Terminei de ler Os Versos Satânicos (1989) de Salman Rushdie da Companhia das Letras. Esse foi o primeiro livro que queria ler do autor depois dele ter sido jurado de morte. Queria entender o que faz um livro definir que alguém deva morrer pelo que escreveu nele. Mas esse livro estava esgotado. Depois apareceu uma edição de bolso, mas eu queria essa. Até que finalmente, muitos anos depois, apareceu em um sebo. E diferente de uns livros recentes que comprei no sebo, esse foi lido.
Obra de Dina Nath Walli
Fui procurar informações sobre a sentença de morte que Salman Rushdie recebeu para tentar entender melhor. Há uma matéria que explica bem aqui. Em 4 de fevereiro de 1989, o aiatolá Ruhollah Khomeini sentenciou Rushdie à morte porque o livro conteria blasfemas a Maomé. Versos Satânicos seriam livros religiosos não considerados, como na igreja católica existem os textos apócrifos. Os religiosos decidem que aqueles textos mesmo sendo escritos por outros religiosos não deveriam ser publicados.
Obra Linguagem da Pedra de Magbool Fida Husain
Os Versos Satânicos de Rushdie começam com dois homens caindo do avião. Logo no início me lembrei do maravilhoso estilo de Rushdie. Frases longas, controversas, cheias de significados, com muita fantasia e irrealidade. Depois a obra mescla a história desses dois homens antes do acidente, do acontecimento do avião e do retorno deles dos mortos.
Obra Celebração (1995) de Tyeb Mehta
Esses dois homens são atores. Eles estavam em um avião sequestrados por terroristas. Como o avião explode, todos são dados como mortos. Então o retorno deles é bem traumático. Cada um tem uma história e a continuidade após a "morte" é igualmente diferente.
Obra Ragbat (2007) de Geeta Vadhera
Incrível a história da menina e borboletas que a cercam fazendo um vestido em seu corpo. As pessoas resolvem segui-la. Rushdie é mestre em desconstruir crenças, promessas e fés. Gostei muito de Os Versos Satânicos, mas surpreendentemente está longe de ser o meu preferido. Achei os dois protagonistas seres muito desprezíveis, foi difícil acompanhar suas histórias traiçoeiras e egoístas.
Os pintores são indianos como o autor.
Os pintores são indianos como o autor.
Beijos,
Pedrita