sábado, 8 de janeiro de 2011

Corisco & Dadá

Assisti Corisco & Dadá (1996) de Rosemberg Cariry no Canal Brasil. Sempre quis ver esse filme, não conhecia essa história, só a de Lampião e Maria Bonita. Corisco & Dadá foram outra dupla de cangaceiros no mesmo período de Lampião e Maria Bonita, inclusive eles foram amigos por um tempo, depois tiveram uma desavença e andaram separados. Corisco foi cobrar uma dívida com um conhecido, viu lá a filha, a Dadá, ainda adolescente, e pediu ela como pagamento da dívida. A primeira vez de Dadá foi violenta e cruel, mas depois ele foi conquistando-a e ela passou a amá-lo. O filme é bem violento como era a vida dos cangaceiros nessa época. Os homens do governo que os perseguiam eram igualmente cruéis e violentos. Dadá enterrou três filhos no sertão, nenhum filho dela sobreviveu nas eternas fugas com pouca água e muito calor, são muito dolorosas as cenas que ela descobre os filhos mortos em seus braços.
Há várias fotos de Corisco e Dadá na internet. Aquele filme que fizeram de Lampião e Maria Bonita, Corisco e Dadá também participaram. Fiquei surpresa em saber que Dadá conseguiu sobreviver em uma tocaia. Nessa tocaia ela mesma amputou o pé dela muito atingido por balas. Dadá morreu em 1994, há inclusive na internet uma foto dela velhinha. Os maravilhosos Chico Diaz e Dira Paes que fazem Corisco & Dadá. Outros do elenco são: Virgínia Cavendisch, Regina Dourado, Antonio Leite e Denise Milfonti. A trilha sonora de Toinho Alves é belíssima e é interpretada pelo Quinteto Violado!






Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Passo de Caranguejo

Terminei de ler Passo de Caranguejo (2002) de Günter Grass. Minha irmã que me emprestou e foi o último livro que li em 2010. Talvez devesse ter lido em um outro momento porque é um livro pesado e difícil. Eu e minha irmã estamos tentando ler ao menos uma obra de cada ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, mas independente disso, esse autor estava na minha lista faz tempo, mas não com essa obra e sim com O Tambor. É muito raro encontrar autores que tenham um real conhecimento da internet e eu não imaginava que seria assim com Günter Grass. O protagonista navega na internet e se depara com um site Mártir. Lá dois internautas debatem, um é nazista e outro judeu. Eles discutem sobre fatos históricos ligados a Segunda Guerra Mundial em um chat. Outros tentam participar da conversar, mas o dono do site, o nazista, não deixa, só aceita debater com o judeu. O protagonista vai regularmente ao site e começa a pensar que o dono do site talvez seja um solitário como ele e que talvez ele mesmo seja também o judeu e por isso só o aceite na discussão. Essa visão é de alguém que conhece a internet, o que nem sempre acontece com obras sobre o tema.

No início até achei um pouco estranho uma coincidência que ficamos sabendo depois, mas o livro fala muito de obsessão, a família é obsessiva, parece que ficaram ancoradas no navio relatado no livro. A obra fala do naufrágio do navio Wilhelm Gustloff. O protagonista acaba descobrindo que o nazista do blog é o seu filho, ele é um pai ausente, tenta avisar a mãe e a ex-mulher, mas as duas criticam que ele é ausente. Fiquei chocada o quanto essa família não percebe que é a responsável pela obsessão do neto. Quando o filho mata o judeu e vai para a prisão, o pai leva de presente a foto do judeu de um jornal e a avó uma réplica do navio. Eles alimentam a obsessão, mas se questionam o tempo todo porque o neto chegou a isso. Não percebem o quanto são responsáveis pela obsessão do neto pelo nazismo e pelo navio. A loucura é tanta que a avó praticamente transfere e história do filho para o neto e como a relação com o filho é difícil, parece ignorar os fatos históricos e a sua existência.

Há várias fotos e relatos do navio Wilhelm Gustloff 
na internet e o autor conta bastante sobre esse naufrágio. Inclusive o protagonista diz que foram mais mortes que o Titanic. O autor menciona um filme sobre o naufrágio e diz que como o filme do Titanic, prioriza o romance, mas que de qualquer forma o do navio Gustloff é mais realista. Esse navio era é de luxo, só que na Segunda Guerra saiu da Prússia com alguns soldados, mas muitos fugitivos da guerra, muitas mulheres e crianças, mais de 4 mil crianças, há números aproximados que o navio levava mais de 10 mil pessoas. Para caber mais fugitivos diminuíram o número de botes salva-vidas. Um submarino russo avista luzes no navio e atira,  está muito frio e muitos morrem só com o choque térmico do calor das explosões do navio e da água gelada.O naufrágio aconteceu no final de janeiro de 1945. Eu nunca tinha ouvido falar desse navio e desse naufrágio.

Obra de Hans Hartung

Primeira frase de Passo de Caranguejo de Günter Grass

“-Por que só agora? – perguntou alguém que não sou eu.”


Beijos,

Pedrita

domingo, 2 de janeiro de 2011

Abraços Partidos

Assisti Abraços Partidos (2009) de Pedro Almodóvar no Telecine Premium. Pouco tinha ouvido falar nesse filme desse diretor que adoro. Gostei muito! Como sempre é uma trama toda intrincada, que vai nos revelando aos poucos. Nós não sabemos do passado do protagonista, e tudo vai sendo revelado aos pedaços. Penélope Cruz está lindíssima e maravilhosa como sempre! Ela faz uma mulher que se vê em dificuldades financeiras para o tratamento do seu pai. Acaba aceitando a "proteção" do seu chefe muito mais velho que ela.

Em paralelo há um escritor e diretor de cinema.Outros do elenco são: Luís Homar, Bianca Portillo, José Luíz Gómez, Tamar Novas e Rubén Ochandiano. Vários outros atores fazem participações: Marta Aledo, Yuyi Beringola e Lola Dueñas. A trilha sonora de Alberto Iglesias é belíssima que inclusive ganhou Prêmio Goya!






Beijos,
Pedrita