sábado, 12 de março de 2011

Nara

Assisti Nara de Fernanda Couto e Márcio Araújo no Teatro Jaraguá. Eu tinha receio de ver esse musical porque sou muito fã da Nara Leão, então sempre é difícil ver representações na arte de alguém que gostamos muito. Nara ganhou vários prêmios no ano passado e resolvi tirar a minha resistência e ir ver. Nara é um lindo musical, muito delicada a forma como contam a história dela. Quem interpreta a Nara é a Fernanda Couto. A direção musical é de Pedro Paulo Bogossian, a cenografia é de Valdy Lopes, a iluminiação é de André Boll e os figurinos de Cássio Brasil. Nara Leão nasceu em 1942. Era em sua casa que muitos dos músicos da bossa nova se reuniam. Aos 11 anos teve o seu primeiro namorico com Roberto Menescal. Na adolescência começou a estudar violão e a música foi sua profissão.

Os musicais estão em alta, há muito interesse pelo gênero e público. Gostei de ver um musical com uma história nossa, de um personagem nosso. Durante o musical cantaram várias músicas que foram importantes na trajetória de Nara Leão como a que amo na voz dela, As Curvas na Estrada de Santos. Essa música na voz da Nara Leão tem uma grande importância na minha vida e marcou um período de muita transformação. Os outros três atores do elenco, Guilherme Terra, Rodrigo Sanches e William Guedes, interpretam várias pessoas que passaram pela história da Nara. Gostei da solução de escrever no fundo o nome de cada pessoa que o ator interpretava naquele momento. Nara ganhou Prêmio Contigo de Melhor Musical Nacional e obteve quatro outras indicações: Prêmio Shell (Melhor Música), Prêmio APCA (Melhor Atriz e Direção Musical) e Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro (Projeto Sonoro)Nara fica no Teatro Jaraguá até o dia 29 de junho.

As fotos são de Lenise Pinheiro. 
  






Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus

Assisti O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus (2009) de Terry Gilliam na HBO. Eu adoro esse diretor, adoro filmes fantásticos, não queria perder. É bom, mas não embarquei demais na fantasia, não sei se a telona ajuda mais, ou talvez o lado sombrio demasiado desse filme não permita o embarque. É o último filme do Heath Ledger, ele morreu durante as filmagens. Ele faria um homem que vive em três fantasias, então três atores o substituíram nessas cenas: Johnny Depp, Colin Farrell e Jude Law. Coube bem o artifício, como no mundo da fantasia cada um via o que sonhava, mulheres mais velhas ficavam lindas e jovens, o personagem podia mudar sua aparência.

Linda a moça que faz a filha do Doutor Parnassus, Lily Cole. O Doutor Parnassus é interpretado pelo ótimo Christopher Plummer. Outro da trupe é interpretado por Verne Troyer.  O diabo é interpretado por Tom Waits


Beijos,

Pedrita

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cisne Negro

Assisti no cinema Cisne Negro (2010) de Darren Aronofsky. Eu não tinha muita vontade de ver esse filme, mas minha mãe queria muito. Foi uma decepção, nós detestamos. É muito irreal, muito impossível e o roteiro é muito superficial. A roupagem é que engana. Há muitos erros profissionais, dificilmente uma pessoa tão perturbada emocionalmente ficaria em uma companhia, que dirá em papéis de destaque, no máximo em um grupo. Companhias são órgãos sérios, no mínimo um psicólogo seria chamado ou o profissional encaminhado pra um. Mas o mais normal é trocar de profissional já que interessados em ingressar em grandes companhias é o que não faltam. As equipes nos teatros são enormes. Uma solista tem ao menos uma pessoa pra a ajudar se vestir, um maquiador e um cabeleireiro. Eles vão se revezando, mas dificilmente um solista fica só no camarim, ao menos que peça por um pouco do tempo para concentrar, mesmo assim alguém espera na porta. Fora as orientações finais. No caso de um espelho ser violentamente quebrado em um camarim, apareceriam seguranças, faxineiros e bombeiros, já que a segurança de um teatro é bem reforçada. Nunca um último ensaio é um dia antes da grande apresentação. É normalmente dois dias antes. E o último ensaio é geral, com roupa e tudo. Muitas vezes há mais de um ensaio com roupa. Também sempre há ao menos um substituto para os protagonistas e isso é definido em geral assim que o protagonista é definido porque o nome vai no programa, não tinha como nossa protagonista se indignar tanto e não saber quem seria.

É muito pobre o argumento que para encarnar bem um Cisne Negro é preciso ser sexualmente intenso. Detesto essas alusões sexuais na arte. A arte independente do sexo. Um profissional pode ser maravilhoso porque é sexualmente promíscuo. Mas um profissional pode ser assexuado, não gostar de sexo, e ser incrívelmente sedutor no palco. E detesto essa relação simplista e vulgar da arte. Há sim profissionais que decidem suas questões na horizontal, mas são alguns, não são todos, e qualquer profissional tem superiores, patrocinadores, e ele não pode escolher somente pela horizontal. Há muitas outras questões equivocadas. Esqueceram que dançar é uma profissão séria, que não fica em uma companhia quem se atrasa . Minha mãe em determinado momento perguntou se o filme era de terror e disse que o filme denegriu a profissão, concordo com ela.

Disseram que é o papel da vida da Natalie Portman, não concordo, só se for porque ganhou o Oscar e outros prêmios, porque eu já vi interpretações dessa grande atriz bem mais significativas. Os efeitos enganam muito. No início o coreógrafo diz que ela não está adequada para o Cisne Negro, mas nada muda até o final, são os efeitos que dão mais o impacto negro, porque a atuação está similar. Natalie Portman faz só os movimentos do braço porque não é bailarina, o restante são montagens com uma dançarina profissional. E um profissional não precisa sentir violentamente na vida o que terá no palco, isso é uma visão simplista da arte.Alguns outros do elenco são: Vincent Kassel, Mila Kunis e Winona Rider


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 7 de março de 2011

Cãndida

Assisti ao espetáculo Cândida de Bernard Shaw no Teatro Augusta. Desde o ano passado que eu queria ver essa peça. A direção, cenários e figurinos são de Zé Henrique de Paula e a realização é do Núcleo Experimental. Um reverendo, mestre da oratória é casado com uma linda mulher. Eles têm uma vida pacata até que se aproxima da família um jovem poeta de 18 anos. O texto é todo ambíguo, forte e contundente.Gostei da escolha da direção que fez os atores apresentarem os personagens no meio da peça com o texto rico e inteligente do Bernard Shaw. Normalmente nós assistimos a um espetáculo com a visão do diretor sob os personagens, dessa vez, nosso olhar se organiza conforme o olhar do autor. Eu não li esse texto, mas se tivesse lido, eu veria a escolha do diretor, mas já saberia a do autor, claro, se lembrasse, gostei da ideia do diretor nos lembrar do olhar do autor. Inclusive o texto é tão magnífico que quero ler agora. Outra questão é que raramente falam de amor, o realismo de Bernard Shaw incomoda, os sentimentos são bem mais reais e bem mais difíceis de aceitá-los.

Cândida é a bela e talentosa Bia Seidl, o reverendo é o ótimo Sergio Mastropasqua. Os outros do elenco são: Thiago Carreira, João Bourbonnais, Fernanda Maia e Thiago Ledier. Cândida fica em cartaz só mais esse mês. Fui em um sábado de carnaval e o teatro estava muito cheio. Meu pai tinha perguntado de manhã se ainda havia público para teatro já que hoje tem a televisão, e eu disse que sim. Ele vai ficar surpreso que mesmo em um sábado de carnaval o teatro estava quase lotado.



Beijos,
Pedrita

domingo, 6 de março de 2011

Charada

Assisti Charada (1963) de Stanley Donen no Telecine Cult. Soube desse filme pela programação no site. Quando vi que é com a Audrey Hepburn não pensei duas vezes em assistir. Gostei muito! É todo irônico, com um humor sutil e muitas cenas subliminares. É preciso ver mesmo antes dos textos. No início vemos um trem e um homem ser arremessado. Depois começa o filme e nossa protagonista está em um hotel na neve, ela quer se divorciar, acha que não é amada e não ama. Seu marido não a acompanhou na viagem. Quando ela retorna para Paris não há mais nada no apartamento, nem mesmo seus objetos e roupas. Um policial a procura e avisa que possivelmente seu marido é o homem morto encontrado perto da linha do trem.

Viúva, descobre que desconhecia o seu marido e começa a correr risco de morte. Um belo homem interpretado pelo Cary Grant a ajuda. Ainda no elenco: Walter Matthau, James Coburn e  George Kennedy. Nos créditos informam que Audrey Hepburn veste Givenchy e são belíssimos os seus figurinos. Audrey Hepburn ganhou Bafta de Melhor Atriz. A belíssima trilha sonora é de Henry Mancini.



Beijos,
Pedrita