profissional, era a edição depois que dava o movimento dividindo os trechos por temas. Ótima edição!

Tinha um episódio só do Chico Anísio e seus personagens, vários entrevistados falaram, inclusive seu filho Bruno Mazzeo. Para entrevistar Tom Cavalcante, Ingrid foi na gravação do programa Dra. Darcy que passa no Canal Viva. Lá ela entrevistou também a ótima Fabiana Carla. Há um episódio que fala do humor regional e da infinidade de comediantes que vieram do Norte e Nordeste. Não só do passado, mas desses comediantes que vem surgindo como o do ótimo Cine Holiúdy.

Ingrid falou com Heloísa Perissé de como Cócegas começou, como elas formaram as duplas. Bacana que a série falou bastante de teatro, do tempo que essas peças ficaram em cartaz, foram anos pelo Brasil todo com muito público. Outros atores também falaram de peças que ficaram anos. Tem episódio que fala das Mulheres no Riso, várias comediantes e autoras falam de suas experiências. Foram muitos entrevistados, alguns: Renato Aragão, Carlos Alberto de Nóbrega, Dedé Santana, Jô Soares, Marcius Melhem, Leandro Hassun, Tatá Werneck, Marcelo Adnet, Lúcio Mauro, Lúcio Mauro Filho, Fábio Porchat, Mônica Martelli, Claudia Gimenez, Marcelo Médici, Marisa Orth, Regina Casé, Paulo Silvino, Agildo Ribeiro e Dani Calabresa. Os episódios estão disponível no Canal Viva. Dá pra ver no Now, Programas de TV, Canal Viva, Programas, Viver do Riso.



Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

A Sombra do Pai

Assisti A Sombra do Pai (2019) de Gabriela Amaral Almeida no Canal Brasil. Eu adoro esse gênero, essa diretora, o elenco, queria muito ver. A menina, Nina Medeiros, simplesmente arrasa. Incrível como ela parece filha de Luciana Paes, que faz a tia dela no filme.

Essa diretora utiliza o terror para falar de questões complexas e profundas. Nesse caso, além de uma grande miséria financeira, essa família sofre com a solidão e o abandono. A mãe da menina morreu, o pai é pedreiro e trabalha demais. A tia casa e vai embora. A tia era a única que fazia a rotina da criança ser mais organizada. O pai, envolvido em seus conflitos, mal olha a menina. E ainda fica muito bravo quando a menina começa a se apegar aos pedaços da mãe morta, a rituais. Ele nem percebe que a ausência dele é muito mais danosa a menina que esses objetos que acabam fazendo companhia pra ela, que passa a ter algum objetivo.
A menina diz ao pai que a escola está de férias, eu confesso que fiquei na dúvida se ela não estava mentindo. Ele nem vai verificar. A menina fica o dia inteiro nessa casa, uma mulher vai levar quentinhas na hora do almoço, mas todo o resto do tempo ela fica sozinha. A noite ela vê filmes de terror, onde passa a ter ideias dos rituais. É melhor olhar para o sobrenatural do que olhar pra vida dela tão dilacerada e sem perspectiva. Julio Machado está igualmente impressionante. Fiquei imaginando o quanto devia ser difícil pra esses atores fazerem as cenas. 
A Sombra do Pai fala muito de pobreza, dessas crianças que ficam sozinhas em suas casas, tendo que se virar totalmente sozinhas, abandonadas a própria sorte, porque seus pais não tem recursos pra colocar quem cuide delas e ficam exaustos de tanto trabalhar. Crianças que precisam amadurecer muito cedo. A festa de aniversário dela é de cortar o coração. Artificial, triste, simplesmente desoladora.


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 10 de setembro de 2019

The Square

Assisti The Square (2017) de Ruben Östlund no TelecinePlay. Quando o filme estreou fiquei curiosa. Muitos elogios, sagaz, mas acabei esquecendo dele. Foi uma matéria no Canal Like que me lembrou da existência e fui procurar. Está em comédia no TelecinePlay. Raramente eu paro para olhar os filmes que tem por lá. Sou muito mau humorada pra comédias, raramente vejo. Mas eu sabia que esse filme não era especificamente uma comédia. E que filme incômodo!

The Square é o nome da exposição que está para ser inaugurada em uma badalada e rica galeria. O diretor da galeria é riquíssimo, arrogante, egocêntrico interpretado pelo ótimo dinamarquês Claes Bang. O filme tem vários momentos, quase pedaços, um mais desconcertante que o outro. Logo no início ele tem o celular, a carteira e as abotoaduras roubadas. O profissional da galeria, especializado em informática é que ajuda o diretor a localizar onde foi parar o celular. O rapaz sugere que façam uma carta para os 55 apartamentos, acusando cada apartamento de roubo. Então o diretor passou a acusar 54 inocentes para localizar um culpado.
Mas são muitos momentos desconcertantes, a galeria tem vários deles. Muitas discussões sobre o que é arte. A galeria contrata uma empresa sensacionalista de publicidade que faz um vídeo abominável para chamar a atenção. O faxineiro que muda a obra de arte na limpeza. Inúmeras pessoas em situação de rua e os ricos vivendo em uma bolha.

E uma longa cena de sexo mais sem tesão que eu já vi no cinema, igualmente incômoda. A parceira é interpretada pela ótima Elisabeth Moss. Ainda no elenco Dominic West, Christopher Laesso, Terry Notary e Elijandro Edoard. Eu fiquei pensando em todo o elenco tendo q fazer aquelas cenas constrangedoras, ou mesmo agressivas, deu muita vergonha alheia, que coragem. O diretor ganhou Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Beijos,
Pedrita