sexta-feira, 30 de maio de 2014

Concerto em Homenagem à Lenice Prioli

Fui ao Concerto em Homenagem à grande cantora Lenice Prioli do Centro de Música Brasileira no Centro Brasileiro Britânico. Vários músicos interpretaram obras brasileiras: Adriana Kayama, Angélica Leutwiller, Denise de Freitas, Denize Meira, Eleni Arruda, Fábio Maciel, Grupo Folklorístico Stella Bianca, Josani Keunecke, Lenine Santos, Marcelo Pimenta, Maria Emília Moura Campos, Maria José Carrasqueira, Mariana Valença, Martha Herr, Mestres Cantores de São Paulo, Miroslav Georgiev, Nancy Bueno, Patrícia Nacle e Regiane Martinez. 

Foi um belíssimo concerto, muitos músicos emocionados, Lenice Prioli ficou muito feliz e um belíssimo repertório:


Almeida Prado – Magnificat

Lina Pires de Campos - Eu sou como aquela fonte (Vicente de Carvalho)
(Canção Dedicada a Lenice Prioli)

Sergio Vasconcelos Corrêa – Cantiga (Paulo Bomfim)

Félix Otero - A Flor e a fonte (Vicente de Carvalho)

Ernani Braga - Capim di Pranta (Tradição Popular)

Babi de Oliveira - Singela Canção de Maria (Mário Faccini)

Osvaldo Lacerda - Noturno (Vicente de Carvalho)

Waldemar Henrique - Curupira (Antonio Tavernard)

Claudio Santoro - Acalanto Da Rosa (Vinícius de Morais)
Amor em lágrimas (Vinícius de Morais)

Francisco Mignone - Trovas de Amor (Texto Popular)

Heitor Villa-Lobos - Rosa Amarela (Tradição Popular)

Marlos Nobre - Muié Rendêra (Tradição Popular)

Benjamin Silva Araujo - Cuidado (Guilherme de Almeida)
(Canção Dedicada a Lenice Prioli)
-  Silêncio (Guilherme de Almeida)

Camargo Guarnieri – Vai, Azulão (Manuel Bandeira)

Camargo Guarnieri – A Cantiga da Mutuca (Poesia do Folclore)

Edmundo Villani-Côrtes  - A Sessão da Câmara (Edmundo Villani-Côrtes)

- Sina de Cantador (Julio Bellodi)
No vídeo o áudio de interpretações de Lenice Prioli.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Elysium

Assisti Elysium (2013) de Neill Blomkamp na HBO. Eu queria muito ter visto esse filme nos cinemas já que tem dois atores que adoro Wagner Moura e Alice Braga. Só recentemente que vi que é com um grande autor atual, o sul-africano Neill Blomkamp. Eu tinha ficado impactada com Distrito 9, o mesmo aconteceu com Elysium. E só quando estreou na HBO é que soube que é com outro ator que adoro, Matt Damon.

Neill Blomkamp é um autor difícil, suas obras nos dilaceram. A terra fica dividida. Em 2154, o caos aqui e em Elysium, uma cidade  no espaço, vivem na mais perfeita harmonia. Lá ninguém envelhece nem fica doente, há cura para tudo. Aqui parece o nosso sistema público de saúde, não há cura para quase nada, tudo precário e superlotado. O personagem do Wagner Moura prepara doentes em naves para tentar invadir Elysium. Em uma das tentativas duas naves são atingidas com 46 civis doentes mortos. Só uma chega ao destino e uma menina é salva.

O personagem do Matt Damon está em condicional e tenta viver com dignidade. É um dos poucos da terra que tem um trabalho, miserável o trabalho, a maioria vive na mais perfeita miséria. Neill Blomkamp usa muito a ficção científica para criticar os sistemas governamentais que separam cruelmente as pessoas. São separadas as que merecem uma vida digna e as que vivem na violência e no caos. O autor é sul-africano, mas essa temática é muito atual no Brasil. Quem tem acesso a tratamentos dignos no Brasil é uma minoria, que muitas vezes paga fortunas para ter parte desse direito. Enquanto a maioria nem com mandato judicial consegue acesso a cirurgias vitais.

A crítica social do diretor e autor continua quando mostra Elysium, a maioria é loira. O elenco estrelado continua: Jodie Foster e Diego Luna. Ainda no elenco: Sharlto Copley, Emma Tremblay, Maxwell Perry Cotton, Faran Tahir e Adrian Holmes. O que mais assusta nessa ficção-científica é a realidade e atualidade do roteiro. A ficção científica é uma linguagem para falar de temas atuais como intolerância, limpeza étnica, pobres com tratamentos desumanos, ricos protegidos. Os filmes de Neill Blomkamp são difíceis de assistir, mas muito realistas. Com esse segundo filme, entrou para a lista de roteiristas e diretores preferidos.

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O Cemitério de Praga

Terminei de ler O Cemitério de Praga (2011) de Umberto Eco da Editora Record. Eu adoro esse autor e esse livro é incrível. Difícil, como toda obra dele e pela temática. Só o narrador é um personagem ficcional, o livro é histórico. Umberto Eco é historiador. O narrador passa por vários momentos históricos fazendo serviços escusos na maioria das vezes. O autor relata que o narrador não chega a ser totalmente ficcional, ele é constituído de fragmentos de outras pessoas que igualmente passaram pela história.

O Cemitério de Praga fala da conspiração que resultou na falsificação e criação de uma infundada conspiração mundial dos judeus para dominar o mundo que resultou na criação da obra Os Protocolos Sábios de Sião por pessoas que desejavam insuflar mais ainda a perseguição aos judeus.  Só depois de muitos acreditarem nesse livro, anos depois é que ficou comprovadamente que era uma falsificação grotesca de ódio contra outra raça. Esse livro serviu de base para a obra de Hitler. Em O Cemitério de Praga, os protagonistas dessa horrenda história estão na maior parte do tempo denegrindo e falando mentiras de judeus. Tudo o que de ruim acontecia era atribuído aos judeus. É uma perseguição ideológica exagerada e insuportável. Pelo jeito Hitler só se aproveitou desse ódio disseminado por anos aos judeus, para utilizar a sua liderança, para fazer exatamente o que atribuíam aos judeus, o domínio do mundo. O que mais me surpreendeu é a atualidade da intolerância a um povo, a uma religião. Algo que vem acontecendo. Perseguição e desqualificação de povos e de religiões. É só vermos a difamação que muitos religiosos fazem das religiões afro-descendentes e a perseguição as mães de santo.

O Cemitério de Praga passa por vários momentos históricos. O narrador chega a ir de encontro a Garilbadi para obter informações. Ele faz o papel de espião inúmeras vezes para criar documentos falsos. Eu conhecia pouco da luta de Garibaldi antes de vir ao Brasil. Conhecemos mais da trajetória dele por aqui. Apesar de ser um livro que passa por vários momentos históricos, Napoleão, o caso Dreyfus, O Cemitério de Praga é um livro que nos prende, nos instiga. Queremos sempre ler mais. Pena que faça um relato de uma triste parte da história baseada em mentiras, perseguições e difamações. E que pena que essa história ainda se repita.

Beijos,
Pedrita