Fotos de Jones Malfitano
É um monólogo maravilhoso com a inacreditável Martha Mellinger. Que atriz! Que peça! É um texto desconcertante! Uma mulher acaba de chegar de um velório, seu marido morreu. Ela conta a sua história. Aos 18 anos ela se casou com um jovem que a família toda gostava. É muito difícil querer se separar de alguém que todos gostam, acham digno, decente, um bom marido. E Violeta não queria. Como a própria personagem diz, 18 anos não é uma idade pra se casar e sim pra viver. Corajosa, dois anos depois (acho que ela esperou muito), ela larga tudo e foge, deixa só uma carta. Brasileira, ela segue pra Portugal. Em vez de virar mochileira, viajar e beijar muito, ela escolhe esperar um homem do seu sonho, com uma idealização romântica assustadora. Um sedutor aparece com todos os encantamentos possíveis, artista plástico, quer que ela pose pra ele, tocava piano, e ela vai ficando no encantamento que ela mesmo criou.
Quando ela começa a perceber que tudo era ilusão, parece que a coragem a havia abandonado. Diferente do primeiro relacionamento, nesse ela estava muito, mas muito apaixonada e ele, como sedutor, pelo jeito sabia encantá-la novamente quando a raiva a cobria. É uma história triste demais de codependência, que texto profundo. Ficou gravado na minha pele.