A prima, loira de olhos claros, não tem dote algum, nenhuma propriedade. Em compensação a mulata perde o pai que a deixa com uma grande fortuna. As duas interpretam Dido Elizabeth Belle e Lady Elizabeth Murray. Um parente por ter convivido com ela se considera pai dela e ela o chama de pai. Ele é juiz e em breve liderará um tribunal em relação a um navio negreiro que assassinou vários negros alegando que morreram por falta de água.
Sua filha acaba conhecendo um filho de um reverendo que lidera a pressão para que o juiz assuma os assassinatos, contra os interesses dos comerciantes e forçando a Inglaterra a abolir a escravatura. É esse julgamento que interfere e pressiona a Inglaterra a finalmente abolir a escravatura. E essa mulata e o filho desse reverendo são os mais influentes para mudar o veredito do juiz. Além dessa questão o filme aborda muito a condição da mulher negra na sociedade. Ela consegue um pretendente que não a respeita, mas que deseja o dinheiro da família dela. Fico imaginando os abusos que ela sofreria depois de casada caso seguisse em frente com a corte desse homem e dessa família nobre. A diretora é negra. Belle é um filme profundo. O filme é baseado no livro da negra Misan Sagay.
Retrato de Dido Elizabeth Belle e Lady Elizabeth Murray (1779) de Johann Zoffany
Belle é interpretada brilhantemente por Gugu Mbatha-Raw que ganhou vários prêmios por sua atuação nesse filme. Elizabeth por Sarah Gadon. Os pretendentes por James Norton, Tom Felton e Sam Reid. Vários atores que adoro completam o elenco: Miranda Richardson, Emily Watson e Tom Wilkinson. A direção de arte é primorosa. Adoro filmes de época e são impecáveis as cenas, os lugares, as ruas.
Beijos,
Pedrita