sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Passing

Assisti Passing (2021) de Rebecca Hall na Netflix. Passing é um termo americano sobre um negro que passa-se por branco. Duas amigas da adolescência se reencontram. É baseado no livro de 1929 de Nella Larsen que quero muito ler.

Uma está casada com um racista e ficou muito aliviada quando a filha dos dois nasce branca. A outra está casada com um médico negro, tem dois filhos negros e mora no Harlem. Amo as atrizes. Tessa Thompson está maravilhosa como uma mulher elegante, reservada, educada, culta e dona de casa. Excelente também Ruth Negga.
O marido de uma viaja muito, então ela gruda na família do Harlem, mesmo a amiga não querendo proximidade. O marido da outra a ofendeu muito, na verdade ofendeu negros sem saber que as duas são negras. Ela não responde as cartas, mas a amiga passa a ir na casa da outra sem avisar e praticamente ficar lá, ir nas festas, bares, reuniões, mesmo sem ser convidada. O médico é interpretado por André Holland, o outro marido por Alexander Skarsgard. Bill Camp também está no elenco.

Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

The Rake´s Progress

Assisti a ópera The Rake´s Progress (1951) de Igor Stravinsky no Theatro Municipal de São Paulo. Foi o primeiro espetáculo no local com a lotação máxima. Confesso que é uma sensação estranha ver tanto público. A música é belíssima. Gosto muito de composições instigantes, fora do convencional.

Na foto os cantores Lina Mendes como Anne TruLove, Luiz-Ottavio Faria como o pai da Anne, Leonardo Neiva como Nick Shadow e Fernando Portari como Tom Rakewell. Abaixo ainda Luisa Francesconi como Baba the Turk.

O crédito das fotos é da Stig Fotografia

Stravinsky visitou uma exposição em Chicago e se deparou com a série de pinturas The Rake´s Progress de William Hogarth. Escolheu então os libretistas W. H. Auden e Chester Kallman para se inspirarem nessas obras. 

Enquanto a música é instigante, o libreto é bastante convencional. Uma jovem bastante tola não desiste de seu amor romântico, mesmo sendo largada pelo jovem que vai viver a vida com a herança que recebeu e se casa com uma mulher deslumbrante. A jovem fica procurando o amado e só o encontra quando ele enlouquece. O libreto reforça que é o demônio que tentou o jovem a buscar prazeres, mas ele nunca quis trabalhar, mesmo antes de ficar rico, não era mesmo alguém interessante pra ser amado por alguém. O final tenta mostrar que tudo não é bem assim em uma canção divertida, mas o estrago já estava feito, a jovem passou anos atrás de quem amava e não merecia um segundo dos seus pensamentos.
Obra O Herdeiro (1733) de William Hogarth

Essa é a primeira obra da série The Rake´s Progress que foi livremente inspirada.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Manto

Assisti Manto (2018) de Nandita Das na Netflix. É a história do escritor indiano Saadat Hasan Manto (1912-1955). Gosto muito que a Netflix traz muitas biografias de pessoas que desconhecia de várias partes do mundo.
 

Manto foi acusado três vezes por acharem seus livros obscenos. Revolucionário na época, Manto mostrava com crueza as relações afetivas. Não há um único livro publicado no Brasil. Na Índia ele vivia entre a intelectualidade local, artistas, escritores, universitários, professores. Uma escritora do seu círculo tinha publicado sobre o amor entre duas mulheres.

Inicialmente Manto viveu na Índia, quando ainda era possessão inglesa. Muçulmano, quando a Índia fica independente, passam a perseguir esses religiosos. Então ele segue com a esposa para o Paquistão. Manto ficava inconformado com as perseguições, situações do país, passa a ter muita dificuldade em publicar seus textos e aumenta exponencialmente a ingestão de bebida alcoólica. Acaba tendo tuberculose, sendo internado e morrendo aos 42 anos. Os atores são ótimos: Nawazuddin Siddiqui, Razika Dugal, Tahir Bhasin, Vijay Varma e Rajshri Deshpande.
Beijos,
Pedrita

domingo, 21 de novembro de 2021

As Duas Sonatas para Viola e Piano de Brahms

Ouvi o vídeo com As Duas Sonatas para Viola e Piano de Brahms no Youtube. Essas obras foram interpretadas pelos excelentes Horácio Schaefer, viola, e Sergio Melardi, piano, gravado no Estúdio Monteverdi. Que lindo! 
No vídeo os músicos contam que quando surgiu a Lei Aldir Blanc de incentivo, eles pensaram o que poderiam gravar. Essas obras foram compostas no fim da vida do músico. Um das últimas músicas que ele compôs. Ele já tinha decidido parar de compor, até que conheceu um grande clarinetista. Inicialmente então essas obras foram pra clarinete e piano. Pela popularidade da viola, fez a transposição e se tornou uma das mais importantes obras de música de câmara para viola e piano. São lindíssimas!
Beijos,
Pedrita