sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Belle

Assisti Belle (2013) de Amma Asante no TelecinePlay. Esse filme entrou recentemente nos filmes do Now. Vi que era de época comecei a ver na hora. É maravilhoso! É um filme de ficção histórica baseado em uma história real da Inglaterra. Um capitão vai buscar a filha porque a mãe morreu. Ele acha a filha linda, leva-a para a casa da família dele, já que viaja muito. Ela é mulata e a família a protege. Ela e a prima vivem no luxo, com todos os direitos e muito protegidas. Até que chegam na idade de casar.

A prima, loira de olhos claros, não tem dote algum, nenhuma propriedade. Em compensação a mulata perde o pai que a deixa com uma grande fortuna. As duas interpretam Dido Elizabeth Belle e Lady Elizabeth Murray. Um parente por ter convivido com ela se considera pai dela e ela o chama de pai. Ele é juiz e em breve liderará um tribunal em relação a um navio negreiro que assassinou vários negros alegando que morreram por falta de água. 

Sua filha acaba conhecendo um filho de um reverendo que lidera a pressão para que o juiz assuma os assassinatos, contra os interesses dos comerciantes e forçando a Inglaterra a abolir a escravatura. É esse julgamento que interfere e pressiona a Inglaterra a finalmente abolir a escravatura. E essa mulata e o filho desse reverendo são os mais influentes para mudar o veredito do juiz. Além dessa questão o filme aborda muito a condição da mulher negra na sociedade. Ela consegue um pretendente que não a respeita, mas que deseja o dinheiro da família dela. Fico imaginando os abusos que ela sofreria depois de casada caso seguisse em frente com a corte desse homem e dessa família nobre. A diretora é negra. Belle é um filme profundo. O filme é baseado no livro da negra Misan Sagay.
Retrato de Dido Elizabeth Belle e Lady Elizabeth Murray (1779) de Johann Zoffany

Belle é interpretada brilhantemente por Gugu Mbatha-Raw que ganhou vários prêmios por sua atuação nesse filme. Elizabeth por Sarah Gadon. Os pretendentes por  James Norton, Tom Felton e Sam Reid. Vários atores que adoro completam o elenco: Miranda Richardson, Emily Watson e Tom Wilkinson. A direção de arte é primorosa. Adoro filmes de época e são impecáveis as cenas, os lugares, as ruas. 

Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Animal

Assisti a série Animal (2014) de Paulo Nascimento da GNT. Eu tinha visto várias matérias, entrevistas, queria muito ver. Fiquei muito feliz quando via no Now o que os canais ofereciam e vi essa série. Gostei muito! É bem ficcional, fantástica, mas prende a atenção. Infelizmente foi muito mal de ibope e não pensaram em fazer uma segunda temporada, uma pena. Talvez se tivesse passado na HBO, ou em canais de aventuras, teria tido bom ibope. A trilha sonora é ótima de Silvio Marques.

O formato é bem interessante. São treze episódios. Lindo o lugar. Foi gravado no sul do país. Depois de muitos anos o Dr. Gil volta a cidade para buscar a cura de sua doença Teriantropia. Na verdade ele e o pai estavam virando puma. Vamos sabendo aos poucos, ele acha os cadernos do pai dele. Adoro esses três atores: o Dr. Gil é interpretado pelo Edson Celulari, a prefeita pela Cristiana Oliveira e a dona do bordel da cidade que tudo sabe e tudo vê, mesmo sendo cega, por  Neusa Maria Faro. Os outros da cidade por Fernanda Moro, Zé Victor Castiel, Nelson Diniz, Leonardo Machado, Clemente Viscaíno, Elisa Brites, Marcos Verza, Danny Gris, Heinz Limaverde, Luiz Carlos e Sandra Dani.  Gostei muito da câmera imitando um animal.

A cada episódio há uma questão policial a ser desvendada. Causa um certo estranhamento uma cidade pequena ter tantos casos policiais e fantásticos, é um pouco artificial. Mas a tensão e a investigação é tão interessante que desligamos o realismo e encaramos o fantástico. Dr. Gil ajuda o policial já que ele por ter essa doença tem os sentidos mais aguçados. Nos episódios participam alguns atores: Rafael Cardoso, Marcos Breda, Rogério Beretta, Bárbara França, Gilberto Perin, César Trancoso, Sonia Guedes e Kaya Rodrigues.
Os episódios eram curtos e algumas explicações ficaram um pouco atropeladas. O final foi o mais triste. Como não ia ter uma segunda temporada, as tramas foram resolvidas rapidamente. Uma pena.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Cisne

Assisti ao espetáculo de dança Cisne de Dinah Perry no Teatro Ruth Escobar. Que linda apresentação! 7 dançarinos se revezam no palco: Ana Carolina Barreto, Átila Freire, Letícia Leão, Lia Levin, Marina Mancini, Paula Miessa e Isaac Lim.


Gostei muito dos figurinos. Todos estão de tutu. Serão só quatro apresentações, sempre às quintas-feiras de agosto.

Foto de Arnaldo Torres


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Éden

Assisti Éden (2012) de Bruno Safaldi no Canal Brasil. Assisti no Now pelo controle remoto. Eu tinha uma certa curiosidade em ver esse filme, mas mais receio do que curiosidade. Éden é um filme claustrofóbico. Começa com nossa protagonista, a maravilhosa Leandra Leal, sofrendo, grávida e muito triste. Vamos sabendo aos poucos o que aconteceu.

Ficamos sabendo que o marido dela foi assassinado. Depois que estamos na Baixada Fluminense. O irmão dela é devoto de uma igreja evangélica e a leva para o culto. O irmão é interpretado pelo Júlio Andrade. João Miguel está excelente como o pastor sufocador. Ele vê que uma mulher grávida e viúva é uma ótima ferramenta de marketing e passa a manobrar essa mulher. A alegria desse pastor só aumenta quando ele conhece a esposa do traficante que matou o marido da outra e fica forçando o perdão e entendimento entre as duas, usando-as para uma campanha contra a violência e morte de jovens na Baixada Fluminense deixando mães sem maridos e filhos sem pais. A ideia até é boa, a questão é que ele quer se promover manobrando essas mulheres. A namorada do traficante é outra que deseja converter o namorado não porque ache que a fé seja a salvação, mas por motivos egoístas. O namorado tem várias namoradas e não quer nada sério com ninguém. Ela quer levá-lo pra igreja para forçar ele a ficar monogâmico e assumir a família, resumindo, ter ele só pra ela. A personagem da Leandra Leal parece desconfiar o tempo todo desse ambiente. Ela está só, triste, então se deixa levar, mas sempre tem dúvidas de tudo o que vê. Muito angustiantes as cenas feitas na passarela, são várias e insuportáveis. A cena final é simplesmente maravilhosa! Emocionante!

A trilha sonora e a direção de som são incríveis, igualmente sufocantes. Alguns outros do elenco são: Cristina Lago e André Ramiro. Éden é um filme de baixo orçamento e ganhou vários prêmios. Melhor longa metragem ibero-americano no Festival Internacional de Cinema do Uruguai. Leandra Leal ganhou prêmio de Melhor Atriz no Festival do Rio.

Beijos,
Pedrita

domingo, 9 de agosto de 2015

Montanha de Cyro dos Anjos

Terminei de ler Montanha (1956) de Cyro dos Anjos da Livraria Garnier. Eu ganhei da vizinha alguns livros, esse foi um deles. Não é o dessa capa, é de outra edição. Recentemente a Editora Globo publicou novamente as obras desse grande escritor. Montanha é um país fictício. Cyro dos Anjos retrata a luta pelo poder, as articulações políticas para as candidaturas dos que almejam a presidência de Montanha e os boatos de um golpe.

Cyro dos Anjos sempre negou a relação com o momento político no Brasil na década de 50, mas antes do livro começar a edição mostra quem seriam os personagens, quem seriam os políticos e articuladores desse período. Gostei muito! Não é um livro fácil já que o que conheço de história do Brasil aprendi na escola. Recentemente vi o filme Getúlio que ajudou muito na compreensão também. Esse filme eu comentei aqui. E também com o período que Stepan Zweig viveu no Brasil e o filme comentei aqui. Mas há muitos nomes que estão muito distantes dos estudos parciais de história do Brasil que aprendemos na escola. Acabamos conhecendo mais alguns personagens da história, mas outros hoje, só conseguimos conhecer melhor com um estudo mais aprofundado. Cyro dos Anjos levou bastante tempo para finalizar esse livro. Chegou a terminar quando foi para a França a trabalho, já que era funcionário público.

Beijos,
Pedrita