sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

The Winning of Barbara Worth


Assisti The Winning of Barbara Worth (1926) de Henry King no Telecine Cult. É simplesmente genial! Filme mudo, na época de poucos recursos, fiquei imaginando ocmo conseguiram fazer cenas tão difíceis e não ficar com cara de artificial, de maquetes, de jogos de espelhos. The Winning of Barbara Worth é um filme de difícil realização, que dirá naquela época. O nome original é esquisito, a tradução no Brasil não ajuda, Beijo Ardente e é mais um dos filmes que o Telecine Cult apresentou em homenagem ao Gary Cooper, raríssimo por sinal.

A base é um triângulo amoroso, clássico até hoje em folhetins e filmes americanos, mas The Winning of Barbara Worth é muito mais do que isso. Fala muito da conquista do Oeste. Desses desbravadores do deserto, dos oportunistas querendo ganhar dinheiro de cidadãos honestos. O início inclusive é muito triste e fiquei muito emocionada. Há um texto que mostra a prepotência do homem frente a natureza, de como o homem mostrou quem comandava a natureza e decidia o curso do rio.

Além do belíssimo Gary Cooper, contracenam com ele a bela Vilma Bánky, Charles Lane, Ronald Colman, Paul McAllister e E.J. Ratcliffe. Fui procurar o nome da linda menina que faz a nossa protagonista criança, é Carmencita Johnson e atuou em vários filmes muitos anos depois.
Música do post: Mucchio Selvaggio - Ennio Morricone



Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Uma Noite no Museu

Assisti Uma Noite no Museu (2006) de Shawn Levy no Telecine Premium. Esperei ansiosamente a estréia no telecine, mas tinha medo de não gostar porque tinha lido críticas muito ruins do filme, como sendo o pior do ano, mas não é, é bem bonitinho e divertido. O 007 também gostou. O roteiro é baseado na história de Ben Garant e Thomas Lennon.



O texto é bem bonitinho, apesar de bem tradicional. Nosso protagonista é um sonhador e perdedor. Ele está desempregado, prestes a perder mais um aluguel de apartamento. É separado e seu filho mora com a mãe. Seu filho está cansado dos desacertos do pai. Nosso protagonista implora um emprego a uma agência, qualquer coisa, e consegue o emprego de vigia noturno de um museu.




Uma placa no sarcófago dá vida aos participantes do museu. Três antigos vigias dão um manual a ele de como proceder e começa toda a confusão. É bem bonitinho, inocente e divertido. Gostei que o museu mostra um pouco da história, mesmo que principalmente a dos Estados Unidos. Amei a briga dos cowboys com os romanos. Uma Noite no Museu é bem feito tecnicamente. Eu gosto do Ben Stiller, o 007 não. Ele está bem. Não gosto do Robin Williams, mas seu personagem é simpático. Alguns outros do elenco são Jake Cherry, Carla Gugino, Dick Van Dyke, Rami Malek, Mizuo Peck, Bill Cobbs, Mickey Rooney, Steve Coogan e Paul Rudd.

Vi que está em pós-produção o número 2, não imagino como possam fazer um 2. Espero que sejam bem criativos, porque não imagino como possa ficar divertido e interessante uma continuação, tarefa arriscada.

Música do post: A Hero Comes Home de Alan Silvestri, que é o compositor da trilha do filme, mas essa música não é do filme.




Beijos, Pedrita

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Dezembro Ardente

Assisti Dezembro Ardente (1973) de Sidney Poitier no Cinemax. Imagino que o ator tenha feito o que muito negros fazem, conseguir fazer o seu próprio filme para poder protagonizar e ter um bom papel, já que em muitos filmes os atores negros ficam de coadjuvantes. Gostei de Dezembro Ardente, um pouco melodramático demais, mas é bem interessante porque valoriza a cultura afro.

Nosso protagonista é um médico americano bem sucedido que viaja com sua filha de férias para Londres. Ele é viúvo e lá conhece uma mulher que é sobrinha de um embaixador africano. Inclusive o figurino dela é belíssimo! Alguns bem anos 70, outros da cultura afro, lindíssimos!


Achei esquisito o filme dar um tom que seria de suspense e não é, mas é um bom filme. Como disse o que gostei é que ele e essa mulher gostam muito de programas culturais e todos que são apresentados em Dezembro Ardente são da cultura afro. Só não mostram um espetáculo de dança em um teatro. Mostram o saguão lotado da elite local aguardando a apresentação, mas ela não existe efetivamente. As músicas são incríveis e todas de compositores negros, inclusive uma banda em um bar animado que eles vão. É um ótimo filme para a identidade de uma cultura.
É muito linda a moça interpretada por Ester Anderson, que também coloca h na grafia do seu nome. A menina que interpretou a filha do nosso protagonista é Yvette Curtis e atuou em só um filme a mais no ano seguinte. Outros do elenco são: George Baker, Earl Cameron e Johnny Sekka.
Música do post: Baai

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Boa Noite e Boa Sorte


Assisti Boa Noite e Boa Sorte (2005) de George Clooney em DVD na casa da minha irmã. Uma co-produção entre Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão. Era louca para ver esse filme, tanto que tentei ver no cinema, mas estreou naquelas épocas impossíveis de ir ao cinema. É simplesmente maravilhoso! Uma aula de jornalismo e de cinema. É o período de perseguição aos comunistas, mas como aqui no Brasil, haviam muitas distorções e acusações falsas. Inclusive, como aqui, alguns desafetos ganhavam o slogan de comunistas, só para virarem inimigos do estado e para as pessoas se livrarem de seus desafetos.

Alguns jornalistas da CBS resolvem então questionar ações do senador Joseph McCarthy que prejudicava pessoas sem dá-las o direito de um julgamento. Esses jornalistas começam a mostrar os acusados, as acusações, sem julgar, mas mostrando que até o momento não há provas de que aquelas pessoas sejam comunistas e que portanto não possam ser acusadas. É complexo o filme, denso, com textos incríveis, a maioria originais da época.

Gostei demais de Boa Noite e Boa Sorte e amei os Extras, precisei de bastante tempo para ver os Extras porque em um deles, George Clooney e o produtor e roteirista Grant Heslov repassam o filme todo comentando em cima. É absolutamente genial! Primeiro porque explicam as suas escolhas. A decisão pelo preto e branco se deu porque resolveram utilizar imagens do senador Joseph McCarthy e de algumas cenas em tribunais. O senador Joseph McCarthy não teve um ator que o interpretava, tudo o que aparece dele são de imagens de arquivo. Portanto houve a necessidade do filme ser em preto e branco para não destoar quando o jornal apresentava as imagens.
Me deliciei com o tom sarcástico de George Clooney e Grant Heslov nos Extras. Clooney faz críticas muito bem humoradas a indústria do cinema, justificando a sua participação no filme, falando ironicamente de alguns de seus antigos trabalhos, de ser ex-galã. É muito inteligente e engraçado, uma preciosidade. Passei a admirar ainda mais o George Clooney que não se acomodou com o sucesso como galã e buscou atuar e fazer filmes densos e importantes, mesmo que menos comerciais.


O elenco de Boa Noite e Boa Sorte é excelente. David Strathairn está incrível como o jornalista Edward R. Morrow. Estão ainda o próprio George Clooney, Robert Downey Jr., Patricia Clarkson, Jeff Daniels, Ray Wise e Frank Langella.

Boa Noite e Boa Sorte ganhou o Prêmio Pasinetti de Melhor Filme, o Volpi Cup de Melhor Ator (David Strathairn), o Prêmio FIPRESCI e o de Melhor Roteiro, no Festival de Veneza.
A trilha sonora é maravilhosa e interpretada por Dianne Reeves. Ela inclusive aparece sempre no filme interpretando ao vivo como se fazia na época.
Música do post e do filme: I've Got My Eyes on You com a Dianne Reeves.

Beijos,

Pedrita

domingo, 27 de janeiro de 2008

O Céu que nos Protege

Assisti O Céu que nos Protege (1990) de Bernardo Bertolucci em DVD na casa da minha irmã, inclusive é aqui que estou postando, meu computador resolveu que não vai ligar e vai para o conserto amanhã. Eu simplesmente amei O Céu que nos Protege! Amo esse diretor e seus filmes intimistas. O roteiro é baseado no livro de Paul Bowles e é uma co-produção entre Itália e Inglaterra.

O Céu que nos Protege é de uma beleza maravilhosa. Um casal em crise resolve fazer uma viagem de aventura. Parece que desejam realmente fugir de si mesmos e de seus conflitos. Viver o externo para não ter que olhar para dentro de si. O elenco é simplesmente maravilhoso e estão belíssimos: Debra Winger, John Malkovich e Campbell Scott. Possivelmente pelo filme trazer esse elenco que é falado principalmente em inglês. Os dois estão constamente brigando, só encontram a paz um longe do outro. É de uma época que homens ricos e bem sucedidos gostavam de fazer viagens excêntricas. Mas como eles são pretensiosos e profundamente protegidos, eles têm enorme dificuldade de lidar com os imprevistos. Parece que eles se sentem tão onipontes, prepotentes, que não imaginam que a vida não é tão fácil assim, que dirá comprável. Nosso protagonista acha que o dinheiro compra tudo, até ajuda em algumas questões, mas não resolve. É estranho como esse espírito de aventura comprável, alienada e exacerbada tem nova força nos dias de hoje, sem noção de limites e realidade.


Eu gostei muito de O Céu que nos Protege. A trilha sonora é maravilhosa, tanto que ganhou Globo de Ouro e Bafta. E a fotografia é outro presente. As paisagens durante a viagem são simplesmente maravilhosas. A incrível direção de fotografia é de Vittorio Storaro. Deve ter sido um filme muito difícil de realizar.



Beijos, Pedrita