sábado, 16 de março de 2013

Arrigo Barnabé - Notas Contemporâneas

Fui a gravação do Notas Contemporâneas com Arrigo Barnabé no MIS - Museu da Imagem e do Som. Esse ano serão músicos populares. Arrigo Barnabé se apresentou com Vânia Bastos. Cadão Volpato os entrevistou e Arrigo Barnabé contou um pouco de sua carreira. Durante o dia, no estúdio, ele gravou vários outros depoimentos. Esse material fica arquivado para consulta. Arrigo Barnabé contou que se inspirou em radialistas tradicionais que relatavam crimes para criar o estilo de sua voz. Entre as obras apresentadas estavam Office Boy que culminava na obra famosa Clara Crocodilo. Falou dos músicos que compuseram, interpretaram e interagiram com ele como Regina Porto, a própria Vânia Bastos, Premê, Rumo. Falou dos festivais de música. Arrigo Barnabé começou estudando arquitetura na FAU -Faculdade de Arquitetura da USP. Depois seguiu para a ECA na USP.

Ele e Vânia Bastos contaram sobre várias apresentações que fizeram. Arrigo Barnabé contou também sobre a censura às suas músicas e da dificuldade que era viver naquela época. Arrigo Barnabé é de Londrina, veio para São Paulo depois, onde vive até hoje. O compositor falou que Tom Jobim gostava muito de sua música sobre Londrina.


Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 15 de março de 2013

J. Edgar

Assisti J. Edgar (2001) de Clint Eastwood na HBO. Fiquei muito curiosa em ver esse filme. Adoro o Clint Eastwood e o Leonardo Di Caprio. Gostei demais! Conta a história do diretor do FBI, J, Edgar Hoover (1895-1972). Claro, uma história recheada de segredos, lendas, difícil saber o que realmente foi, politicamente controverso, mas bem interesse fazerem um filme sobre J. Edgar. Leonardo Di Caprio está incrível. Como passa por um longo período, J. Edgar Hoover foi diretor do FBI por 48 anos, envelheceram os atores para que fizessem eles mais velhos. Confesso que não sei se seria a melhor solução, ficaram estranhos, meio artificial, mas não consegui pensar que outra solução e que ficasse melhor.

Apesar de toda intransigência de J. Edgar, ele teve dois amigos fiéis a vida toda. Um se tornou vice-presidente do FBI, e outra foi sua secretária. Interessante que alguém com tantos segredos, tão intransigente e de temperamento forte, tivesse amigos  fiéis pessoalmente e profissionalmente pela vida toda e que esses amigos compartilhassem os seus segredos. Suspeitavam que J. Edgar e o seu amigo Clyde Tolson tinham um romance, no filme essa possibilidade é sutil, mas mais marcante, por suposição, achavam, mas realmente é algo difícil de provar, só eles mesmo que deveriam saber detalhes. Armie Hammer interpreta Clyde Tolson e a secretária é interpretada por Naomi Watts. Judi Dench interpreta a mãe de J. Edgar. David A. Cooper interpreta Franklin Roosevelt e Jeffrey Donovan interpreta Robert Kennedy. Gostei muito de J. Edgar. Bela direção, ótimo elenco e um roteiro instigante, mesmo que fiquemos na dúvida sobre a realidade dos fatos.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 13 de março de 2013

Lado a Lado

Assisti Lado a Lado (2012) de Claudia Lage e João Ximenez Braga na TV Globo. A direção é de Cristina Marques e André Câmara. Está entre as minhas novelas preferidas. Como vem acontecendo há um tempo, as novelas das seis vem se inovando muito mais. Em geral poucos que comentam assistem realmente pelo horário, então verificam só os aspectos tradicionais e esquecem de olhar com mais profundidade. Lado a Lado inovou em várias questões. Em geral como a mocinha engravida de outro rapaz, costuma perder o bebê, apesar do bebê ter sido roubado, quando a mãe descobre ela quer educar o filho e quer casar com o mocinho, que precisa lidar com o filho de outro homem e ainda conviver com as visitas do pai biológico. E não é só um casal de mocinhos, são dois, interpretados incrivelmente por Camilla Pitanga e Lázaro Ramos, Marjore Estiano e Thiago Fragoso.

Lado a Lado debateu várias questões históricas, integrando os personagens nos fatos. A novela falou de um período pouco retratado, 1910 e 1920. Dez anos após o fim da escravidão, quando os negros foram soltos a própria sorte, sem perspectivas e tiveram que viver na marginalidade. O primeiro fato histórico retratado foi o Bota Abaixo, quando os governantes quiseram transformar o Rio de Janeiro em algo parecido com Paris, alargando as ruas, destruindo os cortiços onde a maioria que morava era negra. Os negros passar a se instalar nos morros, sem saneamento básico. Depois retrataram a Revolta da Chibata. Dez anos após a escravidão, os negros tentando trabalho e melhores perspectivas, se inscreveram pra trabalhar na Marinha, mas eram tratados na maioria das vezes como escravos, sendo açoitados. O Governo fingiu aceitar o fim da chibata para os negros pararem de se rebelar. Mas um pouco depois mandaram embora todos os que se rebelaram. O futebol foi retratado, veio da Inglaterra e era um esporte só para ricos. O jornalismo é um forte em Lado a Lado, para ajudar a contar vários fatos históricos do período, dois jornais, e vários jornalistas, fazem matérias dos temas. E era uma época que a leitura era uma diversão, então vários personagens leem e mencionam livros importantes.

O preconceito a mulher também foi muito bem debatido. Uma personagem engravida de um homem, a mãe viaja com a filha, finge que está grávida e assume o neto como filho para a filha ser preservada. Ela é interpretada pela Priscila Sol. E a questão do divórcio. A mocinha se divorcia, para poder mostrar o que uma divorciada passa, não fizeram ela se entender com o marido. Então ela passa a sofrer todo o tipo de punição, a família a renega, só a aceita se ela ficar na fazenda escondida. Ela não consegue emprego, amigas, é colocada a margem da sociedade.

O respeito as religiões e tradições afro também foram tema. A capoeira era proibida, muito bem feita as cenas quando todos queriam conhecer o mestre do Jiu Jitsu, em um país que proibia uma luta similar, mas de tradições afro. O desrespeito a outros credos foi debatido. Dona Jurema foi presa por ler búzios e a sociedade foi pedir que ela fosse solta. Gostei demais que o casamento final foi no Cadomblé. 

Eu adorava o personagem da solteirona Celinha, interpretada brilhantemente pela Isabela Garcia. Ela se apaixona pelo jornalista falido interpretado pelo ótimo Emílio de Mello. Ele é dono de um jornal revolucionário que vai muito mal das contas. Amei que quem resolve as finanças, negocia com anunciantes, é o personagem do Lázaro Ramos. Celinha é toda atrapalhada e assim continua. Ele é um solteirão convicto que adora a Celinha, mas ama também a sua liberdade. O romance atrapalhado deles é uma graça.

Outro casal que adorei foi o da Alice e Jonas, os dois atores estão ótimos Juliane Araújo e George Sauma. Ela uma moça reprimida pela mãe e ele um pobretão jornalista. Eu adorei também a personagem Esther, que foi muito bem interpretada pela bela Rhaisa Batista. Outra jovem e bela atriz que encantou em um personagem complexo foi Gilda, interpretada também muito bem pela jovem atriz Jurema Reis. A ambientação de época estava incrível. A direção de arte é de Mário Monteiro. Vários assinaram a cenografia e os figurinos maravilhosos eram de Beth Filipeck e Reinaldo Machado.

O elenco é e está incrível. Vários vilões excelentes: Patrícia Pillar, Sheron Menezes, Cássio Gabus Mendes, Marcello Melo Jr. e Caio Blat. Ótimos os rapazes janotas: Rafael Cardoso, Daniel Dalcin e Klebber Toledo. No morro viviam os personagens de Milton Gonçalves, Zezeh Barbosa, Tião D´Ávila, César Mello, Ana Carbatti, Rui Ricardo Diaz e Laís Vieira.  Outros atores que gosto muito faziam papéis importantes: Bia Siedl,  Alessandra Negrini, Guilherme Piva, Débora Duarte, Cláudio Tovar,  Susana Ribeiro, Christiana Guinle e Romis Ferreira. Werner Schünemann, apesar de estar no núcleo principal, aparece pouco. No teatro estavam os atores: Maria Padilha, Paulo Betti, Álamo Facó, Tuca Andrada, Maria Clara Gueiros e André Arteche.  As empregadas tem participações determinantes: Luisa Friese e Ana Paula Lopes

São muitas crianças no elenco e estão ótimas. Adorei o ator que interpreta o filho da Isabel, Cauê Campos. A delicada menina que faz a filha do Edgar, Eliz David. E ótimos também os atores que fazem as crianças no morro: Marcio Rangel, Jorge Amorim, Ana Luiza Abreu e Zeca Gurgel. Fizeram pequenas participações: Beatriz Segall, Maria Fernanda Cândido, Maria Eduarda, Elisa Lucinda, Anna Sophia Folch e Thiago Amaral. Essas últimas novelas inovadoras, Cordel Encantado, Lado e Lado e alguns incluem A Vida da Gente, fica difícil se animar em novelas tradicionais. Estou muito emocionada que a novela Lado a Lado ganhou Emmy Internacional.


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 11 de março de 2013

A Gaivota

Terminei de ler A Gaivota (1896) de Anton Tchekhov da Cosac Naify. É uma bela edição do texto dessa peça com fotos da montagem que foi feita em 1899 no Teatro de Arte de Moscou, Tchekhov inclusive está nessa foto da capa. Eu infelizmente nunca vi uma montagem desse espetáculo. É um texto realista, seco, de vidas desesperançosas, difíceis. Muito irônico o trecho onde um fala de uma pessoa ausente que não é caro comprar uma roupa, mas os dois que conversam não tem recursos para comprar uma. No posfácio há um texto do Rubens Figueiredo sobre Tchekhov.

Trecho de uma montagem de A Gaivota.


e
Beijos,
Pedrita

domingo, 10 de março de 2013

Saia Justa

Assisti ao novo Saia Justa 2013 da GNT. Agora estão no programa: Astrid Fontenelle como mediadora e Barbara Gancia, Maria Ribeiro e Monica Martelli. Duas jornalistas e duas atrizes. Eu relutava se veria. Sempre acompanhei as entrevistas da Monica Waldvogel que dizia que ela tinha criado o formato do programa, fiquei enciumada com ela fora do programa. Gostei, elas estão parecendo participantes no início do BBB, falando tudo junto, mas com o tempo, tudo se equilibra.

Gostei bastante do primeiro bloco, elas falaram dessa obrigatoriedade de uma vida pirotécnica. Se vai viajar tem que pular de paraquedas, subir no morro mais alto. Parece que é proibido viver com tranquilidade, e pior, como se não fosse possível ser feliz vivendo sem grandes arroubos. Monica Martelli falou de quando começou uma peça que está há 8 anos, 4 meses depois, no auge do sucesso, perguntaram qual seria seu próximo projeto. Não sei se devo ver outros, já faz um tempo que vejo de vez em quando um bloco só. Quando vem os comerciais, excessivos, acabo zapeando e voltando, mas como demora, na terceira vez já esqueci de voltar e já estou vendo outro programa.

Beijos,
Pedrita