Agatha Christie é a responsável pela minha paixão pela leitura. Comecei a ler com uns 10 anos, nosso entusiasmo resultou em livros de presente nos natais e posso dizer que li quase todos. A ponto de já adivinhar um pouco a lógica da escritora e acertar alguns palpites. Mas qual não foi a minha surpresa em descobrir que li obras importantes de escritoras na adolescência. Foi quando li A Muralha de Dinah Silveira de Queiroz que adorei. Era um livro da família, encapado em tecido. Li também Pearl Buck e pela escola Clarice Lispector. Na adolescência comecei lendo a pequena biblioteca de casa que tinha vários livros de fácil assimilação. Li várias escritoras nessa época, algumas poucas representativas. Passei a complementar a leitura com a biblioteca da escola e a da vizinha. Só depois que passei a anotar listas de livros a ler e comecei a ler livros mais consistentes de forma constante.
Fui sócia gratuitamente de várias bibliotecas. Adorava andar pelos seus corredores vendo os livros que ia ler. Foi assim que conheci os poemas de Hilda Hilst. Em uma dessas bibliotecas tinha esse exemplar desse foto, lembro que de pé comecei a ler esse e não queria parar, fascinada com o andamento de trem do texto e fiquei fã dessa poeta. Nessa biblioteca que achei o único livro da Añais Nin traduzido no Brasil. Autora que é considerada escritora de livros eróticos no Brasil, mais um equívoco. Passei a querer ler essa autora depois do filme Henry and June. Invejava minha amiga que podia ler no francês e lia os diários de Añais Nin. Hoje em dia há outras publicações, mas todos com a peja de eróticos. Vários escritores colocam cenas eróticas em seus livros e nunca recebem esse estigma.
Entre os meus autores preferidos estão Marguerite Yourcenar e Virgínia Woolf. Da Marguerite o meu preferido é A Obra em Negro, mas sou fascinada por várias de suas obras que li. Seus livros são fáceis de encontrar em sebos e em geral por bons preços. Comecei lendo Memórias de Adriano que estava em uma das minhas listas. Não é o que mais gosto. Li em um clube de leitura onde se pagava um valor por mês e podia ler quantos livros quisesse, comigo não funcionou muto bem.
De Virgínia Woolf li vários, o meu preferido é Rumo ao Farol. Nesse blog comentei sobre As Ondas que gostei muito. Adoro também Jane Austen, Isabel Allende e Colleen McCullough O meu preferido da Isabel Allende é A Ilha Sob o Mar.
Depois comecei a ler os vencedores do Prêmio Nobel. Já tinha lido Pearl Buck na adolescência e comecei lendo Toni Morrison, A Canção de Solomon que comentei aqui. Apesar das escritoras já serem mencionadas em possíveis ganhadoras, o Brasil só as traduz após o prêmio. Foi assim com Herta Müller que li O Compromisso e é incrível. Li também ensaios da incrível Nadime Gordimer e estou devendo ler suas ficções. Tempos de Reflexão comentei aqui. Ainda faltam várias a ler.
Foi na novela Lado a Lado que ouvi falar de Júlia Lopes de Almeida. Comprei então A Falência e adorei. Comentei aqui. Comprei outro livro da autora que está na estante de livros a ler. De uma indicação da Livraria Nobel, passei a ler os livros da Jennifer Egan que está entre as minhas favoritas também, li dela O Torreão e A Visita Cruel do Tempo. Recentemente também li Tempos Extremos de Míriam Leitão e gostei muito.
Na Livraria Acervo Editorial que vou de vez em quando, o livreiro sabe do meu gosto em conhecer escritoras. Ele indicou então essa série Mulheres e Letras que tem inclusive uma ganhadora de Nobel. Eu comprei esse da Kate Chopin e outro de outra coleção, o livro No Bosque da Noite de Djuna Barnes. Culpados está entre os melhores livros que li no ano passado. O que mais me surpreendeu na escritora é que ela tinha uma vida convencional nos Estados Unidos. Esposa de um fazendeiro vê sua vida mudar quando fica viúva e assume os negócios. Seus livros foram tão contundentes que foram proibidos por um bom tempo. Culpados não está entre os livros proibidos. Quero ler esses agora. Difícil vai ser encontrá-los no meu idioma.
Gertrude Stein chegou por caminhos tortos. Li o livro À Margem Esquerda de James Campbell e lá falam dela. Tinha na Cosac Naify e li. Que grata surpresa. A Cosac Naify tinha uma coleção Mulheres Modernistas, comprei outro da coleção que aguarda ser lido.
Já tinha lido e gostado de alguns livros da Simone de Beauvoir. Muito recentemente li Os Mandarins e fiquei impactada. Estou com outro na estante mas soube que é de uma trilogia e o que tenho não é o primeiro. Estou vendo se consigo os outros.
Li várias biografias de mulheres corajosas que resolveram contar suas tragédias: Infiel de Ayaan Hirsi Ali e Malala. Mas outras mulheres também contaram suas histórias como Jung Chang em Cisnes Selvagens. Em biografias, Antonia Frase escreveu sobre Maria Antonieta. E em livros históricos, há os excelentes da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz como As Barbas do Imperador e o primeiro que li, A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis que mais parecia um livro de ação. Misturando ficção e reportagem, descobri em um sebo Laura Restrepo, antes dela vir a Flip. Já li dois livros dela e são fascinantes: A Noiva Escura e Heróis Demais.
Atualmente estou lendo Dôra, Doralina de Rachel de Queiroz e adorando. Tinha gostado demais de Memorial de Maria Moura. Adoro também Lygia Fagundes Telles, o meu preferido é Antes do Baile Verde que comentei aqui. Vou parando por aqui senão essa postagem não termina nunca. De 103 escritoras mencionei 31, realmente muito pouco. Adoraria que vocês também fizessem um post sobre as escritoras que leram.
Beijos,
Pedrita