quarta-feira, 15 de junho de 2011

Um Amor Anarquista

Terminei de ler Um Amor Anarquista (2006) de Miguel Sanches Neto da Editora Record. Eu fui apresentada a esse autor pelo Júlio Pimentel do blog Paisagens da Crítica. Li inicialmente A Primeira Mulher. Esse eu também comprei em um sebo, mas conversando com autores soube que é mais difícil, ou praticamente impossível de um autor receber o direito autoral de um livro comprado em sebo, portanto prometo olhar sempre nas lojas virtuais os livros recentes para localizar boas promoções e comprar novos. Quem desejar há uma resenha desse livro no antigo blog Paisagens da Crítica. Também o autor tem um blog, o Herdando Uma Biblioteca que é o nome de um de seus livros.

Obra Caipira Picando Fumo (1893) de José Ferraz de Almeida Júnior

Depois de eu ter comprado esse livro, eu me surpreendi com o roteiro central. Um Amor Anarquista é baseado em uma colônia anarquista que existiu na cidade de Palmeira no Paraná em 1890. Não tinha ideia que o Brasil tinha tido uma experiência como essa. O livro é ficcional, mas o autor relatou que foi desenvolvido depois de terem entregue a ele documentos sobre essa colônia. A capa desse livro também é linda é uma imagem de O Quarto Estado de Giuseppe da Volpedo de 1901. Nessa comunidade uma mulher teve três homens.

Obra Casa e Capela de Antônio Raposo Tavares de João Batista da Costa

Foi uma leitura difícil, me lembrou a dificuldade que tive para ler Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago, já que Um Amor Anarquista é igualmente desesperançoso. Dá desgosto ver a humanidade tão medíocre, hipócrita, egoísta e oportunista. Não sou muito otimista sobre a dignidade humana, mas mesmo assim é difícil ver o ser humano explorando o outro, se dando direitos a mais que o outro sob critérios subjetivos e egoístas. O tom utópico perdura em todo o livro e a minha descrença na filosofia desse grupo só aumentava a minha descrença. Um Amor Anarquista é um livro triste, de uma comunidade com muita miséria e privação. A falta de mulheres no grupo agrava mais ainda as diferenças. E incomoda a forma machista como as mulheres são tratadas ou como algumas se nomeiam.

Passeio Público de Curitiba (1936) de Guido Viaro

Trechos de Um Amor Anarquista de Miguel Sanches Neto: 


“Sobre uma banqueta de madeira, deixada ao lado de minha cama, estreita igual à dos demais solteiros, coloquei uma lata com flores silvestres, para que Jean Gelèac encontrasse ambiente agradável.”

“Tímido e jovem, um tanto romântico como sempre somos aos vinte anos, Geléac tem se dedicado ao vício da virtude, resolvendo-se sozinho.”

“-O amor para você foi também alegria?
-Até agora tem sido dedicação.”

“-O amor para mim tem sido mais companheirismo.
- O amor justo é sempre companheirismo.”

“A natureza fala uma única língua, mas os livros, sempre confusos, falam muitos idiomas, até os mortos, e isso é prova de que nunca dizem a verdade. Apenas a natureza não mente.”




Beijos,
Pedrita

terça-feira, 14 de junho de 2011

As Melhores Coisas do Mundo

Assisti As Melhores Coisas do Mundo (2010) de Laís Bodansky no Telecine Pipoca. Eu tinha uma expectativa muito alta desse filme, eu gostei, mas não me identifiquei muito com o roteiro. Esse filme foi amplamente difundido no twitter, gosto demais do trabalho da Laís Bodansky, mas eu me perguntava em que São Paulo e em que colégio esses adolescentes conservadores vivem, não é a mesma cidade que eu. O preconceito desses jovens me assustou. Até porque eles são modernos, os pais deles pareciam modernos, mas as atitudes eram altamente conservadores. Combinaria mais se eles fossem de uma cidade pequena do interior ou de algum colégio religioso.

Também achei algumas tramas meio atropeladas. Os filhos adolescentes, um de 15 e outro de 17, só sabem da separação quando o pai está com as malas na sala. Ninguém conversou com eles antes, achei artificial. E as questões na escola sobre emails com fotos comprometedoras, desenhos, fica tudo muito atropelado. E concordo com o pai dos meninos, o melhor seria mudá-los daquela escola embora um deles já estivesse em fase do vestibular, já que é uma escola omissa e preconceituosa.  Estranhei também que tudo o que falavam do filme é que era para adolescentes, mas eu já vi vários, acho que já existe esse nicho no cinema nacional. Inclusive achei À  Deriva com um foco adolescente bem mais pertinente e realista e vi recentemente 1972 que relata adolescentes na década de 70 que são bem menos conservadores que os de As Melhores Coisas do Mundo. Os meninos são todos ótimos: Francisco Miguez, Fiuk, Maria Eugênia Cortez, Gabriel Illanes e Gabriela Rocha  Entre os adultos também estão ótimos atores: Denise Fraga, Caio Blat,  Paulo Vilhena e Zé Carlos Machado.

Beijos,

Pedrita

domingo, 12 de junho de 2011

Reinauguração do Theatro Municipal de São Paulo

Fui ao concerto de reinauguração do Theatro Municipal de São Paulo. Eu, a cidade de São Paulo e o Brasil estávamos com saudades desse teatro que estava há anos fechado. Inicialmente passaram um filme com trechos da reforma. A Orquestra Sinfônica Municipal subiu ao palco sob a regência de Abel Rocha (foto abaixo) e com o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo para interpretarem o Concerto para Quarteto de Cordas e Orquestra de Radamés Gnatalli. Depois a orquestra interpretou a Suíte Festiva de Ronaldo Miranda que foi depois ao palco para receber os cumprimentos do maestro e aplausos.

Depois de um breve intervalo subiram ao palco 16 solistas: ADÉLIA ISSA, CÉLINE IMBERT, MARTHA HERR, LAURA DE SOUZA, CLÁUDIA RICCITELLI, DENISE DE FREITAS, LUCIANA BUENO, REGINA ELENA MESQUITA, PAULO MANDARINO, MARCELLO VANNUCCI, MARCOS TADEU, SÉRGIO WEINTRAUB, DOUGLAS HAHN, LUÍS OREFICE, EDUARDO JANHO-ABUMRAD, CARLOS EDUARDO MARCOS e a orquestra interpretou Serenade to Music de Ralph VAUGHAN-WILLIAMS.  Por último o Coral Lírico subiu ao palco e os solistas ROSANA LAMOSA, SILVIA TESSUTO, GEILSON SANTOS, CARLOS EDUARDO MARCOS e interpretaram  Te Deum de Anton BRUCKNER. Foi um belíssimo concerto. Hoje a casa abre para o público com esse concerto!
Beijos,
Pedrita