quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Minha Vida

Terminei de ler Minha Vida (1896) de Anton Tchekhov. Tenho esse livro que comprei em um sebo, não é o dessa capa, é da Editora Abril que vem junto com A Estepe que já tinha lido. Gosto muito desse autor. Em Minha Vida nosso protagonista rompe com suas origens nobres. Apesar da nobreza ele não se acerta nos empregos que o pai arranja, resolve então trabalhar em serviços braçais. O livro é dividido em três partes, na primeira ele faz vários trabalhos e apesar de toda a sua filosofia sobre trabalhos manuais, ele aceita ajuda financeira e alimentos que recebe de amigos em melhores condições, os mesmos amigos que tentam dissuadi-lo de continuar com aquelas funções.

Obra Dacha in a forest clearing (1905) de Yuli Yulevich Klever

Na segunda parte ele se casa, vai viver em uma grande casa e passa a lavrar a terra, o que não lhe dá prazer e não se sente útil nem capaz para tais funções. Na terceira parte ele vai viver com a irmã.


Obra Fir Trees in a Winter Landscape (1913) de Aleksandre Alekseevich  Borisov

Trechos de Minha Vida de Anton Tchekhov:

“O chefe da repartição disse-me: “Fique sabendo que o vou mantendo aqui unicamente por respeito para com o seu venerável pai. Se não fosse isso há muito já que teria voado daqui pra fora”.”

“Trabalhamos muito, pensamos muito, por isso ficamos melhores, merecemos que nos seja reconhecida honra e glória, aperferiçoamo-nos individualmente. Mas, será que estes nossos êxitos influenciaram perceptivelmente a vida à nossa volta, terão eles ao menos sido úteis a alguém? Não. A ignorância, a sujeira física, a embriaguez, a elevada mortalidade infantil, tudo isso continuou tal como era antes, e o fato de tu teres semeado e colhido e eu ter gasto dinheiro e lido livros, em nada melhorou o que já existia. Pelo visto trabalhamos apenas para nós próprios e pensamos muito, mas unicamente para nosso benefício.”

“Era impossível convencê-la que ninguém se interessava por pessoas tão insignificantes e sem interesse como eu e ela.”

O blog Mata Hari e 007 faz no dia 15 de dezembro 9 anos de existência! 





Beijos,









Pedrita

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Quarto Poder

Assisti O Quarto Poder (1997) de Costa-Gravas no Maxprime. Sempre quis ver esse filme, tinha visto o trailer no cinema na época e fiquei instigada. Gosto do diretor e do elenco. Realmente John Travolta e Dustin Hoffman arrasam. É um tema tão atual, a imprensa é o grande protagonista desse filme. Um homem perturbado resolve voltar a um museu decadente pressionar para ter o seu emprego de volta. Ele vai armado. No banheiro está um jornalista que resolve se aproveitar da situação para ter a matéria exclusiva e a melhor matéria do dia. No museu há crianças que ficam reféns. O texto de O Quarto Poder é sensacional, profundo, ambíguo, uma aula de sensacionalismo e jornalismo oportunista que está tão em alta hoje em dia.

No elenco estão: Mia Kirshner, Alan Alda, Blythe Danner, Ted Levine e  Tammy Lauren.










Beijos,










Pedrita

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fragile

Assisti ao espetáculo Fragile da Cia. Maurício de Oliveira e Siameses na Galeria Olido. Esse foi um espetáculo solo dirigido, encenado e coreografado pelo excelente Maurício de Oliveira. Eu queria muito ver esse espetáculo porque já tinha ouvido que expressava sobre a degeneração do corpo, da fragilidade do corpo, mas também da fragilidade do ser humano. Maurício de Oliveira tem uma coreografia tão impressionante que parece em vários momentos que ele realmente não tem o movimento das pernas. Esse é um espetáculo solo. Achei incrível o cenário que é do próprio Maurício de Oliveira com fios e gostei mais ainda que o Maurício de Oliveira deita nos fios em seus movimentos. Não sabia que o Maurício de Oliveira tinha um trabalho vocal tão bom. Belíssima iluminação de Wagner Freire. A coreografia é inspirada nas concepções do artista plástico Damien Hirst, então é bem impactante, pesado e deprimente. Os espetáculos foram gratuitos.

A foto é de Nathalie Colas







Beijos,










Pedrita